segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 7 {Everything Goes Wrog}


Capítulo 7: Everything goes wrong/Tudo dá errado.

Cameron e eu arrumamos rápidas as coisas e estávamos a caminho da minha casa. Mal começou a amanhecer e Cameron achou que era melhor irmos, não queria que ninguém nos visse na floresta. Não entendi o que ele quis dizer, mas apenas concordei.
Depois de 5 minutos, chegamos ao quintal dos fundos da minha casa. Coloquei a minha mão na maçaneta fria e tudo começou a virar um borrão.
- De novo não. – digo para mim mesma.
Tudo em minha volta se transformou em um quarto cheio de névoas novamente. Não conseguia ver nada. Escutei novamente algo pingando ao longe, ainda com o ritmo controlado. Consegui ouvir os pedidos de ajuda ao longe.  E a névoa começou a ficar vermelho que nem da última vez.
Dessa vez eu continuei presa no “sonho”.
A Névoa mudou de cor para cinza e um pouco de branco e letras da cor vermelho sangue começou a se formar dentro da névoa. “Não deixe repetir” foi o que se formou.
– Anne! – escuto alguém gritar meu nome.
Quando me dou por si, estou de frente para Cameron que estava atrás de mim, encarando o chão e ainda com a mão na maçaneta.
– Anne! – ouço Cameron falar.
Levanto a cabeça e consigo ver preocupação em seus olhos chocolate.
– O que houve? – diz ele preocupado.
– Eu... – eu penso por um momento – Eu não sei.
– Como assim não sabe?
Hesitei em contar para ele, mas ele é o único que está me ajudando, então assinto.

Depois de contar a história para ele, ele começa a me encher de perguntas.
– Então da última vez que você teve essas visões malucas foram no dia que achou o corpo de Emma? – pergunta ele.
– É, era um meio de me ajudar a achar o corpo dela – digo –, e graças a isso eu consegui.
– Entendo – disse ele andando de um lado para o outro na sala.
Não sei o porquê, mas comecei a ficar com raiva de Cameron. Talvez pelo caso de tudo que eu conto a ele o faz ficar andando de um lado para o outro.  
– Cameron, relaxa tudo tem seu tempo. –digo – e se eu não tentar talvez essas coisas parem de acontecer comigo.
– Não adianta – disse ele continuando a andar de um lado para o outro –, eles vão perturbar você até sua morte.
– Mas e seu sair da cidade? – digo quando esse pensamento me ocorreu der repente – Eles não poderiam me perturbar. – Cameron não pareceu me ouvir – e meu pai está sumido e nem me disse aonde vai! Nem sei se ele vai voltar.  
– Você acha que minha avó não pensou nisso, Anne?
– Bom eu...
– É claro que pensou! – exclamou ele – Mas eles a perseguiram fora da cidade. Fazendo-a sonhar com isso.
“Eles a atraíram por sonhos, visões ou qualquer coisa que descobriram. Ela não tinha saída, a única coisa que pode fazer, foi voltar à cidade e voltar a resolver casos intermináveis. Mas ela não aguentou mais, então se suicidou. Mas você foi tonta o suficiente para começar essa burrada de novo!”
– Tá legal, não precisa me fazer sentir mal. – digo levantando do sofá – e além do mais, sou eu que estou “amaldiçoada”, ou seja lá o que for, não você! – então eu me lembrei de algo – você disse que eu era jovem e não podia fugir, mas você disse isso como fosse uma saída!
– Ugh, é claro que eu disse isso! Só que eu me lembrei disso depois!
– disse Cameron com raiva em sua voz. – E você poderia parar de ser mal agradecida, por que se você não percebeu, eu sou o único que me importa com você! – gritou Cameron.
Então ficamos em um silêncio constrangedor.
– Desculpa. – disse baixinho.
– Não faz mal. – disse ele se sentando no sofá. – E seu pai? Nenhuma notícia?
– Não. – digo abaixando a cabeça – você me ouviu dizer. Não sei nada. E Isso não pode ficar assim por muito tempo. Não vou sobreviver só com o dinheiro que tenho.
- Não importa, não deixarei você passar necessidade. – disse Cameron.
Então eu me senti mal, por ter pensado que Cameron continuava a ser um psicopata. Talvez ele nunca fora.
- Mas, ainda assim, temos que ir para a escola. – lembrou Cameron.
Ele tinha razão, ainda precisávamos ir à escola. Por um minuto achei que estávamos atrasados, porém me lembrei de que ainda estava amanhecendo.
– Você tem razão – murmuro.
– Então vamos. – disse Cameron se levantando do sofá.
– Mas, não está muito cedo?
– Ah, esperamos na escola.

Eu e Cameron fizemos nosso caminho á escola e ficamos sentados em uma das carteiras de uma sala de aula deserta. Ninguém tinha chegado além de mim e Cameron. Não por muito tempo. Cameron e ouvimos risos ecoarem pelo corredor.
– Ela era uma idiota – ouvimos alguém falar e alguém rir quando ele falava.
Logo eu e Cameron nos demos conta de que as pessoas eram um grupo de meninos.
– Fica aqui – sussurrou Cameron levantando da cadeira.
Ele se levantou e foi em direção à porta. Ele ficou do lado da porta ouvindo o grupo falar.
– É o Mike – sussurrou ele tão baixo que eu tive quer ler sua boca para o entender o que ele estava falando.
– O grupo do Mike? – digo em um sussurro quase audível.
Cameron balançou a cabeça e continuou a escutá-los. A Expressão de Cameron mudou para uma expressão de terror.
Cameron fez um sinal para eu me aproximar e continuou a escutar.
Eu levantei da minha cadeira e fui em direção a porta e fiquei ao lado de Cameron.
– Oh, Mike, que burrada você vez – disse um dos garotos.
– Ah, cale a boca, Ethan.
– Mas é verdade! – disse outro garoto.
– E você também Stewart. – disse Mike.
– Ah, Mike, você sabe que ela era a única que queria participar. – disse Ethan – E o que você faz? Livra-se dela.
“Livra-se dela?“ repito para mim mesmo.
– Ah, aquela garota era um pé na bunda – disse Mike sorrindo – não a suportava.
– Mas você tinha que suportar! – disse outro garoto.
– Lucas está certo – disse Stewart.
– Mas por quê?- perguntou Mike indignado.
– Por que ela era a única garota que participava de seus desafios! – disse Stewart com a voz de que explicou isso muitas vezes.
– É cara, quem gostaria de ser mantida em um alçapão no meio da floresta e depois ser perseguida por um de nós? – disse Ethan
– Cara, você vacilou! – disse Lucas.
Mike parecia estressado por que bateu a porta o armário com raiva.
– Calem a boca, se ninguém participar, teremos que tomar decisões precipitadas! – disse Mike mais sério.
Eu e Cameron nos entreolhamos.
– Um minutinho – disse Mike com o ar de que descobriu algo.
Ouvimos os passos se aproximar e antes que pudéssemos mexer um músculo, Mike pegou Cameron pela gola da camisa.
Mike era maior e mais forte que Cameron, ele não tinha chance.
– Ora, ora. – disse Mike fazendo Cameron se aproximar mais dele. – Olha quem achamos escutando a conversa.
Os amigos de Mike se aproximaram e começaram a rir, ao ver Mike segurando o Cameron pela gola da camisa.
Cameron estava um tanto assustado, mas ainda assim não estava com a expressão de pavor que eu estava.
– E a namoradinha também! – Disse Mike como o natal tivesse chegado antes.
Cameron olhou para mim e disse “foge” sem som algum. Hesitei em fugir, não deixaria Cameron nessas condições. Mas quando eu nem sequer tinha terminado de pensar, alguém agarrou meus braços.
– Me solta! – eu disse fazendo tentativas inúteis de me debater. O Garoto que me agarrara era dois de mim.
Mike começou a rir. E então encarou Cameron e depois a mim.
– Vocês sabem demais. – disse Mike sério, mas logo ele começou a rir – Vocês sabem demais... – repetiu ele caindo na gargalhada e eu e Cameron nos entreolhamos. – Sabe o que isso significa? – disse Mike que ficou sério de repente olhando para mim e Cameron – Vocês não podem ficar vivo mais nenhum segundo.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 6 {A Scream}


Capítulo 6 : A Scream.

