Capítulo 20: The Light
O Policial Billy me levou de volta para casa, ele me
disse que Cameron parecia perfeitamente normal e que talvez só estivesse lá
porque queria se afastar das pessoas. Louco ele não era, ele tinha certeza.
Fiquei pensando no que ele me disse, ele tinha razão sobre isso, Cameron
parecia perfeitamente bem, como sempre foi, mas estava escondendo algo. Talvez
quisesse ficar afastado um tempo até essa bomba toda abaixar e as pessoas não
verem ele como um assassino ou um psicopata.
Abro a porta de
casa, mas assim que abrir, sinto que eu entrei no lugar errado.
Eu talvez devesse está sonhando acordada, eu não sei. Era
como se eu entrasse em uma ilusão assim que pisei em casa.
Estava em uma
floresta, estava de manhã, estava quieto e a floresta estava coberta de neve.
Logo comecei a sentir muito frio, e uma tempestade se formou. Vi alguém, alguém
com um capuz preto, correndo pela floresta, mas então eu voltei à realidade.
Meu pai estava
gritando meu nome e perguntando o que aconteceu. Ele estava ajoelhando ao meu
lado e eu estava no chão.
- Anne? Anne? Você está bem?
Sento-me ao
chão.
- Sim, estou, eu só... Eu... Eu não sei explicar.
- O importante é que você está bem. – disse ele me
ajudando a levantar.
Meu pai me disse para eu ficar na cama, caso algo acontecesse
novamente. Fiquei olhando para o teto tentando pensar no que aconteceu. Quem
era a pessoa no capuz? E como... Como eu tive esse tipo de ilusão, eu sei lá?
Seria de Emma? Mas o que ela queria me mostrar.
Fecho os meus
olhos com esperança que tivesse essa ilusão de novo, para saber algo. Em um
tempo, nada aconteceu, mas depois aconteceu,
“Estava na floresta novamente, continuava frio,
continuava de manhã e a mesma pessoa estava correndo pela floresta. A Pessoa
era pequena, provavelmente era uma criança que só poderia ser Emma. Ela parou e
olhou para os dois lados, até que me viu. Ela disse algo, eu consegui ler sua
boca “Me Ajude” foi o que ela disse. Tentei dizer algo, mas minha voz não saiu.
Ela continuou a correr. Emma continuava com a pele costurada, muito pálida,
como se nunca tivesse visto o sol em sua vida, mas pálida que eu. Os olhos dela
eram parecidos com uma bolinha de gude preta, não entendi como ela conseguia
enxergar, mas Elisa me falara que tudo que ela passou não foi totalmente em
vão. Os cachos loiros de Emma saiam do capuz e caia em seu ombro. Ela
continuava correndo para o outro lado da floresta então a segui. Mas quando eu
cheguei lá, ela tinha sumido. Ela não estava mais em lugar nenhum...”.
Volto á realidade suando um pouco e me sento a beirada de minha cama. Tomo respirações
profundas e tento entender o porquê de ela ter sumido. Teria sido sequestrada?
Meu pai bate na
porta e eu o mando entrar.
- Anne, com tudo que você passou esses últimos dias... Eu
estava pensando em levar você para distrair a cabeça um pouco. Sabe... Um
momento pai e filha? – balanço a cabeça para ele prosseguir. – Que tal de irmos
hoje a um restaurante para jantar? – ele levantou a sobrancelha – Fora da
cidade – ele acrescentou.
Dei um largo sorriso e ele sorriu também.
Estava a frente do espelho me arrumando. Sair da cidade
era o que eu realmente precisava. Sair da cidade me faria esquecer um pouco
dessa história confusa de Emma, de Cameron e das visões estranhas que estou
tendo. Era realmente tudo que eu precisava.
Dei uma última olhada ao espelho e apenas me
vejo do jeito que imaginei; Rosto pálido, cabelos escuros até o ombro, um pouco
de maquiagem e um vestido listrado um pouco acima do joelho. Estava perfeito.
Desço as
escadas e vejo meu pai ao telefone.
- Aconteceu alguma coisa, pai?
- O que? – olhou ele confuso para mim nas escadas. – Uh,
ah, não... – ele parecia um pouco nervoso – nada, não aconteceu nada. – ele hesitou
em não falar, mas acabou dizendo – Eu sei que era para ser um momento pai e
filha, mas Violet vai está lá... – ele dá um suspiro um pouco triste e
preocupado – você vai se importar?
- Claro que não pai. – digo com um sorriso – vai ser
legal conhecer Violet um pouco.
Ele deu um
sorriso feliz e voltou a falar ao telefone.
Realmente
não me importava, seria só uma companhia mais, que não era dessa cidade. Estava
tudo bem.
Violet não estava no carro comigo e meu pai, ela achou
que só atrasaria o jantar e tudo mais. Então já foi direto ao restaurante e
combinamos nos encontrar lá.
