Capítulo
18: She's not what it seems
Ok, se eu morresse, mesmo assim, eu escutaria a história
toda, mas eu ia morrer sem saber da história, então, eu acho que eu nunca iria
descansar em paz sobre isso. Meu único pensamento foi me jogar no na pista, na
pista dura e deserta. Elisa só esfaqueou o ar e eu acho que ela não era tão
ágil com armas quanto parece. Elisa demorou pelo menos uns 2 segundos que eu
estava me engatinhando na pista pra fugir dela, então ela me viu e eu levantei
e sai correndo. Precisava de ajuda e de respostas. Mas principalmente de ajuda.
Sai correndo em direção do nada e o céu estava escurecendo, para minha
desgraça. Elisa, por sorte, era muuuito lenta e isso me ajudou. Em um momento
ela não parecia tão ameaçadora. Quero dizer, seu pai fizera todo o trabalho
sujo e ela nunca fez nada, além de trabalhar em uma padaria e ser mimada. Elisa
me lembrou de uma garota meio que má e patricinha na minha escola na
Califórnia, ela se chamava Amanda e ela era mais fresca que qualquer coisa.
Além de burra, muito burra, claro.
Elisa continuou correndo atrás de mim e eu estava
começando a ficar cansada. Entrei em grande portão de ferro que estava ao lado
da calçada. Eu sabia exatamente o que aquilo era... Um cemitério. Eu, que
estava de sapatilha, a sujei toda de terra. Fiquei mais cansada ainda. Então me
escondi atrás de um dos túmulos. A Pessoa deveria ter morrido muito tempo,
porque sua lápide estava bem apagada, mas eu acho que estava escrito algo como “Nada
é o que parece ser. Poucos você pode confiar, então os valorizem.” Uma frase
confusa e ao mesmo tempo legal.
Não estava ouvindo os passos de Elisa então eu ouvi um
grito. Um grito perturbador.
O Grito era de gelar a alma de qualquer um. A Pessoa que
gritou parecia está em um medo como nunca sentira antes e por causa disso, eu
sai de trás do túmulo.
Olhei em volta e não vi nada, mas acho que vi um cabelo
loiro de relance com o canto do olho, voando aos ventos. Olho para a esquerda,
onde tinha visto o cabelo de relance, e não vejo mais nada. A Pessoa teria dado
outro grito de gelar a alma novamente e em seguida um choro miserável. Eu
consegui ouvir de onde vinha.
Fui a uma das covas e vi Elisa, com o pé quase virado ao
contrário e chorando, dentro da cova. Ela tinha caído. Não entendi o motivo de
ela ter gritado pela primeira vez, mas na segunda eu tinha entendido.
– Socorro – pediu Elisa com uma voz bastante baixa e
rouca que quase não reconheci.
Não iria ajudá-la,
não iria pedir ajuda. Deixaria ela ali.
Não sou má, nunca fui. Mas... Essas pessoas fizeram algo
horrível, elas realmente não mereciam viver. Parece cruel, mas é que o mundo é.
Você realmente odeia quando uma personagem salva o vilão que tentara matá-la e
depois a esfaqueia pelas costas, certo? Bom, eu também e eu tava deixando o
vilão morrer. Antes que pense que eu sou má, ela correu com uma faca atrás de
mim.
– Por favor – disse Elisa com a voz mais rouca ainda.
Fechei meus olhos com força e não queria vê-la
daquele estado. Dou meia volto e saio. Então a missão foi em vão, quero dizer,
o meu principal motivo disso foi achar respostas. Mas apenas tive uma quase
morte. Então uma coisa veio a minha cabeça. Eu podia usar a situação de Elisa
ao meu favor. Volto para cova que Elisa tinha saído e ela continuava lá.
– Me ajude, por favor! – disse ela com voz de choro e meio
rouca.
– Elisa, se você quiser ajuda, me conte tudo o que
aconteceu com Emma.
Elisa chorou um
pouco, suspirou e começou a falar:
– Tá legal! – disse ela se dando por vencida. – Quando tínhamos
quatro anos, eu odiava Emma. Ela sempre era a mais amada e doce na cidade antiga.
Mesmo sendo tão nova, já tinha inveja e já era inteligente. Falei para o meu
pai, que queria ser um cientista, que Emma era má, assim que nós se mudamos
para cá. – explicou ela – Como um adulto acreditaria em uma garota de quase
quatro anos? Não iria. Como era gêmea de Emma, fazia coisas horríveis e dizia
que eu era Emma, não Elisa. Meus pais quase nunca souberam quem era Elisa e
Emma. Eu sempre inventava coisas fora do comum e chorava de soluçar falando que
Emma teria se transformado em um tipo de demônio. Ninguém a deixara sair de
casa. Mas mesmo assim, inventei coisas piores, e foi assim que ela ficou
trancada no alçapão. Eu meio que tinha um poder de convencer as pessoas. Meu
pai fez vários tipos de experiências com ela, como tirar seus olhos e colocar
um tipo de transplante que ele inventara – me lembrou dos olhos azuis no pote –
ela tinha o rosto costurado, era horrível. Minha mãe nunca deixou eu ou Ethan
chegar perto do alçapão achando que ela poderia nos matar ou coisa assim – ela deu
uma pequena risada meio psicopata, mas logo parou por causa da dor. – Minha mãe
tinha um amante, porque meu pai começou a dar muita atenção a Emma do que ela.
E o amante se chamava Denis – senti um frio na espinha quando ela pronunciou o
nome “Denis” – Ele me amava, ele era fascinado pela minha beleza, até hoje era.
Ele dizia que namorava minha mãe apenas para me ver, não que ele fosse um
pedófilo, mas era psicopata. Eu sabia que ele seria o pai perfeito para mim. Por
pura sorte, Emma, tinha se soltado do alçapão e estava matando todos. Ethan,
não era alguém que ela iria matar, ele sabia que eu era má e não Emma. Emma o
deixou vivo, eu não podia deixar isso acontecer...
– Matou Ethan!? – interrompo-a e Berro. As palavras
apenas saíram antes que eu percebesse.
– Sim! – disse ela com a voz cheia de dor – eu o matei!
Depois dessa,
minha vontade de ajudá-la sumiu.
– Eu consegui fugir e Denis me adotou, eu não sei o que
aconteceu com Emma, ela morreu óbvio, mas não sei como. E essa é a história,
agora me ajuda!
Os próximos momentos foram os bombeiros tirando Elisa da
cova e a colocando em uma maca que foi para ambulância. Eu dando queixa para a
polícia contando tudo que ocorrera com Elisa. Agora, Emma poderia descansar em
paz.
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