Ouço um barulho de gota d’água caindo distante. Algo está pingando. Abro os olhos e me vejo em um lugar que não me lembrava de estar.
 Tudo está coberta com uma névoa densa e eu não consigo ver nada além dela. Continuo a escutar algo pingando, mas não consigo ver de onde vem.  Dou um passo à frente e vejo que o chão está coberto de água. A Água chega aos meus calcanhares. 
O ritmo das gotas caindo de algum lugar começa a acelerar como se estivesse com medo de algo ou estivesse avisando algo.
“ajuda” ouço um sussurro de longe. “por favor” a pessoa sussurra novamente. Olho freneticamente para os lados, mas tudo que eu consigo ver é apenas a névoa branca. Olho para o chão e vejo a água cristalina molhando meus pés.
As gotas estão em um ritmo muito acelerado e a névoa parece está sumindo. Mas na verdade está apenas mudando de cor. O meu coração acelera de acordo com o ritmo das gotas caindo e a névoa muda de cor para vermelho sangue. Os sussurros agora viraram um grito desesperado por ajuda e a água em meus pés virou sangue. Tudo começa a girar e eu sinto que a névoa está indo me atacar.
Acordo suando frio ao lado de Cameron dentro da barraca. Continuo com uma respiração ofegante e tiro uma camada de suor na minha testa com as mãos. Saio da barraca e vejo que ainda é noite. Eu não me lembro de ter dormido. Tudo que eu posso ouvir são os grilos, porém o som é abafado pelo vendo forte.
A Fogueira que Cameron fez agora estava apagada e eu estava com bastante frio. Me arrependo de não ter trazido um casaco.
Cameron continua dormindo e eu penso não acordá-lo.
Por um momento acho que ouvi uma risada de longe, mas foi só minha imaginação. As árvores começam a fazer barulho por causa do vento e eu me deito novamente.
Por algum motivo fiquei apavorada como nunca ficara antes. Não chegava exatamente ser um pesadelo, só um sonho ruim. Mas aquilo me deixou assustada pra valer.
Percebi que minha respiração continuava descoordenada. Pensei em um momento em acordar Cameron, mas ele parecia está em um sono profundo então desisti. A risada. Eu a ouvi novamente e agora parecia um pouco mais alta. Saio da barraca para ouvir melhor e então eu escuto. Continua baixa, mas ainda dava para escutar. A risada é uma risada feminina e parecia uma risada prazerosa. Então eu consigo ouvir a mesma pessoa que riu falar. Não como se eu entendesse, mas deu para ouvir. A Voz era de uma mulher, não, de uma garota. Ela falava com alguém, mas eu não conseguia entender sequer uma palavra. Comecei a seguir as vozes.
Por um momento achei que ouvi a voz de um homem também, mas não tinha certeza. Continuei prosseguindo pela floresta e percebi que as risadas e as falas ficaram mais altas. Eu ainda não conseguia entender o que diziam, mas estava ficando com toda certeza mais alta. A Voz do homem, ou melhor, garoto, começou a ficar mais alta também e por um minuto, eu consegui ouvir o que diziam. Eu realmente não conseguia vê-los, mas consegui entender o que diziam.  “Para” disse a menina. Não como se ela estivesse realmente sendo ameaçada, era como se pedisse para parar de brincar, mas realmente não quisesse que parasse.  “Você me deve” disse a voz do garoto que também estava rindo junto com a garota. Consegui distinguir de onde vinham as vozes e quando me aproximei, consegui vê um menino e uma menina deitados em uma manta que cobria o chão da floresta de longe. Eles apenas eram dois borrões pretos pra mim, mas eu conseguia ouvi-los.
“Mike, não foi justo” disse a garota fazendo voz de bebê. Minha garganta deu um nó assim que percebi que era o Mike, dos “Desafios do Mike”. Por um segundo eu não acreditei, mas depois entendi que fazia sentido. Mike teria ganhado o seu desafio.
Logo entre os borrões, acho que vi a menina tirando a blusa e como eu não queria atrapalhar, dei meia volta e fui em direção do acampamento.
Mas logo fui obrigada a parar, por que ouvi um grito terrível de dor de gelar os ossos e o grito era de uma garota.
Sai correndo entre as árvores para voltar no lugar onde eu vira a garota e o Mike, mas quando voltei, não tinha ninguém.
Teria imaginado as coisas? Não, não imaginem. Estava lá e eu sei que estava.
Comecei a sentir um frio na barriga de medo. E se Mike soubesse que eu estava o observando. Solto um berro quando sinto uma mão gelada tocar meu ombro atrás de mim.
Cameron tampou minha boca e fez “Shh”.
– Quer me matar do coração? – disse ele zangado.
– Do que é que você está falando, eu quase morri de susto! – elevei um pouco a voz.
Cameron fez novamente o “Shh”.
– Dá para falar mais baixo? Acho que não estamos sozinhos aqui. – disse ele sussurrando e olhando para os lados.
– E não estamos – digo sussurrando.
– Viu alguém?
– Sim. Mike e uma garota, eles estavam ali – digo apontado para o local que antes eles estavam –, Eu sai, daí eu ouvi um grito e quando fui ver, eles tinham sumido.
– É, é. Eu ouvi os gritos também. Achei que fosse você, mas agora que te vi aqui, sei que não é.
–O que acha que o Mike estava fazendo com a garota aqui? Era um desafio? E por que a menina gritou?
- Eu não sei. E acho melhor nem se preocupamos com isso. Temos outros problemas para resolver.  – disse ele. Eu assenti. – E dá próxima vez, me acorda e não saia andando pela floresta sozinha.
– Tá legal. Me desculpa.
– Ótimo. Agora vamos voltar para o acampamento.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 5 {The Same Destiny?}


Capítulo 5: The Same Destiny?

