Capítulo
12: Every end ends in death?
Sento-me a mesa de jantar e começo a comer o meu miojo
que tinha preparado. É claro que eu sei preparar outras coisas, porém estava
sozinha na casa e não estava com fome. Só fiz porque precisava me alimentar.
Coloco o garfo em minha boca e eu ouço um barulho...
Vindo do andar superior. Coloco o garfo de volta ao prato e presto mais
atenção. O Barulho se repete e eu consigo ouvi-lo com mais clareza. Eram
passos, passos apressado no segundo andar. Os passos eram firmes e fortes e
muito, muito altos. Eu sei que estou sozinha em casa. Margaret continua em seu
encontro com Tyler que está durando mais de 3 horas. Não recebi mensagens,
chamadas, nada!
Os passos continuam, cada vez mais apressados. Penso em
apenas me concentrar no miojo, não quero saber o que há no andar superior.
Quando estava na metade do meu miojo (os passos já
pararam) escuto um choro, de uma garotinha, que no caso pode ser Elisa. O Choro
era baixo e infeliz que chegava a dá pena. Logo o choro começou a ficar mais
desesperado e comecei a ouvir gritos. Gritos de dor. Quando percebi meus olhos
estavam cheios de lágrimas e eu me sentia triste. Eu não sei por que estava me
sentindo assim, não tinha nada demais para me fazer triste. Mas mesmo secando
todas as lágrimas em meu rosto, elas continuavam a cair. Os gritos/choro
pararam e a casa ficou em silêncio. Coloco o meu prato na pia, ainda na metade,
porém perdi todo o apetite.
E agora, eu estava ouvindo alguém cantar. Cantava
calmamente. Era o canto de Elisa, que de uma hora para a outra, estava
cantando, cantando como nada tivesse ocorrido. O canto ecoava a todo canto da
casa, sendo incapaz de saber de onde vinha. E ele continuava cada vez mais
alto. As lágrimas que automaticamente caiam pararam, mas o canto não. Não era
realmente irritante e poderia ser facilmente ignorado, ou não.
Ligo a TV e a deixo mais alto do que o canto de Elisa e
ligou diretamente na TV local, onde passava outra matéria dos desaparecimentos
de garotas da minha idade.
Falava de uma menina se chama Amélia que tinha
desaparecido por volta da madrugada de ontem. Não presto muita atenção, estou
preocupada com Margaret, são 22h45min agora e eu não recebi nenhuma notícia
dela. Escuto meu celular e imediatamente o pego do meu lado ao sofá e eu fico
desapontada quando vejo que é Cameron. É claro, eu o amo, porém estava muito
preocupada com Margaret. Atendo o telefone e ouço alguém chorar. “Estamos
recebendo outra notícia” consigo ouvir a repórter dizer na TV. Antes que eu
possa dizer alô, uma voz reconhecível me interrompe:
– Anne? Anne... Eu acho que Margaret... – Diz Tyler
chorando muito. “Parece que há uma nova vítima” ouço da TV – está morta.
Meus olhos estão brotando lágrimas mais do que estava
antes, quando estava chorando sem motivo. “Anne?” escuto do outro lado do
celular.
– Como é que você sabe? – digo sem emoção.
– Eu preciso de você aqui para explicar – disse ele
chorando – Eu mandei Cameron te buscar, não consigo falar mais nada ao
telefone.
Em seguida ele desliga o telefone e eu
consigo ouvir a buzina de Cameron. Vou à varanda e vejo o carro de Cameron
estacionado à frente da varanda. Entro no carro e me sento ao banco do
passageiro e fico olhando para baixo. Estou sentindo milhares de coisas. Culpa,
desespero, raiva, tristeza e outros que não consigo definir. Cameron coloca a mão
em meu ombro e eu esquecera que ele estava ali.
– Eu sinto muito – ele disse com a voz baixa.
Eu apenas volto a
olhar para baixo.
Cameron tentou puxar varias vezes conversas, porém ele
percebeu que eu o não respondia e parou de tentar. Eu acho que estava sendo um pouco grossa o ignorando,
mas eu não tinha cabeça para nada, eu realmente não podia responder ninguém.
Olho para Cameron que está dando sua máxima atenção à
estrada. Olho as suas mãos que estou segurando o volante, apesar de parecer que
ele está segurando firme, eu consigo ver que as mãos dele estão tremendo.
Assim que estacionamos, saio apressada do carro e vou à
direção de Tyler que estava do outro lado da rua em frente ao restaurante que
levara Margaret.