Foi um alívio
ver a placa “Skygrooove agradece a visita, volte sempre!”. Apesar de que não gostava
muito da parte “volte sempre”.
Meu pai foi
diminuindo a velocidade e eu já
conseguia ver o restaurante. Ele era enorme, todo branco e chique. O nome
estava escrito em um grande letreiro iluminado. Era francês – “L'amour” – que significava
“amor”. As luzes o rodeavam por inteiro e
minha ansiedade pare ver por dentro só aumentara.
Meu pai abriu a
porta para mim e fomos à direção da porta do restaurante, estava tão animada
que esqueci sobre tudo o que me preocupava.
Atravessei a
porta com a curiosidade maior ainda para ver como era por dentro, porém, só
tinha neve, neve e mais neve – estava naquele lugar de novo.
O Frio da floresta congelou instantaneamente
meus ossos e fiquei tremendo de frio. Vira Emma correndo para a parte de cima
da floresta com o seu capuz preto. Não pensei duas vezes e sai correndo em sua
direção.
Não perdi de
vista Emma dessa vez, ela continuava correndo, com medo.
Quando
chegamos a um ponto da floresta atrás de minha (nossa) casa que nunca vira
antes, Emma foi para o lago congelado e eu sabia o que iria ocorrer. Exatamente
o que eu pensei aconteceu. Uma parte do lago congelado se quebrou e Emma caiu
imediatamente nele. Não tinha como se segurar e nem como pedir ajuda.
Minha visão
mudou, não estava mais na floresta coberta de neve, agora estava dentro do lago
congelado vendo Emma se afogar.
Mesmo com sua
aparência um pouco perturbadora, ela parecia ter um rosto angelical. Mesmo que
matara seus pais, que teve o corpo completamente costurado, Emma não parecia
má, não parecia mais assustadora e agora, eu conseguia ver ela como uma
criança. Uma criança que sempre foi.
Uma luz ofusca
meus olhos e eu consigo ver o lindo teto do restaurante com um grande lustre de
vidro pendurado nele. Também consegui ver milhares de gente a minha volta
preocupados com o que acontecera. Vi o rosto do meu pai se aliviar quando vira
que eu acordei.
- Graças a deus, Anne – disse meu pai dando um suspiro de
alívio.
As pessoas que
estavam me olhando me ajudaram a me levantar e ficar ao meu lado até eu me
sentar a mesa que Violet reservara.
Assim que sentei
só fui afogada com perguntas, mas a única coisa que disse foi “chame a polícia”.
Ambos se
entreolharam e me olharam como se eu fosse louca, mas eles viram que eu estava
séria e fizeram o que pedi.
Estava vestido o paletó que meu pai me emprestou enquanto
ficávamos a beira do logo esperando que os policiais encontrassem o corpo de
Emma. Eu fui afogada novamente em perguntas do tipo “como você sabe que o corpo
de Emma está lá?” ou “Como você sabe que existi uma Emma?”.
Eu expliquei,
mas acho que não acreditaram em mim.
Logo um dos
polícias trás um pano embrulhado em seu e colo e vem a minha direção,
- Se Emma realmente morreu afogada no lago não sabemos,
mas sabemos que realmente havia um
cadáver lá – disse o policial erguendo o pano e me mostrando uns pedaços de
esqueleto humano – acho que era de Emma. Ela ficou realmente muito tempo lá e ninguém nunca soube
dela. – o policial suspirou – deve ter sido horrível.
Eu realmente acho que acabei com o Jantar, meu pai, acho
que começou a ter medo de mim, porque em uns momentos me olhava estranho no
caminho para a casa, como se eu fosse o matar ou como se eu visse um morto a
cada segundo.
Chegamos a casa
sem falar nada, ele nem se quer deu boa noite para mim e eu também não dei para
ele. Mas pelo menos, agora eu tinha certeza que Emma estava em paz.
Nas semanas que foram vindo, nada aconteceu. Nenhum meio
sobrenatural ou paranormal, nada.
As aulas estavam
se aproximando, entraria pela primeira vez na escola de Skygrooove e eu tinha
medo como às pessoas reagiriam em me ver. Não estou aqui nem um ano e já fui a
mais falada da cidade nas semanas passadas.
Peguei o meu
romance que comprei em uma loja de livros aqui perto de casa. Os livros eram
antigos, mas era exatamente assim que gostava.
Subi a floresta
que fica trás da minha casa e me sentei a uma pedra em frente ao lago.
Depois de ler
um pouco das páginas de meu livro, dei atenção ao lago, que estava azul claro.
Ou eu estava ficando louca, mas ele começou a se iluminar e no canto do lago,
molhando os pés, estava Emma, sem nada no rosto, apenas sua cara angelical que
tinha antes de ser acusada de coisas que nunca fizera. Ela estava em um vestido
florido e estava descalça. Ela olhou para mim deu um sorriso e desapareceu na
luz do sol.
Agora eu tinha
certeza que meu trabalho estava feito.
Fim da primeira temporada. Segunda logo, logo!
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