Cameron e eu voltamos para a barraca, ele acendeu a fogueira e nos sentamos em volta dela.
– Agora vai me dizer por que não quis que eu Ajudasse Emma? – perguntei.
   Cameron assentiu.
– Bom, minha vó, há muito tempo mesmo... Era meio que igual a você.
– Meio como?
– Meio do tipo que ela ajudava espíritos que não conseguiram encontrar a luz.
– E?
– E ela sofreu com isso – disse Cameron olhando para mim com pena –, Minha vó sempre me disse para não confiar muito nas pessoas daqui porque, dito por ela, todos estão fugindo do passado ou veio começar um futuro sujo.
    “Ela disse que todos que moram aqui, são maus. Sempre tem um passado sujo, ou querem fazer um futuro sujo. Essa cidade é como um meio de fugir disso tudo. Por que Skygrooove é muito pouco conhecida, e esse é o motivo de eles virem para cá.
     Eles procuram a cidade mais isolada do planeta apenas para fugir. E então eles encontram Skygrooove.
     Skygroove é uma cidade amaldiçoada, dito por minha vó. Como você, assim que pisou na cidade, ela viu coisas estranhas e teve muitos pedidos de ajuda de pessoas mortas. Eles foram todos mortos por pessoas dessa cidade que fazem isso e não são culpados. A Cidade não ganha muita importância no crime, à polícia sempre se importa com as cidades maiores, e então aqui o crime acontece bem debaixo dos narizes deles, mas mesmo assim, eles não se importam. Minha vó achou isso bastante injusto e então começou á ajudá-los. Ela fez várias almas irem, finalmente, para a luz. Mas a cada problema que ela resolvia, mais aparecia. Eles nunca paravam de perturbá-la e então ela se suicidou uns cinco anos atrás. Ela sempre achava morte uma atrás das outras e então percebeu que, mesmo que a cidade não tem tanto tempo que existe, existiram muitos casos horríveis.”
– Você está querendo me dizer que toda vez que sua vó resolvia os casos, apareciam outros? E eles nunca a deixaram em paz? – pergunto com a voz tremula.
– Exato. E é por isso que eu não queria que você tivesse ajudado Emma. Se você pudesse me contar isso antes...
– Mas... Quero dizer – digo tentando achar as palavras certas para falar –  Você disse, uh, sua vó disse – acrescento rápido -, que as pessoas só vêm aqui para fugir de algo, certo? – olho para Cameron e ele balança a cabeça – E sobre o meu pai? Ele veio para cá pra fugir de algo?
   Cameron me olha com pena novamente.
– Eu não sei – responde ele –, talvez, mas eu não sei. – será que meu pai realmente não é o que parece ser? – Talvez ele só queira ficar em uma cidade afastada dos outros lugares apenas para ficar em paz. Talvez ele ache que cidade grande é muita barulheira e que aqui é um bom lugar. Você sabe... Calmo.
– É, talvez ele não tenha escolhido a cidade certa – digo com a voz ainda tremula –, mas... por que seus pais, eu não sei, se mudaram para cá?
– Isso não é óbvio? – disse ele me encarando – A família é descendente do fundador da Cidade. Eles acham que é falta de respeito morar em outro lugar.
– Então... Eles estão aqui para “plantar” seu futuro sujo e não fugir do passado sujo? – pergunto.
– Bom, sim, talvez. Meu pai fez isso, mas não sei em quanto ao resto.
– E o que eu faço agora? – pergunto tentando disfarçar o medo em minha voz, mas acho que não adiantou.
– Se você fosse maior de idade e independente, você poderia fugir daqui. Mas você mora com o seu pai. A única saída é a morte, talvez. – disse Cameron triste.
   Eu não sabia o que dizer. A Morte é minha única saída? Então ou eu escolhia a morte ou eu escolhia ajudar eles todos?
    Minha respiração começa a ficar mais pesada e eu não sinto mais meu corpo.
– Ei – disse Cameron se aproximando de mim – Vai ficar tudo bem – disse ele colocando o braço em volta de mim.
   Apoio minha cabeça no seu ombro e ficamos lá parados um tempo.

Desculpe pelo capítulo curto.

Skygrooove 2 Capítulo 4 {Cameron Acting Weird}


Capítulo 4: Cameron acting weird.

Chego em casa e coloco a mochila no sofá. Ainda não tinha nenhum sinal de meu pai. Onde é que ele se meteu? 
    Dou um passo para trás assustada quando vejo uma mulher, de longos cabelos castanhos, me observar pela janela de casa. Ela era real?
    Sinto uma pressão me jogar ao chão e caio com tudo de costas. O Que diabos foi isso?
    Levanto-me do chão e volto olhar para a janela; A Mulher sumira.
    Olho para os dois lados e não vejo nenhum sinal da Mulher. Por que essas coisas só acontecem comigo, afinal? Pego o meu celular da mochila e ligo para Cameron.
    – Alô? Anne?
    – Cameron, aconteceu algo muito estranho.
    – O que houve?
    – Eu acho que não foi uma pessoa viva que tacou aquela pedra na minha porta.

As últimas horas foram Cameron chegando na minha casa e me fazendo explicar sobre Emma e o que ocorrera agora. Ele não parecia nada bem quando eu lhe contei.
     – Então ela não se foi? – ele me perguntou.
     – Sim, ela se foi. Eu não sei quem era aquela mulher da Janela.
     – Você tem certeza que ela era... Digamos... Um fantasma?
     – Absoluta.
     – Mas por que essas coisas só acontecem com você?
     – Também gostaria de saber – digo suspirando. –, Mas acho que quer minha ajuda.
     – Ajuda?
     – Sim. Como Emma quis.
     – Então, desde que você ajudou Emma, os fantasmas confiam em você?
     – Eu sei lá! – digo – Eu achava que sim, mas quando você falou isso em voz alta, pareceu ridículo.
     – Mas e se for?
     – O que?
     – E se eles realmente querem sua ajuda?
     – Bom eu não sei...
     – Isso tá muito confuso... – disse Cameron andando de um lado para o outro da sala.
     – Ei, relaxa. Eu já lidei com isso antes.
     – É, eu sei, mas e se virem mais? A Cada problema que você resolver?
     – Eu não tinha pensando nisso...
     – É claro que não tinha! – disse Cameron ainda andando de um lado para o outro.
     – Cameron, se acalma. Senta um pouco – digo colocando a mão no ombro de Cameron.
     Cameron e senta e dá um suspiro.
     – Hoje a noite iremos à floresta – disse ele decidido –, te encontro aqui mais tarde.
     – Por quê?
     – Quanto mais cedo resolvemos esse problema, melhor.
   Eu concordo com a cabeça.

Fico olhando ao relógio a cada minuto que passa. Cameron marcou para chegar 20h30min e agora é 20h50min. Ele está atrasado.
    Ouço a porta se abrir violentamente.
   – Cheguei, desculpe o atraso. – disse ele carregando uma mala e a colocando no sofá – Tive que enrolar minha mãe para eu poder sair de casa.
     – Pra que essa mala?
     – Ah, vamos acampar.
     – Acampar?
     – Sim – disse ele abrindo a mala –, acampar.
     – Mas por que iremos acampar? – digo um pouco enjoada da palavra “acampar”
     – Bom, se ficamos lá, essa noite, talvez, consigamos mais progresso.
     Eu balanço a cabeça concordando mesmo que não concordasse. Senti um arrependimento ao contar para Cameron sobre essas coisas. Ele ficou muito paranoico com isso.
     – Como você conseguiu enrolar sua mãe?
     – Simples, disse que ia acampar com o Tyler.
     Fazia bastante tempo que não via Tyler desde o acidente com Margaret.
     – Vamos? – disse ele colocando a alça da mala em seu ombro.
     – Vamos.

Chegamos a um meio da floresta de trás da minha casa e Cameron começou a montar a barraca. Eu tentei ajudá-lo, mas ele disse que queria fazer isso sozinho.
   – Foi o maior erro de sua vida ter ajudado aquela garota – resmungou Cameron.
   – Por que exatamente?
   – Depois eu te explico. – disse ele terminando de armar a barraca. – Pronto.
   – Vou procurar madeira para fazer uma fogueira. – disse ele andando para o outro lado da floresta – Fica ai.
   Sento-me a uma pedra e apoio meu queixo em minha mão. Fico observando a silenciosa floresta, exceto pelo grilo.

