Capítulo 1: No Ordinary Day
Faz quatro meses desde que Emma se foi. Às vezes sinto a
presença dela quando vou ao lago estudar.
A Escola começou
e eu acho que eu não sou comentada lá. Só existe um bando de riquinhos no qual
ignoram a minha existência, mas para mim tanto faz.
Cameron ainda
não saiu da reabilitação, por mais que ele dissesse que logo voltaria, então,
não tinha ninguém que conhecia na escola.
Toda vez que
vejo uma garota com qualquer coisa semelhar com Margaret, fico com um aperto no
coração e minha vontade é me tacar no chão e começar a chorar. Não consigo
superar a morte de Margaret e toda vez que eu penso em chorar, tento colocar em
minha cabeça “Não chore porque acabou, sorria porque aconteceu”, mas não estava
mais fazendo efeito.
Fecho os meus
livros e volto a observar o lago. O Lago estava azul brilhante e a floresta
mais verde. O dia estava ensolarado perfeito para um piquenique. Mas com quem
eu iria fazer um piquenique? Meu pai? Não. Ele estava achando que eu sou louca
desde que eu achei o corpo de Emma. Ele mal fala 10 palavras comigo por dia, a
não ser se for necessário. Ele saia com Violet com mais frequência e apenas me
deixa um bilhete. Minha vida não melhorou como eu imaginava depois de tudo. Mas
ainda era melhor que antes. Um pouco.
Pego os meus
livros e o coloco-os dentro da minha mochila. Coloco a alça da mochila no meu
ombro e me deparo com uma figura, bem no longe da floresta. Era um pontinho
branco no meio de vários pinheiros. Emma? Não. Era outra pessoa. Talvez alguém
vivo, mas não conseguia ver direito. Então perdi o pontinho brinco de vista que
sumiu entre os pinheiros. Balanço a
cabeça e faço o caminho para minha casa.
Chego em casa e
como imaginava, meu pai não estava lá. Jogo a mochila no sofá e vou a cozinha
pegar um copo de suco.
Ultimamente não
conseguia tirar Cameron da minha cabeça, dá última vez que o visitei foi o
mesmo dia que eu achei o corpo de Emma. Quase quatro meses atrás. Gostaria de
visitá-lo novamente, mas não tinha certeza se alguém me levaria para fora da
cidade. Meu pai nem falava comigo e eu nem sabia o que aconteceu com o Policial
Billy.
Coloco o copo na
pia e respiro fundo. Precisava visitar Cameron, eu poderia ir de ônibus.
Procuro no
balcão da cozinha algum bilhete de meu pai avisando quando iria voltar, mas não
encontrei nada. Ele agora nem me avisa quando vem. Sei que cheguei em casa
agora, mas não estava com vontade alguma de ficar em casa sozinha. Mesmo que
não houvesse nada, eu me sentia solitária. Sair na rua e vê gente fazia a
tristeza me abandonar. Sentia-me muito sozinha desde que achei o corpo de Emma.
Uma ideia veio a minha cabeça; hoje eu poderia visitar Cameron.
Eu realmente não
tive nenhuma notícia dele, mas pelo que escuto falarem, ele ainda estava na
reabilitação e ele não estava nem um pouco curado. Cameron não estava louco,
desde que o visitei eu vi que ele continuava normal. Mas, se aquele lugar não o
deixou louco, eu acho que ele estaria como da última vez que o vira.
Sento-me ao banco do ponto de ônibus e fico esperando.
Não tinha ninguém no ponto além de mim, era óbvio. A Maioria dos moradores
daqui só pegavam ônibus para sair da cidade ou algo do tipo. O resto era tudo
perto que dava para chegar a pé e só ficar um pouco cansado. Parece que hoje eu
seria a única a sair da cidade além do meu pai.
O Ônibus parou
e eu entrei nele. Paguei o motorista e me sentei a um dos bancos do fundo.
Tinha apenas umas três pessoas no ônibus tirando eu e o motorista. Tive a
impressão que eles não eram de Skygrooove.
Encostei minha
cabeça na janela e observei a placa “Skygrooove agradece a visita, volte
sempre!” e reparei em algo que acho que nunca reparei antes; o número de
população da cidade. Estava 827 pessoas, o que no caso era muito pouco. A
Cidade era realmente muito pequena.
Logo o ônibus
parou uns três quarteirões antes da clínica. Teria que andar até lá, mas não me
importava.
Passei pela
porta de vidro da clínica e vou fui em direção a recepcionista. A Recepcionista
aparentava ter uns 21 anos e tinha seu cabelo preto amarrado em um coque
apertado. Quando cheguei perto, ela nem se quer percebeu minha presença e ficou
olhando para o computador em sua frente.
– Com licença – digo.
Ela dá sua
atenção a mim e me olha como se eu tivesse interrompido algo importante. Ela
estava com raiva.
– Eu poderia visitar Cameron Groove?
– Tem horário marcado?
– Bom, não eu...
– O Paciente foi embora ontem pela tarde – ela me cortou.
– Ontem?
– Aham – ela fala enquanto dava atenção ao computador.
– Então ele foi embora ontem à noite – digo para mim
mesma.
– Você quer que eu desenhe? – disse a recepcionista
ironicamente e me olhando como se eu fosse uma criança burra de sete anos.
Por alguma
razão, tive uma imensa vontade de tacá-la de um precipício. A Recepcionista
olhou para mim e entediada.
– Deixe suas sugestões em nossa caixa de sugestões e faça
nossa clínica melhorar! – disse ela sem emoção alguma.
– Vou fazer o favor de escrever para te demitirem. – digo
enquanto saio da clínica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário