Capítulo 17: Walking to a Trap.
Agora minha cabeça estava cheia de perguntas. Tudo ficava
mais confuso a cada segundo. Quero dizer, tudo que eu entendi foi: Os Conley
eram trigêmeos e não gêmeos. Elisa nunca morreu. Os Conley não eram nada
inocentes como parecia e quem mataram eles foi Emma.
Únicas perguntas respondidas. Eu tinha que resolver isso o mais rápido
possível e quem poderiam ter essas respostas era Elisa.
Fico parada em frente de uma casa ao lado da padaria. Não
sei se deveria passar por lá, quero dizer, eu matei o pai dela, ela
provavelmente me odeia. Bom, não é literalmente pai dela, mas ainda era pai
dela. Ah, você entendeu.
Respiro fundo e vou à direção da padaria e entro.
Elisa iria provavelmente me cumprimentar, até vê quem era
que estava parada em frente ao caixa.
– Elisa, precisamos conversar. – Digo em um tom bastante
sério.
– Sobre meu pai? – diz ela nada surpresa – Não se
preocupe, ele era só um psicopata. Quando tinha sua idade, estava com uma autoestima
muito baixa, então só pedissem que as garotas bonitas que implicavam comigo sumissem.
– disse ela fazendo uns gestos exagerados com a mão quando ela disse a palavra
sumissem – Não sabia que ele realmente iria fazer isso.
– Uh, então tá tudo bem? – Pergunto como se eu fosse uma
garotinha de cinco anos com medo de um monstro no armário.
– É claro que sim, bobinha. – disse ela sorrindo para
mim. – Falando nisso, você quer sair comigo?
– S-sair? – gaguejo.
– Sim! Sair! – disse ela com um enorme sorriso. – Bom
você não pode beber ainda, é claro. Mas eu conheço um shopping fora da cidade
que é maravilhoso! Podemos fazer compras lá, e talvez ir ao cinema... Oh, eu
pago!
O Jeito que Elisa disse, foi como Margaret.
Meu coração doeu quando eu pensei em Margaret. Apenas faço que sim com a cabeça
e ela dá outro sorriso.
- Ok, então, vamos no meu carro. – disse ela dando uma
piscadela.
Eu realmente não sabia se Elisa realmente sabia de algo,
mas tudo me fez pensar que não. Eu segui Elisa até o carro e ela fechou a
padaria. Tinha uma placa escrita “Estamos de Luto” na porta da padaria que eu
não tinha percebido antes.
– E desculpa por faltar o trabalho...
– Não se preocupe. – disse ela.
“Você não vai mais
precisar” eu juro que foi o que ela sussurrou. Ou eu estava paranoica. Quando
me virei, vi uma garota na esquina, Emma. Emma continuava com a sua mesma
aparência assustadora que eu vira tantas vezes que nem mais me dava um pingo de
medo. Emma fazia que não com a cabeça, ela queria me alertar algo. Eu sabia que
Elisa ia tentar algo, mas eu tinha que descobrir o que era. Eu tinha que me
arriscar.
- Elisa... – me viro para ela – Precisamos ir a minha
casa, preciso pegar minha bolsa.
- Tudo bem. – ela concorda e tira a chave do carro da
bolsa.
Chegamos a minha casa, e eu não sabia o que colocar em
minha bolsa. Eu queria por algo que pudesse me defender, mas nada grande cabia
na bolsa.
Uma faca. Uma faca é o que preciso. Uma enorme faca de
cozinha. É isso.
Ouço Elisa buzinar lá fora.
– Já vou – grito.
Pego rapidamente
minha bolsa que estava em cima do sofá e pego uma faca de cozinha e a coloco
depressa.
– Até que enfim. – diz Elisa que me viu trancando a porta
da casa.
Entro no carro
bastante desconfortável.
– Você está bem?
Balanço a cabeça
concordado.
– Então vamos lá. – diz ela em meio que um tom ameaçador.
Coloco o cinto
de segurança e Elisa aperta o volante com força. Ela se olha no espelho e damos
a partida.
Elisa ficou concentrada apenas na pista. Nada aconteceu
agora, mas quanto mais nada acontecia, mais com medo eu ficava. Eu não podia
saber se era um bom sinal ou não.
Me virei para Elisa e ela deu um sorriso meio sinistro.
– Estamos quase lá. – ela meio que cantarolou.
Engulo a seco e
apenas balanço a cabeça para frente. Estava perto, muito perto...
Mas em um movimento inesperado, Elisa agarrou a minha
bolsa e puxou o freio de mão. Saiu o carro às pressas e fiz o mesmo.
– Uma faca, sério?
– disse Elisa segurando minha faca em sua mão. – Ou você está muito traumatiza,
ou você sabia... – disse ela admirando a faca em sua mão. – Emma, não é? Não
foi ela que te contou.
– Você sabe sobr...
– Sonho com ela todas as noites. – diz ela me interrompendo. – Todos os sonhos
diferentes... Ela sempre me torturando...
Tento dizer algo,
mas sou interrompida novamente.
– Eu sempre consegui o amor dos meus pais, sempre. Eu a
fiz... – ela se interrompe. – Você vai morrer sabendo exatamente nada!
Grita ela indo a
minha direção.
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