Já se passou uns 20 minutos e ainda não vi sinal de Cameron. Por que ele está demorando tanto. Assim que me levanto da pedra, ouço alguém gritar, gritar socorro. A Voz não era de Cameron e sim de uma menina. Corro pela floresta seguindo o som.
    A Cada passo que dava, escutava o grito ficar mais alto. O Pedido era cada vez mais desesperador e eu sentia que seja lá quem estava gritando, estava prestes a morrer.
    Quando parei em uma parte da floresta, fiquei confusa de onde vinha o grito. Agora parecia vir de todas as direções.
    – Cadê você? – pergunto, mas não obtive resposta. – Eu posso ajudar!
   Mas os gritos continuavam mais altos e minha cabeça estava começando a doer.
   Vejo com o canto do olho, uma mulher com um vestido branco correndo e berrando por ajuda. Um cara com um terno preto a perseguia..
   – Ei! – digo correndo na direção deles.
   Era como se eles não conseguissem me ver, mas eu os via. Eles nem repararam que eu estava correndo atrás deles. Eles ficaram mais rápidos e eu estava quase os perdendo de vista.
   – Espera ai! – grito para eles me ouvirem, mas só ignoraram minha presença.
   Começo a correr mais rápido, porém dou um encontrão com Cameron. Ambos caímos no chão com tudo.
   – Droga, Anne, eu disse para você esperar!
   – Mas você demorou e eu ouvi um grito...
   – Ouviu um grito?
   – Você não?
   – Droga – disse ele dando um tapa na testa – que burro que eu sou!
   – Você não tem culpa que só eu possa ouvir.
   – Você viu de onde os gritos vieram? – disse ele ignorando o que eu disse.
   – Sim, eu vi uma mulher correndo de um cara, eu os persegui, mas me esbarrei em você.
   – Tá legal, vamos voltar para a barraca. – disse ele
   Levantamos e vamos à direção da barraca.

Skygrooove 2 Capítulo 3 {Mike's Dare}


Capítulo 3: Mike’s Dare.

Cameron e eu fomos a uma parte da floresta e não vimos sinal nenhum de alguma pessoa.
       – Acha que está com medo? – me pergunta Cameron.
       – Não faço ideia. – Cameron e eu vimos o vulto novamente.
       – Vamos. – diz ele.
       Corremos pela floresta e não achamos sinal de pessoa nenhuma
       – Droga, perdemos de novo. – diz Cameron.
   Cameron e eu caminhamos pela floresta a procura da pessoa, mas não achamos nada. Cameron e eu paramos assim que ouvimos um ruído.
– O que foi isso? – pergunto.
– Eu não sei – diz ele – tem como fazer um ruído de madeira no meio da floresta?
    Cameron e eu demos um primeiro passo e escutamos o ruído novamente.
– Acho que vem daqui – diz Cameron olhando para baixo de seu pé.
   Eu me aproximo de Cameron e ele espalha as folhas com o pé.
– Olha só – diz ele se abaixando – um alçapão!
    Engoli a seco. O Alçapão que vi da última vez não foi tão legal. Cameron abre o alçapão e tenta entrar.
– Vai entrar? – pergunto um pouco assustada.
– Sim... Eu... – Cameron sai do alçapão ás pressas. – Tem alguém ai! – disse ele assustado – Tem alguém ai!
– O quê?
   Cameron se levanta e vai para o meu lado. Uns segundinhos depois, sai uma menina com os cabelos lisos e loiros.
– Começou? – perguntou a menina loira.
    Eu e Cameron nos entreolhamos.
– Começou o que? – pergunto.
– Porque você está aqui? – diz a loira apontando para mim. – Você é da turma do Mike, né? – diz ela apontando para Cameron.
– Quem é Mike? – diz Cameron confuso.
– Se vocês não conhecem o Mike, porque estão aqui? – diz ela voltando para o alçapão.
   Cameron e eu nos entreolhamos novamente.
– Acho que é melhor nós voltamos para casa. – sugere Cameron.
– É. – digo.
– Ah, e Anne... – diz Cameron – pensa naquilo, OK?
   Da primeira vez eu não entendi muito bem o que ele quis dizer, mas logo entendi que ele quis dizer sobre continuarmos ser namorados. Apenas balanço a cabeça e volto para a casa.

A escola não foi muito legal como sempre. Achei que desde o primeiro dia eles iam parar de cochichar toda vez que eu passo pelo corredor.
      Sempre foi assim.
      Eu fico imaginando o que assuntos eles arrumam para cochichar. Já ouvi “A Garota que decapitou a cabeça de um cara” ou “A Garota que vê os mortos.”. Nenhum mais era novidade.
       Vou para a aula de geografia e me sento em uma cadeira ao fundo. O meu lugar preferido nas salas de aulas.
       – Alunos, eu tenho uma notícia para dar – ouvi a professora dizer.
      Logo tudo perdeu o som. Era como se alguém apertasse o botão “mudo” do controle da vida real assim que eu vi Cameron entrar na sala de aula.
      Eu vi as bocas se mexerem, mas não ouvi nenhum som. Mas sabia que os alunos estariam cochichando como “Ele era louco” ou “Ele é um assassino” ou até “o Pai dele foi morto pela ex-namorada”.
      A Profª.De Luise continuava a falar e eu continuava ouvir nenhum som. Ela apontou para uma carteira ao lado da Minha e Cameron me notou no fundo. Ele balançou a cabeça como se estivesse dizendo “E aí?” e veio em minha direção. Eu só não reparei que esse tempo eu estava de boca aberta.
     Assim que Cameron se sentou ao meu lado era como se tirassem o “mudo” da vida real.
     – Oi – disse ele sorrido –, surpresa?
     Então eu percebi que continuava de boca aberta.
     – Um pouquinho.  – minto.
     Ele ri.
     – Minha mãe disse que eu perdi bastante tempo de escola enquanto estava na clínica, então ela falou para eu voltar o tanto quanto antes.
     Balanço a cabeça concordando.

O Sinal tocou e eu e Cameron saímos e ficamos andando pelo corredor.
    – Aconteceu alguma coisa ontem a noite? – pergunta ele.
    – Ah, não. Depois ficou tudo calmo.
    – Ainda acho estranho alguém tacar pedra na sua porta e depois fugir – disse ele –  sem contar que ainda achamos aquela garota maluca do alçapão.
   – Espera – digo olhando para uma menina que estava mexendo em seu armário. –, não é aquela ali?
    Cameron olha e desconfia.
   – Sim – disse ele continuando olhando para a menina –, é ela.
   – O que você acha que ela faz em um alçapão escondido no meio da floresta a noite?
   – Ela citou um tal de Mike, né?
   – Uh, sim.
   – Mike é conhecido aqui por fazer esses tipos de “desafios”. Não sei qual é esse e nem quero saber.
   – Desafios? – pergunto.
   – Sim. Por exemplo: No verão passado ele e a turma dele fizeram um jogo em que se a cada resposta  errada, a menina tinha que tirar uma peça de roupa. Essas baboseiras.
   – Ah...
   – Mas, depois não tinha muitas garotas que queriam participar, então eles sequestravam garotas e as obrigavam participar.
   – Como você sabe disso tudo?
  – Todo mundo sabe. Isso deu a maior polêmica quando uma das garotas foi para a delegacia. Talvez você não saiba porque você é nova aqui. 
   – Entendo.
   – Não sei qual é o joguinho deles agora, mas eu duvido que eles vão sequestrar garotas novamente. Eles quase foram presos.
    – É, acho que você tem razão.
    – Olha lá – disse Cameron apontando para a garota novamente –, é o Mike.
     Mike era um cara alto com os cabelos castanhos e olho claro, tinha o físico forte, mas dava para ver em seu rosto que não era um cara para confiar. 
     – Ele está falando com a garota novamente. – disse Cameron –, talvez queira desafiá-la de novo.
     O Sinal toca.
– Tenho que ir – disse Cameron. –, te encontro mais tarde.
– Até.
  

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 2 {He's Still the Same?}


Capítulo 2: He's still the same?