– Pra quê tanta pressa? – ouço Cameron apertando os
passos para me alcançar atrás de mim. Eu apenas o ignoro.
As estradas
estavam desertas, e eu facilmente atravessei sem ter que esperar nenhum carro.
Na frente do restaurante policias o cercaram e um deles estava falando com
Tyler. Tyler estava chorando e assustado. Chego o perto de Tyler e sem pensar,
começo a agredi-lo.
– Por quê? Por quê? – grito com lágrimas em meus olhos –
Por que fez mal a Margaret?
Cameron me
agarra, para parar de socar Tyler no peito. Começo a chorar mais do que chorei
em toda a minha vida.
– Eu não fiz nada! – se defende Tyler – Ela disse que ia
falar com alguém e me disse para esperar. Ela não voltou, eu achei que ela
tivesse fugido de mim, tentei ligar pra você, porém não sabia seu número. Então
eu a procurei em todos os lados. E eu achei isso.
Tyler mostra o
celular de Margaret.
– Eu achei no chão das florestas para lá – ele aponta
para o norte – eu fiquei desesperado. Então liguei para Cameron, pedindo ajuda.
Depois de
terminar de falar, paro de tentar fazer Cameron me soltar. Então as lágrimas
simplesmente param. Eu estava com tanta raiva que não apontei para os fatos. Eu
já vira o assassino antes, e o físico dele e de Tyler era diferente. Muito
diferente.
Agora senti meus olhos queimarem por causa das lágrimas.
Cameron finalmente me solta e eu caio de joelhos na grama rodeada ao
restaurante. Tyler colocava a mãe na cabeça e andava de um lado para o outro,
inquieto. O policial que estava com Tyler antes se aproxima e pergunta se Tyler
achou alguma pista ou viu algo. Tyler apenas lhe entrega o celular de Margaret
e o diz como o achou.
– Eu testemunhei algo! – grito sem perceber.
O Policial olha
chocado para mim e Cameron parece ter ficado mais pálido.
- O que você tem? – diz o policial para mim
– Uns dias atrás, eu estava caminhando na rua a
madrugada, porque tivera insônia – digo mentindo a última parte – eu vi um
cara, uns dois centímetros mais alto do que Tyler e ele usava um capuz preto.
Ele parecia ter a idade do meu pai, que tem 45 anos e ele golpeou a cabeça de
uma menina da minha idade. Não é muito, mas acho que ajuda bastante.
O policial
concorda e sai.
Entro no carro de Cameron, depois de muita discussão,
Cameron me convenceu de ficar em sua casa, ele sabia que eu estava abalada e
não queria que eu ficasse sozinha. Dito por ele mesmo, os pais deles foram á um
lugar que planejaram há meses e só voltariam daqui dois dias.
Depois de muita estrada (Já que o restaurante que Tyler
levara Margaret ficava quase na saída da cidade) finalmente chegamos a Casa de
Cameron.
Cameron me guiou até o sofá da sala e beijou minha testa.
– Tudo vai ficar bem – disse ele me incentivando.
Não saberia como
as coisas iriam ficar bem. Ninguém tem uma pista sobre o assassino e nenhum
corpo de todas as meninas que foram assassinadas foi achado. Porém, eu deveria
ficar feliz com Cameron ao meu lado. Na verdade, eu estou.
– Cameron, obrigada. – eu digo.
Cameron me
abraça:
– Não precisa me agradecer, eu sou seu namorado, eu tenho
que fazer essas coisas. – disse ele.
– Eu te amo. – digo a ele.
– Eu também me amo – ele brinca e eu dou um soco no seu
braço. – Eu estou brincando. É claro que eu te amo, Anne.
Cameron e eu nos
aproximamos e eu já consigo sentir o calor de seus lábios. Ele me beija intensamente
como nunca me beijara antes. Era um sentimento incrível e eu não conseguia
descrever em palavras. Mas eu estava mal, mal pela Margaret, porém não consegui
parar o beijo, era viciante. Mas uma voz, uma voz na minha cabeça me diz para
eu abrir os olhos – as vozes eram minha, claro. – eu senti um grande impulso de
abrir os olhos e eu fiz.
No primeiro segundo eu estava vendo o Colar de Margaret
de coruja pendurado na estante da casa de Cameron e no outro eu senti uma dor
atrás da minha cabeça fazendo-a latejar e tudo começara a ficar escuro até eu
cair inconsciente.
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