Capítulo 7: Everything goes wrong/Tudo dá errado.
Cameron e eu arrumamos rápidas as coisas e estávamos a
caminho da minha casa. Mal começou a amanhecer e Cameron achou que era melhor
irmos, não queria que ninguém nos visse na floresta. Não entendi o que ele quis
dizer, mas apenas concordei.
Depois de 5 minutos, chegamos ao quintal dos fundos da
minha casa. Coloquei a minha mão na maçaneta fria e tudo começou a virar um
borrão.
- De novo não. – digo para mim mesma.
Tudo em minha volta se transformou em um quarto cheio de
névoas novamente. Não conseguia ver nada. Escutei novamente algo pingando ao
longe, ainda com o ritmo controlado. Consegui ouvir os pedidos de ajuda ao
longe. E a névoa começou a ficar
vermelho que nem da última vez.
Dessa vez eu continuei presa no “sonho”.
A Névoa mudou de cor para cinza e um pouco de branco e
letras da cor vermelho sangue começou a se formar dentro da névoa. “Não deixe
repetir” foi o que se formou.
– Anne! – escuto alguém gritar meu nome.
Quando me dou por si, estou de frente para Cameron que
estava atrás de mim, encarando o chão e ainda com a mão na maçaneta.
– Anne! – ouço Cameron falar.
Levanto a cabeça e consigo ver preocupação em seus olhos
chocolate.
– O que houve? – diz ele preocupado.
– Eu... – eu penso por um momento – Eu não sei.
– Como assim não sabe?
Hesitei em contar para ele, mas ele é o único que está me
ajudando, então assinto.
Depois de contar a história para ele, ele começa a me
encher de perguntas.
– Então da última vez que você teve essas visões malucas
foram no dia que achou o corpo de Emma? – pergunta ele.
– É, era um meio de me ajudar a achar o corpo dela – digo
–, e graças a isso eu consegui.
– Entendo – disse ele andando de um lado para o outro na
sala.
Não sei o porquê, mas comecei a ficar com raiva de
Cameron. Talvez pelo caso de tudo que eu conto a ele o faz ficar andando de um
lado para o outro.
– Cameron, relaxa tudo tem seu tempo. –digo – e se eu não
tentar talvez essas coisas parem de acontecer comigo.
– Não adianta – disse ele continuando a andar de um lado
para o outro –, eles vão perturbar você até sua morte.
– Mas e seu sair da cidade? – digo quando esse pensamento
me ocorreu der repente – Eles não poderiam me perturbar. – Cameron não pareceu
me ouvir – e meu pai está sumido e nem me disse aonde vai! Nem sei se ele vai
voltar.
– Você acha que minha avó não pensou nisso, Anne?
– Bom eu...
– É claro que pensou! – exclamou ele – Mas eles a
perseguiram fora da cidade. Fazendo-a sonhar com isso.
“Eles a atraíram por sonhos, visões ou qualquer coisa que
descobriram. Ela não tinha saída, a única coisa que pode fazer, foi voltar à
cidade e voltar a resolver casos intermináveis. Mas ela não aguentou mais,
então se suicidou. Mas você foi tonta o suficiente para começar essa burrada de
novo!”
– Tá legal, não precisa me fazer sentir mal. – digo levantando
do sofá – e além do mais, sou eu que estou “amaldiçoada”, ou seja lá o que for,
não você! – então eu me lembrei de algo – você disse que eu era jovem e não
podia fugir, mas você disse isso como fosse uma saída!
– Ugh, é claro que eu disse isso! Só que eu me lembrei
disso depois!
– disse Cameron com raiva em sua voz. – E você poderia
parar de ser mal agradecida, por que se você não percebeu, eu sou o único que
me importa com você! – gritou Cameron.
Então ficamos em um silêncio constrangedor.
– Desculpa. – disse baixinho.
– Não faz mal. – disse ele se sentando no sofá. – E seu
pai? Nenhuma notícia?
– Não. – digo abaixando a cabeça – você me ouviu dizer.
Não sei nada. E Isso não pode ficar assim por muito tempo. Não vou sobreviver
só com o dinheiro que tenho.
- Não importa, não deixarei você passar necessidade. –
disse Cameron.
Então eu me senti mal, por ter pensado que Cameron
continuava a ser um psicopata. Talvez ele nunca fora.
- Mas, ainda assim, temos que ir para a escola. – lembrou
Cameron.
Ele tinha razão, ainda precisávamos ir à escola. Por um
minuto achei que estávamos atrasados, porém me lembrei de que ainda estava
amanhecendo.
– Você tem razão – murmuro.
– Então vamos. – disse Cameron se levantando do sofá.
– Mas, não está muito cedo?
– Ah, esperamos na escola.
Eu e Cameron fizemos nosso caminho á escola e ficamos
sentados em uma das carteiras de uma sala de aula deserta. Ninguém tinha
chegado além de mim e Cameron. Não por muito tempo. Cameron e ouvimos risos
ecoarem pelo corredor.
– Ela era uma idiota – ouvimos alguém falar e alguém rir
quando ele falava.
Logo eu e Cameron nos demos conta de que as pessoas eram
um grupo de meninos.
– Fica aqui – sussurrou Cameron levantando da cadeira.
Ele se levantou e foi em direção à porta. Ele ficou do
lado da porta ouvindo o grupo falar.
– É o Mike – sussurrou ele tão baixo que eu tive quer ler
sua boca para o entender o que ele estava falando.
– O grupo do Mike? – digo em um sussurro quase audível.
Cameron balançou a cabeça e continuou a escutá-los. A
Expressão de Cameron mudou para uma expressão de terror.
Cameron fez um sinal para eu me aproximar e continuou a
escutar.
Eu levantei da minha cadeira e fui em direção a porta e
fiquei ao lado de Cameron.
– Oh, Mike, que burrada você vez – disse um dos garotos.
– Ah, cale a boca, Ethan.
– Mas é verdade! – disse outro garoto.
– E você também Stewart. – disse Mike.
– Ah, Mike, você sabe que ela era a única que queria
participar. – disse Ethan – E o que você faz? Livra-se dela.
“Livra-se dela?“ repito para mim mesmo.
– Ah, aquela garota era um pé na bunda – disse Mike
sorrindo – não a suportava.
– Mas você tinha que suportar! – disse outro garoto.
– Lucas está certo – disse Stewart.
– Mas por quê?- perguntou Mike indignado.
– Por que ela era a única garota que participava de seus
desafios! – disse Stewart com a voz de que explicou isso muitas vezes.
– É cara, quem gostaria de ser mantida em um alçapão no
meio da floresta e depois ser perseguida por um de nós? – disse Ethan
– Cara, você vacilou! – disse Lucas.
Mike parecia estressado por que bateu a porta o armário
com raiva.
– Calem a boca, se ninguém participar, teremos que tomar
decisões precipitadas! – disse Mike mais sério.
Eu e Cameron nos entreolhamos.
– Um minutinho – disse Mike com o ar de que descobriu
algo.
Ouvimos os passos se aproximar e antes que pudéssemos mexer
um músculo, Mike pegou Cameron pela gola da camisa.
Mike era maior e mais forte que Cameron, ele não tinha
chance.
– Ora, ora. – disse Mike fazendo Cameron se aproximar
mais dele. – Olha quem achamos escutando a conversa.
Os amigos de Mike se aproximaram e começaram a rir, ao
ver Mike segurando o Cameron pela gola da camisa.
Cameron estava um tanto assustado, mas ainda assim não
estava com a expressão de pavor que eu estava.
– E a namoradinha também! – Disse Mike como o natal
tivesse chegado antes.
Cameron olhou para mim e disse “foge” sem som algum.
Hesitei em fugir, não deixaria Cameron nessas condições. Mas quando eu nem
sequer tinha terminado de pensar, alguém agarrou meus braços.
– Me solta! – eu disse fazendo tentativas inúteis de me
debater. O Garoto que me agarrara era dois de mim.
Mike começou a rir. E então encarou Cameron e depois a
mim.
– Vocês sabem demais. – disse Mike sério, mas logo ele
começou a rir – Vocês sabem demais... – repetiu ele caindo na gargalhada e eu e
Cameron nos entreolhamos. – Sabe o que isso significa? – disse Mike que ficou
sério de repente olhando para mim e Cameron – Vocês não podem ficar vivo mais
nenhum segundo.
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