quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 6 {A Scream}


Capítulo 6 : A Scream.

Ouço um barulho de gota d’água caindo distante. Algo está pingando. Abro os olhos e me vejo em um lugar que não me lembrava de estar.
 Tudo está coberta com uma névoa densa e eu não consigo ver nada além dela. Continuo a escutar algo pingando, mas não consigo ver de onde vem.  Dou um passo à frente e vejo que o chão está coberto de água. A Água chega aos meus calcanhares. 
O ritmo das gotas caindo de algum lugar começa a acelerar como se estivesse com medo de algo ou estivesse avisando algo.
“ajuda” ouço um sussurro de longe. “por favor” a pessoa sussurra novamente. Olho freneticamente para os lados, mas tudo que eu consigo ver é apenas a névoa branca. Olho para o chão e vejo a água cristalina molhando meus pés.
As gotas estão em um ritmo muito acelerado e a névoa parece está sumindo. Mas na verdade está apenas mudando de cor. O meu coração acelera de acordo com o ritmo das gotas caindo e a névoa muda de cor para vermelho sangue. Os sussurros agora viraram um grito desesperado por ajuda e a água em meus pés virou sangue. Tudo começa a girar e eu sinto que a névoa está indo me atacar.
Acordo suando frio ao lado de Cameron dentro da barraca. Continuo com uma respiração ofegante e tiro uma camada de suor na minha testa com as mãos. Saio da barraca e vejo que ainda é noite. Eu não me lembro de ter dormido. Tudo que eu posso ouvir são os grilos, porém o som é abafado pelo vendo forte.
A Fogueira que Cameron fez agora estava apagada e eu estava com bastante frio. Me arrependo de não ter trazido um casaco.
Cameron continua dormindo e eu penso não acordá-lo.
Por um momento acho que ouvi uma risada de longe, mas foi só minha imaginação. As árvores começam a fazer barulho por causa do vento e eu me deito novamente.
Por algum motivo fiquei apavorada como nunca ficara antes. Não chegava exatamente ser um pesadelo, só um sonho ruim. Mas aquilo me deixou assustada pra valer.
Percebi que minha respiração continuava descoordenada. Pensei em um momento em acordar Cameron, mas ele parecia está em um sono profundo então desisti. A risada. Eu a ouvi novamente e agora parecia um pouco mais alta. Saio da barraca para ouvir melhor e então eu escuto. Continua baixa, mas ainda dava para escutar. A risada é uma risada feminina e parecia uma risada prazerosa. Então eu consigo ouvir a mesma pessoa que riu falar. Não como se eu entendesse, mas deu para ouvir. A Voz era de uma mulher, não, de uma garota. Ela falava com alguém, mas eu não conseguia entender sequer uma palavra. Comecei a seguir as vozes.
Por um momento achei que ouvi a voz de um homem também, mas não tinha certeza. Continuei prosseguindo pela floresta e percebi que as risadas e as falas ficaram mais altas. Eu ainda não conseguia entender o que diziam, mas estava ficando com toda certeza mais alta. A Voz do homem, ou melhor, garoto, começou a ficar mais alta também e por um minuto, eu consegui ouvir o que diziam. Eu realmente não conseguia vê-los, mas consegui entender o que diziam.  “Para” disse a menina. Não como se ela estivesse realmente sendo ameaçada, era como se pedisse para parar de brincar, mas realmente não quisesse que parasse.  “Você me deve” disse a voz do garoto que também estava rindo junto com a garota. Consegui distinguir de onde vinham as vozes e quando me aproximei, consegui vê um menino e uma menina deitados em uma manta que cobria o chão da floresta de longe. Eles apenas eram dois borrões pretos pra mim, mas eu conseguia ouvi-los.
“Mike, não foi justo” disse a garota fazendo voz de bebê. Minha garganta deu um nó assim que percebi que era o Mike, dos “Desafios do Mike”. Por um segundo eu não acreditei, mas depois entendi que fazia sentido. Mike teria ganhado o seu desafio.
Logo entre os borrões, acho que vi a menina tirando a blusa e como eu não queria atrapalhar, dei meia volta e fui em direção do acampamento.
Mas logo fui obrigada a parar, por que ouvi um grito terrível de dor de gelar os ossos e o grito era de uma garota.
Sai correndo entre as árvores para voltar no lugar onde eu vira a garota e o Mike, mas quando voltei, não tinha ninguém.
Teria imaginado as coisas? Não, não imaginem. Estava lá e eu sei que estava.
Comecei a sentir um frio na barriga de medo. E se Mike soubesse que eu estava o observando. Solto um berro quando sinto uma mão gelada tocar meu ombro atrás de mim.
Cameron tampou minha boca e fez “Shh”.
– Quer me matar do coração? – disse ele zangado.
– Do que é que você está falando, eu quase morri de susto! – elevei um pouco a voz.
Cameron fez novamente o “Shh”.
– Dá para falar mais baixo? Acho que não estamos sozinhos aqui. – disse ele sussurrando e olhando para os lados.
– E não estamos – digo sussurrando.
– Viu alguém?
– Sim. Mike e uma garota, eles estavam ali – digo apontado para o local que antes eles estavam –, Eu sai, daí eu ouvi um grito e quando fui ver, eles tinham sumido.
– É, é. Eu ouvi os gritos também. Achei que fosse você, mas agora que te vi aqui, sei que não é.
–O que acha que o Mike estava fazendo com a garota aqui? Era um desafio? E por que a menina gritou?
- Eu não sei. E acho melhor nem se preocupamos com isso. Temos outros problemas para resolver.  – disse ele. Eu assenti. – E dá próxima vez, me acorda e não saia andando pela floresta sozinha.
– Tá legal. Me desculpa.
– Ótimo. Agora vamos voltar para o acampamento.

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