Eu acho que a recepcionista deve está me matando em sua mente nesse exato momento, mas eu realmente não me importo.
     Fico observando a cidade pela janela do ônibus que está quase parado no ponto perto de minha casa.
    Desço do ônibus e procuro a casa de Cameron. Não tenho muita certeza se ele iria está lá, mas mesmo assim fui.
   Toquei a campainha da casa de Cameron e fui atendida pela sua mãe. Ela me olhou com um olhar meio que desprezível no rosto e então eu me lembrei de que eu matei o marido dela e ainda fiz sua enteada ser presa.
– O que você quer? – disse ela arrogante.
– Eu gostaria de falar com Cameron – digo com insegurança na voz.
– Ele não está – disse ela cuspindo as palavras e fechando a porta na minha cara.
     Dou meia volta e volto a minha casa. Tenho que terminar o meu dever para amanhã.

PLACK!
Escuto do andar de baixo. Levanto da minha cama e saio correndo para lá. Antes eu pego a lanterna e o taco de beisebol do meu pai e desço as escadas de vagar. É noite Agora. Seria meu pai? Ou eu não me livrei de espíritos nenhum? Chego ao último degrau da escada e ilumino a sala com a lanterna. Vejo um vulto rápido indo para a cozinha e engulo a seco. Preparo o taco de beisebol para atacar e vou à direção da cozinha.  Acendo rápido a luz no interruptor e já levando o taco para atacar. Vi algo indo a minha direção, mas quando eu ataquei a pessoa com o taco ela segurou e tirou o taco de mim.
– Calma! – disse a pessoa.
    Olho e vejo que é Cameron. O que ele esta fazendo aqui?
– O que você está fazendo aqui?! – pergunto assustada.
   Ele revirou os olhos.
– Minha mãe não quer me deixar te ver, então eu vim para cá.
– Você não poderia ter ligado? Poderia ter tocado a campainha, algo assim?
– Eu não queria te assustar.
– Tocar a campainha seria bem menos assustador se você quer saber.
     Cameron revirou os olhos novamente.
– Tá legal, me desculpa. Achei que seu pai estava aqui e também não me deixaria te ver.
– Meu pai nem fica uma semana inteira em casa e nem fala comigo direito.
– Puxa, sinto muito.
– Não sinta.
    Cameron balançou a cabeça.
– Então ele não está? – balanço a cabeça concordando.
     Então ficamos naquele silêncio constrangedor e também veio à pergunta que eu estava meio que com medo de perguntar na minha cabeça; Ainda éramos namorados?
– Então... – digo.
– Então... – ele repete.
– Nós... Você sabe – ele parece confuso – Eu... E você... – sinto que minhas mãos estão tremendo um pouco. Cameron balança a cabeça para eu continuar. – Ainda temos... Um relacionamento? – digo bastante sem graça.
– Você quer? – diz ele um pouco sem graça também.
– Eu... Eu não sei. – eu realmente não sabia. Eu queria? – Eu realmente não sei.
    Então ficamos no silêncio constrangedor novamente. E nesse tempo que ficamos em silêncio, tentei pensar um pouco. Eu realmente gostaria de Cameron com um namorado novamente? Quero dizer, ele matou minha melhor amiga. Eu sei que ele foi obrigado, mas ainda assim... Mas eu também sentia falta dele e do tempo que passamos junto.  Eu acharia que seria muito errado se eu namorasse quem matou minha amiga, mas eu gostava dele.
Meus pensamentos foram interrompidos quando eu e Cameron ouvimos um PLACK. O “PLACK” foi bem mais baixo do que o outro que eu ouvira. Cameron e eu no entreolhamos.
– Você ouviu isso? – ele me perguntou.
    Eu concordei com a cabeça. Ouvimos novamente um PLACK bem mais baixo do que o outro. Entreolhamos-nos novamente e olhamos para a porta que dava para o quintal dos fundos. Adivinhamos que o barulho vinha de lá. Cameron apertou  o taco de beisebol que ainda estava segurando e eu pego a lanterna.
    Cameron e eu damos passos silenciosos até a porta dos fundos. Abro a porta devagar e ela faz um ruído irritante. Não havia nada no quintal.
– Olha isso – digo iluminando o chão com a lanterna.
   Cameron olha para as três pedras que estavam no chão. Uma grande, uma média e uma pequena.
– Você acha que é isso o que a gente ouviu? – pergunta Cameron.
– Eu... Eu acho que sim. – respondo.
– Mas quem teria tacado? – assim que Cameron termina de falar, vemos um vulto no meio da floresta que fica atrás da minha casa.
   Cameron e eu nos entreolhamos e seguimos o vulto.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 1 {No Ordinary Day}


Capítulo 1: No Ordinary Day
Faz quatro meses desde que Emma se foi. Às vezes sinto a presença dela quando vou ao lago estudar.
   A Escola começou e eu acho que eu não sou comentada lá. Só existe um bando de riquinhos no qual ignoram a minha existência, mas para mim tanto faz.
   Cameron ainda não saiu da reabilitação, por mais que ele dissesse que logo voltaria, então, não tinha ninguém que conhecia na escola.
    Toda vez que vejo uma garota com qualquer coisa semelhar com Margaret, fico com um aperto no coração e minha vontade é me tacar no chão e começar a chorar. Não consigo superar a morte de Margaret e toda vez que eu penso em chorar, tento colocar em minha cabeça “Não chore porque acabou, sorria porque aconteceu”, mas não estava mais fazendo efeito. 
    Fecho os meus livros e volto a observar o lago. O Lago estava azul brilhante e a floresta mais verde. O dia estava ensolarado perfeito para um piquenique. Mas com quem eu iria fazer um piquenique? Meu pai? Não. Ele estava achando que eu sou louca desde que eu achei o corpo de Emma. Ele mal fala 10 palavras comigo por dia, a não ser se for necessário. Ele saia com Violet com mais frequência e apenas me deixa um bilhete. Minha vida não melhorou como eu imaginava depois de tudo. Mas ainda era melhor que antes. Um pouco.
    Pego os meus livros e o coloco-os dentro da minha mochila. Coloco a alça da mochila no meu ombro e me deparo com uma figura, bem no longe da floresta. Era um pontinho branco no meio de vários pinheiros. Emma? Não. Era outra pessoa. Talvez alguém vivo, mas não conseguia ver direito. Então perdi o pontinho brinco de vista que sumiu entre os pinheiros.  Balanço a cabeça e faço o caminho para minha casa.

   Chego em casa e como imaginava, meu pai não estava lá. Jogo a mochila no sofá e vou a cozinha pegar um copo de suco.  
    Ultimamente não conseguia tirar Cameron da minha cabeça, dá última vez que o visitei foi o mesmo dia que eu achei o corpo de Emma. Quase quatro meses atrás. Gostaria de visitá-lo novamente, mas não tinha certeza se alguém me levaria para fora da cidade. Meu pai nem falava comigo e eu nem sabia o que aconteceu com o Policial Billy.
   Coloco o copo na pia e respiro fundo. Precisava visitar Cameron, eu poderia ir de ônibus.
       Procuro no balcão da cozinha algum bilhete de meu pai avisando quando iria voltar, mas não encontrei nada. Ele agora nem me avisa quando vem. Sei que cheguei em casa agora, mas não estava com vontade alguma de ficar em casa sozinha. Mesmo que não houvesse nada, eu me sentia solitária. Sair na rua e vê gente fazia a tristeza me abandonar. Sentia-me muito sozinha desde que achei o corpo de Emma. Uma ideia veio a minha cabeça; hoje eu poderia visitar Cameron.
   Eu realmente não tive nenhuma notícia dele, mas pelo que escuto falarem, ele ainda estava na reabilitação e ele não estava nem um pouco curado. Cameron não estava louco, desde que o visitei eu vi que ele continuava normal. Mas, se aquele lugar não o deixou louco, eu acho que ele estaria como da última vez que o vira.

