Capítulo 3: Mike’s Dare.
Cameron e eu fomos a uma parte da floresta e não vimos
sinal nenhum de alguma pessoa.
– Acha que
está com medo? – me pergunta Cameron.
– Não faço
ideia. – Cameron e eu vimos o vulto novamente.
– Vamos. –
diz ele.
Corremos pela floresta e não achamos sinal
de pessoa nenhuma
– Droga,
perdemos de novo. – diz Cameron.
Cameron e eu
caminhamos pela floresta a procura da pessoa, mas não achamos nada. Cameron e
eu paramos assim que ouvimos um ruído.
– O que foi isso? – pergunto.
– Eu não sei – diz ele – tem como fazer um ruído de
madeira no meio da floresta?
Cameron e eu
demos um primeiro passo e escutamos o ruído novamente.
– Acho que vem daqui – diz Cameron olhando para baixo de
seu pé.
Eu me aproximo
de Cameron e ele espalha as folhas com o pé.
– Olha só – diz ele se abaixando – um alçapão!
Engoli a seco.
O Alçapão que vi da última vez não foi tão legal. Cameron abre o alçapão e
tenta entrar.
– Vai entrar? – pergunto um pouco assustada.
– Sim... Eu... – Cameron sai do alçapão ás pressas. – Tem
alguém ai! – disse ele assustado – Tem alguém ai!
– O quê?
Cameron se
levanta e vai para o meu lado. Uns segundinhos depois, sai uma menina com os
cabelos lisos e loiros.
– Começou? – perguntou a menina loira.
Eu e Cameron
nos entreolhamos.
– Começou o que? – pergunto.
– Porque você está aqui? – diz a loira apontando para
mim. – Você é da turma do Mike, né? – diz ela apontando para Cameron.
– Quem é Mike? – diz Cameron confuso.
– Se vocês não conhecem o Mike, porque estão aqui? – diz
ela voltando para o alçapão.
Cameron e eu nos
entreolhamos novamente.
– Acho que é melhor nós voltamos para casa. – sugere
Cameron.
– É. – digo.
– Ah, e Anne... – diz Cameron – pensa naquilo, OK?
Da primeira vez
eu não entendi muito bem o que ele quis dizer, mas logo entendi que ele quis
dizer sobre continuarmos ser namorados. Apenas balanço a cabeça e volto para a
casa.
A escola não foi muito legal como sempre. Achei que desde
o primeiro dia eles iam parar de cochichar toda vez que eu passo pelo corredor.
Sempre foi
assim.
Eu fico
imaginando o que assuntos eles arrumam para cochichar. Já ouvi “A Garota que
decapitou a cabeça de um cara” ou “A Garota que vê os mortos.”. Nenhum mais era
novidade.
Vou para a
aula de geografia e me sento em uma cadeira ao fundo. O meu lugar preferido nas
salas de aulas.
– Alunos, eu
tenho uma notícia para dar – ouvi a professora dizer.
Logo tudo
perdeu o som. Era como se alguém apertasse o botão “mudo” do controle da vida
real assim que eu vi Cameron entrar na sala de aula.
Eu vi as
bocas se mexerem, mas não ouvi nenhum som. Mas sabia que os alunos estariam
cochichando como “Ele era louco” ou “Ele é um assassino” ou até “o Pai dele foi
morto pela ex-namorada”.
A Profª.De
Luise continuava a falar e eu continuava ouvir nenhum som. Ela apontou para uma
carteira ao lado da Minha e Cameron me notou no fundo. Ele balançou a cabeça
como se estivesse dizendo “E aí?” e veio em minha direção. Eu só não reparei
que esse tempo eu estava de boca aberta.
Assim que
Cameron se sentou ao meu lado era como se tirassem o “mudo” da vida real.
– Oi – disse
ele sorrido –, surpresa?
Então eu
percebi que continuava de boca aberta.
– Um
pouquinho. – minto.
Ele ri.
– Minha mãe
disse que eu perdi bastante tempo de escola enquanto estava na clínica, então
ela falou para eu voltar o tanto quanto antes.
Balanço a cabeça concordando.
O Sinal tocou e eu e Cameron saímos e ficamos andando
pelo corredor.
– Aconteceu
alguma coisa ontem a noite? – pergunta ele.
– Ah, não.
Depois ficou tudo calmo.
– Ainda acho
estranho alguém tacar pedra na sua porta e depois fugir – disse ele – sem
contar que ainda achamos aquela garota maluca do alçapão.
– Espera – digo
olhando para uma menina que estava mexendo em seu armário. –, não é aquela ali?
Cameron olha e
desconfia.
– Sim – disse
ele continuando olhando para a menina –, é ela.
– O que você
acha que ela faz em um alçapão escondido no meio da floresta a noite?
– Ela citou um
tal de Mike, né?
– Uh, sim.
– Mike é
conhecido aqui por fazer esses tipos de “desafios”. Não sei qual é esse e nem
quero saber.
– Desafios? –
pergunto.
– Sim. Por
exemplo: No verão passado ele e a turma dele fizeram um jogo em que se a cada
resposta errada, a menina tinha que
tirar uma peça de roupa. Essas baboseiras.
– Ah...
– Mas, depois
não tinha muitas garotas que queriam participar, então eles sequestravam
garotas e as obrigavam participar.
– Como você sabe
disso tudo?
– Todo mundo
sabe. Isso deu a maior polêmica quando uma das garotas foi para a delegacia.
Talvez você não saiba porque você é nova aqui.
– Entendo.
– Não sei qual é
o joguinho deles agora, mas eu duvido que eles vão sequestrar garotas
novamente. Eles quase foram presos.
– É, acho que
você tem razão.
– Olha lá –
disse Cameron apontando para a garota novamente –, é o Mike.
Mike era um
cara alto com os cabelos castanhos e olho claro, tinha o físico forte, mas dava
para ver em seu rosto que não era um cara para confiar.
– Ele está
falando com a garota novamente. – disse Cameron –, talvez queira desafiá-la de
novo.
O Sinal toca.
– Tenho que ir – disse Cameron. –, te encontro mais
tarde.
– Até.
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