Sento-me ao banco do ponto de ônibus e fico esperando. Não tinha ninguém no ponto além de mim, era óbvio. A Maioria dos moradores daqui só pegavam ônibus para sair da cidade ou algo do tipo. O resto era tudo perto que dava para chegar a pé e só ficar um pouco cansado. Parece que hoje eu seria a única a sair da cidade além do meu pai.
    O Ônibus parou e eu entrei nele. Paguei o motorista e me sentei a um dos bancos do fundo. Tinha apenas umas três pessoas no ônibus tirando eu e o motorista. Tive a impressão que eles não eram de Skygrooove.
    Encostei minha cabeça na janela e observei a placa “Skygrooove agradece a visita, volte sempre!” e reparei em algo que acho que nunca reparei antes; o número de população da cidade. Estava 827 pessoas, o que no caso era muito pouco. A Cidade era realmente muito pequena.
    Logo o ônibus parou uns três quarteirões antes da clínica. Teria que andar até lá, mas não me importava.
   Passei pela porta de vidro da clínica e vou fui em direção a recepcionista. A Recepcionista aparentava ter uns 21 anos e tinha seu cabelo preto amarrado em um coque apertado. Quando cheguei perto, ela nem se quer percebeu minha presença e ficou olhando para o computador em sua frente.
– Com licença – digo.
    Ela dá sua atenção a mim e me olha como se eu tivesse interrompido algo importante. Ela estava com raiva.
– Eu poderia visitar Cameron Groove?
– Tem horário marcado?
– Bom, não eu...
– O Paciente foi embora ontem pela tarde – ela me cortou.
– Ontem?
– Aham – ela fala enquanto dava atenção ao computador.
– Então ele foi embora ontem à noite – digo para mim mesma.
– Você quer que eu desenhe? – disse a recepcionista ironicamente e me olhando como se eu fosse uma criança burra de sete anos.
    Por alguma razão, tive uma imensa vontade de tacá-la de um precipício. A Recepcionista olhou para mim e entediada.
– Deixe suas sugestões em nossa caixa de sugestões e faça nossa clínica melhorar! – disse ela sem emoção alguma.
– Vou fazer o favor de escrever para te demitirem. – digo enquanto saio da clínica.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Capítulo 20 {The Light}


Capítulo 20: The Light

O Policial Billy me levou de volta para casa, ele me disse que Cameron parecia perfeitamente normal e que talvez só estivesse lá porque queria se afastar das pessoas. Louco ele não era, ele tinha certeza. Fiquei pensando no que ele me disse, ele tinha razão sobre isso, Cameron parecia perfeitamente bem, como sempre foi, mas estava escondendo algo. Talvez quisesse ficar afastado um tempo até essa bomba toda abaixar e as pessoas não verem ele como um assassino ou um psicopata.
    Abro a porta de casa, mas assim que abrir, sinto que eu entrei no lugar errado.
Eu talvez devesse está sonhando acordada, eu não sei. Era como se eu entrasse em uma ilusão assim que pisei em casa.
    Estava em uma floresta, estava de manhã, estava quieto e a floresta estava coberta de neve. Logo comecei a sentir muito frio, e uma tempestade se formou. Vi alguém, alguém com um capuz preto, correndo pela floresta, mas então eu voltei à realidade.
    Meu pai estava gritando meu nome e perguntando o que aconteceu. Ele estava ajoelhando ao meu lado e eu estava no chão.
- Anne? Anne? Você está bem?
    Sento-me ao chão.
- Sim, estou, eu só... Eu... Eu não sei explicar.
- O importante é que você está bem. – disse ele me ajudando a levantar.

Meu pai me disse para eu ficar na cama, caso algo acontecesse novamente. Fiquei olhando para o teto tentando pensar no que aconteceu. Quem era a pessoa no capuz? E como... Como eu tive esse tipo de ilusão, eu sei lá? Seria de Emma? Mas o que ela queria me mostrar.
   Fecho os meus olhos com esperança que tivesse essa ilusão de novo, para saber algo. Em um tempo, nada aconteceu, mas depois aconteceu,
“Estava na floresta novamente, continuava frio, continuava de manhã e a mesma pessoa estava correndo pela floresta. A Pessoa era pequena, provavelmente era uma criança que só poderia ser Emma. Ela parou e olhou para os dois lados, até que me viu. Ela disse algo, eu consegui ler sua boca “Me Ajude” foi o que ela disse. Tentei dizer algo, mas minha voz não saiu. Ela continuou a correr. Emma continuava com a pele costurada, muito pálida, como se nunca tivesse visto o sol em sua vida, mas pálida que eu. Os olhos dela eram parecidos com uma bolinha de gude preta, não entendi como ela conseguia enxergar, mas Elisa me falara que tudo que ela passou não foi totalmente em vão. Os cachos loiros de Emma saiam do capuz e caia em seu ombro. Ela continuava correndo para o outro lado da floresta então a segui. Mas quando eu cheguei lá, ela tinha sumido. Ela não estava mais em lugar nenhum...”.
   Volto á realidade suando um pouco e me sento  a beirada de minha cama. Tomo respirações profundas e tento entender o porquê de ela ter sumido. Teria sido sequestrada?
    Meu pai bate na porta e eu o mando entrar.
- Anne, com tudo que você passou esses últimos dias... Eu estava pensando em levar você para distrair a cabeça um pouco. Sabe... Um momento pai e filha? – balanço a cabeça para ele prosseguir. – Que tal de irmos hoje a um restaurante para jantar? – ele levantou a sobrancelha – Fora da cidade – ele acrescentou.
     Dei um largo sorriso e ele sorriu também.

Estava a frente do espelho me arrumando. Sair da cidade era o que eu realmente precisava. Sair da cidade me faria esquecer um pouco dessa história confusa de Emma, de Cameron e das visões estranhas que estou tendo. Era realmente tudo que eu precisava.
    Dei uma última olhada ao espelho e apenas me vejo do jeito que imaginei; Rosto pálido, cabelos escuros até o ombro, um pouco de maquiagem e um vestido listrado um pouco acima do joelho. Estava perfeito.
     Desço as escadas e vejo meu pai ao telefone.
- Aconteceu alguma coisa, pai?
- O que? – olhou ele confuso para mim nas escadas. – Uh, ah, não... – ele parecia um pouco nervoso – nada, não aconteceu nada. – ele hesitou em não falar, mas acabou dizendo – Eu sei que era para ser um momento pai e filha, mas Violet vai está lá... – ele dá um suspiro um pouco triste e preocupado – você vai se importar?
- Claro que não pai. – digo com um sorriso – vai ser legal conhecer Violet um pouco.
    Ele deu um sorriso feliz e voltou a falar ao telefone.
       Realmente não me importava, seria só uma companhia mais, que não era dessa cidade. Estava tudo bem.

Violet não estava no carro comigo e meu pai, ela achou que só atrasaria o jantar e tudo mais. Então já foi direto ao restaurante e combinamos nos encontrar lá.
   Foi um alívio ver a placa “Skygrooove agradece a visita, volte sempre!”. Apesar de que não gostava muito da parte “volte sempre”.
   Meu pai foi diminuindo a  velocidade e eu já conseguia ver o restaurante. Ele era enorme, todo branco e chique. O nome estava escrito em um grande letreiro iluminado. Era francês – “L'amour” – que significava “amor”.  As luzes o rodeavam por inteiro e minha ansiedade pare ver por dentro só aumentara.
   Meu pai abriu a porta para mim e fomos à direção da porta do restaurante, estava tão animada que esqueci sobre tudo o que me preocupava.
   Atravessei a porta com a curiosidade maior ainda para ver como era por dentro, porém, só tinha neve, neve e mais neve – estava naquele lugar de novo.
    O Frio da floresta congelou instantaneamente meus ossos e fiquei tremendo de frio. Vira Emma correndo para a parte de cima da floresta com o seu capuz preto. Não pensei duas vezes e sai correndo em sua direção.
    Não perdi de vista Emma dessa vez, ela continuava correndo, com medo.
       Quando chegamos a um ponto da floresta atrás de minha (nossa) casa que nunca vira antes, Emma foi para o lago congelado e eu sabia o que iria ocorrer. Exatamente o que eu pensei aconteceu. Uma parte do lago congelado se quebrou e Emma caiu imediatamente nele. Não tinha como se segurar e nem como pedir ajuda.
    Minha visão mudou, não estava mais na floresta coberta de neve, agora estava dentro do lago congelado vendo Emma se afogar.  
    Mesmo com sua aparência um pouco perturbadora, ela parecia ter um rosto angelical. Mesmo que matara seus pais, que teve o corpo completamente costurado, Emma não parecia má, não parecia mais assustadora e agora, eu conseguia ver ela como uma criança. Uma criança que sempre foi.
    Uma luz ofusca meus olhos e eu consigo ver o lindo teto do restaurante com um grande lustre de vidro pendurado nele. Também consegui ver milhares de gente a minha volta preocupados com o que acontecera. Vi o rosto do meu pai se aliviar quando vira que eu acordei.
- Graças a deus, Anne – disse meu pai dando um suspiro de alívio.
    As pessoas que estavam me olhando me ajudaram a me levantar e ficar ao meu lado até eu me sentar a mesa que Violet reservara.
   Assim que sentei só fui afogada com perguntas, mas a única coisa que disse foi “chame a polícia”.
   Ambos se entreolharam e me olharam como se eu fosse louca, mas eles viram que eu estava séria e fizeram o que pedi.

Estava vestido o paletó que meu pai me emprestou enquanto ficávamos a beira do logo esperando que os policiais encontrassem o corpo de Emma. Eu fui afogada novamente em perguntas do tipo “como você sabe que o corpo de Emma está lá?” ou “Como você sabe que existi uma Emma?”.
    Eu expliquei, mas acho que não acreditaram em mim.
      Logo um dos polícias trás um pano embrulhado em seu e colo e vem a minha direção,
- Se Emma realmente morreu afogada no lago não sabemos, mas  sabemos que realmente havia um cadáver lá – disse o policial erguendo o pano e me mostrando uns pedaços de esqueleto humano – acho que era de Emma. Ela ficou realmente muito tempo lá e ninguém nunca soube dela. – o policial suspirou – deve ter sido horrível.

Eu realmente acho que acabei com o Jantar, meu pai, acho que começou a ter medo de mim, porque em uns momentos me olhava estranho no caminho para a casa, como se eu fosse o matar ou como se eu visse um morto a cada segundo.
   Chegamos a casa sem falar nada, ele nem se quer deu boa noite para mim e eu também não dei para ele. Mas pelo menos, agora eu tinha certeza que Emma estava em paz.

Nas semanas que foram vindo, nada aconteceu. Nenhum meio sobrenatural ou paranormal, nada.
   As aulas estavam se aproximando, entraria pela primeira vez na escola de Skygrooove e eu tinha medo como às pessoas reagiriam em me ver. Não estou aqui nem um ano e já fui a mais falada da cidade nas semanas passadas. 
   Peguei o meu romance que comprei em uma loja de livros aqui perto de casa. Os livros eram antigos, mas era exatamente assim que gostava.
   Subi a floresta que fica trás da minha casa e me sentei a uma pedra em frente ao lago.
     Depois de ler um pouco das páginas de meu livro, dei atenção ao lago, que estava azul claro. Ou eu estava ficando louca, mas ele começou a se iluminar e no canto do lago, molhando os pés, estava Emma, sem nada no rosto, apenas sua cara angelical que tinha antes de ser acusada de coisas que nunca fizera. Ela estava em um vestido florido e estava descalça. Ela olhou para mim deu um sorriso e desapareceu na luz do sol.
   Agora eu tinha certeza que meu trabalho estava feito.

Fim da primeira temporada. Segunda logo, logo!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Capítulo 19 {I'm Still Here}


Capítulo 19: I’m still here.

Abro a porta de casa e jogo a minha bolsa – que encontrei paradinha no chão da estrada –  no sofá.  Dou um suspiro de alívio, tudo acabou.
Vou á cozinha para preparar algo para comer, estou morrendo de fome, não como nada desde o hospital. Pego uma panela em um dos armários e quando me viro para o fogão, vi uma mensagem escrita com sangue na parede “Eu continuo aqui”. Não acabou.
Com o susto, acabo deixando a panela cair, mas logo me recomponho e pego a panela do chão.
– Ah, oi, você está ai – disse meu pai abrindo a porta da sala.
   Ele vem até a mim em direção a cozinha. Ele perde a atenção em mim quando olhou para a mensagem “Eu continuo aqui” na parede com sangue e me olha assustado.
– Você que fez isso? – ele me pergunta. Então eu tive uma séria vontade de bater nele com a panela. Por que diabos eu iria escrever com sangue uma coisa dessas? Ele acha que eu sou louca?
– Não, pai. Não fui eu. – e engulo umas poucas e boas que queria falar pra ele.
– Então... Quem escreveu?
– Eu não sei.
   Meu pai olhou para a parede novamente, balançou a cabeça e se virou para mim:
– Limpe isso.
   Ele realmente não se importava se havia algo ou não, então apenas concordo com a cabeça e saio antes de falar coisas que faria ele me expulsar de casa.

Depois de ter limpado a parede inteira, fiz o meu jantar e comi. Fiquei deitada em minha cama me perguntando por que Emma não foi para a luz, como deveria. “Eu continuo Aqui” a imagem ficava se repetindo em minha  cabeça. Respiro um longo ar e o solto com um suspiro infeliz.
– Você queria ajuda, não é? Eu te ajudei, por que você apenas não vai?
   Não tive nenhuma resposta. Levanto-me da minha cama e vou à direção ao banheiro, onde eu vi Emma pela primeira vez.
Fiquei encarando o lugar que tinha visto Emma para ver se a via novamente, sem sorte.
Escuto o meu celular tocar em meu quarto e corro para lá.
– Alô? – digo atendendo o celular.
– Ei, Anne, aqui é Billy, você sabe, o policial que falou com você sobre o desejo de Elisa e tudo mais.
– Ah, sim, eu me lembro. Alguma notícia?
– Bom, eu só vim avisar que Cameron, já esta na reabilitação.
– Já?
– Bem, sim. Se quiser visitá-lo, ele está em uma reabilitação fora da cidade. Seu pai sabe o caminho.
– Por que ele saberia o caminho de uma reabilitação?
– Bom, ele visita uma paciente lá ás vezes. Suzie, acho.
    Suzie? Quem era Suzie? E por que ele a visitava?
– Tá legal. Irei visitar Cameron amanhã.
– Ah, você quer uma carona para lá? Vou visitar ele amanhã, preciso fazer umas perguntas.
– Oh, claro. Então te encontro cedo aqui.
– Ok. Tchau – em seguida ele desliga o telefone.
   Pobre Cameron... Deve está muito confuso. Não deve nem saber em quem confiar.
Deito-me a cama e logo durmo. Mas mesmo assim, não consegui tirar Emma da cabeça.

O policial Billy me pegou logo cedo e partimos para a reabilitação.
O lugar era totalmente branco, parecia um hospital. Eu vi alguns pacientes em uma sala, brincando com algo acho. Parecia um hospício em vez de uma reabilitação. A Enfermeira, que se chamava Linda – era o que estava escrito em seu crachá – nos guiou até a sala de Cameron. Ela era uma loira alta, magra, seu cabelo estava amarrado em um coque firme, ela era pálida e tinha os olhos verdes brilhantes. Ela parecia ser severa, não demonstrava nenhum sorriso e tinha um sotaque francês engraçado.
– Por ali – disse ela apontando para uma porta branca e pronunciando o “r” de “por” com seu sotaque engraçado.
   Eu e o Policial Billy nos entreolhamos e vamos em direção a porta.
Lá estava Cameron, conversando com uma enfermeira enquanto ele estava sentado em sua cama.
– Olha só Cameron, você tem visitas – disse a Enfermeira morena.
   Cameron não disse nada, só ficou me encarando.
– Acho melhor você falar com ele, eu espero a minha vez. – disse Billy ao meu lado.
    Eu concordo a cabeça e ele sai do quarto.
– Vou deixar vocês a sós. – disse a Enfermeira também saindo.
   Então o quarto fica em silêncio. Cameron continuava me encarando. O Silêncio não era aquele silêncio de paz, mas sim aquele do tipo constrangedor e o qual te irritava.
– Então? – disse Cameron quebrando o silêncio.
– Queria saber como você tá. – digo.
– Não muito bem. – diz ele – Mas irei melhorar.
   Cameron parecia bastante normal. Como sempre. Eu achei que viria ele realmente louco, mas não foi bem assim.
– Estão te tratando bem? – pergunto.
– Bem, sim. Apesar de eles me tratarem como um louco, eu estou bem.
– Então você está completamente curado? – pergunto.
– Não. Quero dizer, só estou confuso, mas não louco. Não irei demorar muito aqui. Talvez uns 3 meses.
   Uma coisa ficou martelando em minha cabeça... Continuávamos um casal? Quero dizer, depois que eu matei o pai dele e tudo mais... Eu nem sei se tivemos um relacionamento de verdade. Era para eu estar odiando Cameron, mas que qualquer coisa, mas por um motivo, eu não estava odiando ele.
– E sua mãe? – pergunto.
– Voltou à cidade uns dias atrás. Ela soube de tudo. Ficou chocada, mas já passou.  – A Expressão dele mudou para confuso. – E Elisa?
- Uh, bem... Depois de ela ter corrido com uma faca atrás de mim, depois de eu me esconder em um cemitério e depois de ela ter caído em uma cova, ela foi ao hospital e está lá. Depois ela vai para a prisão, acho.
   Cameron olhou para baixo.
– Ela era louca... Quero dizer, ela É louca. – ele se corrigiu.
   Concordei com a cabeça. Queria tanto fazer aquela pergunta, mas não podia. Estava com vergonha. Então decidi não perguntar. Quem sabe daqui três meses as coisas ficavam mais claras.
Uma enfermeira abriu a porta e mediu para me retirar, falando que meu horário de visita acabou e estava na vez do Policial Billy.
– Então tchau. – digo a Cameron indo em direção a porta.
– Tchau – diz ele atrás de mim.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Capítulo 18: {She's not what it seems}


Capítulo 18: She's not what it seems

Ok, se eu morresse, mesmo assim, eu escutaria a história toda, mas eu ia morrer sem saber da história, então, eu acho que eu nunca iria descansar em paz sobre isso. Meu único pensamento foi me jogar no na pista, na pista dura e deserta. Elisa só esfaqueou o ar e eu acho que ela não era tão ágil com armas quanto parece. Elisa demorou pelo menos uns 2 segundos que eu estava me engatinhando na pista pra fugir dela, então ela me viu e eu levantei e sai correndo. Precisava de ajuda e de respostas. Mas principalmente de ajuda. Sai correndo em direção do nada e o céu estava escurecendo, para minha desgraça. Elisa, por sorte, era muuuito lenta e isso me ajudou. Em um momento ela não parecia tão ameaçadora. Quero dizer, seu pai fizera todo o trabalho sujo e ela nunca fez nada, além de trabalhar em uma padaria e ser mimada. Elisa me lembrou de uma garota meio que má e patricinha na minha escola na Califórnia, ela se chamava Amanda e ela era mais fresca que qualquer coisa. Além de burra, muito burra, claro.

Elisa continuou correndo atrás de mim e eu estava começando a ficar cansada. Entrei em grande portão de ferro que estava ao lado da calçada. Eu sabia exatamente o que aquilo era... Um cemitério. Eu, que estava de sapatilha, a sujei toda de terra. Fiquei mais cansada ainda. Então me escondi atrás de um dos túmulos. A Pessoa deveria ter morrido muito tempo, porque sua lápide estava bem apagada, mas eu acho que estava escrito algo como “Nada é o que parece ser. Poucos você pode confiar, então os valorizem.” Uma frase confusa e ao mesmo tempo legal.
Não estava ouvindo os passos de Elisa então eu ouvi um grito. Um grito perturbador.
O Grito era de gelar a alma de qualquer um. A Pessoa que gritou parecia está em um medo como nunca sentira antes e por causa disso, eu sai de trás do túmulo.
Olhei em volta e não vi nada, mas acho que vi um cabelo loiro de relance com o canto do olho, voando aos ventos. Olho para a esquerda, onde tinha visto o cabelo de relance, e não vejo mais nada. A Pessoa teria dado outro grito de gelar a alma novamente e em seguida um choro miserável. Eu consegui ouvir de onde vinha.

Fui a uma das covas e vi Elisa, com o pé quase virado ao contrário e chorando, dentro da cova. Ela tinha caído. Não entendi o motivo de ela ter gritado pela primeira vez, mas na segunda eu tinha entendido.
– Socorro – pediu Elisa com uma voz bastante baixa e rouca que quase não reconheci.
   Não iria ajudá-la, não iria pedir ajuda. Deixaria ela ali.
Não sou má, nunca fui. Mas... Essas pessoas fizeram algo horrível, elas realmente não mereciam viver. Parece cruel, mas é que o mundo é. Você realmente odeia quando uma personagem salva o vilão que tentara matá-la e depois a esfaqueia pelas costas, certo? Bom, eu também e eu tava deixando o vilão morrer. Antes que pense que eu sou má, ela correu com uma faca atrás de mim.
– Por favor – disse Elisa com a voz mais rouca ainda.
    Fechei meus olhos com força e não queria vê-la daquele estado. Dou meia volto e saio. Então a missão foi em vão, quero dizer, o meu principal motivo disso foi achar respostas. Mas apenas tive uma quase morte. Então uma coisa veio a minha cabeça. Eu podia usar a situação de Elisa ao meu favor. Volto para cova que Elisa tinha saído e ela continuava lá.
– Me ajude, por favor! – disse ela com voz de choro e meio rouca.
– Elisa, se você quiser ajuda, me conte tudo o que aconteceu com Emma.
   Elisa chorou um pouco, suspirou e começou a falar:
– Tá legal! – disse ela se dando por vencida. – Quando tínhamos quatro anos, eu odiava Emma. Ela sempre era a mais amada e doce na cidade antiga. Mesmo sendo tão nova, já tinha inveja e já era inteligente. Falei para o meu pai, que queria ser um cientista, que Emma era má, assim que nós se mudamos para cá. – explicou ela – Como um adulto acreditaria em uma garota de quase quatro anos? Não iria. Como era gêmea de Emma, fazia coisas horríveis e dizia que eu era Emma, não Elisa. Meus pais quase nunca souberam quem era Elisa e Emma. Eu sempre inventava coisas fora do comum e chorava de soluçar falando que Emma teria se transformado em um tipo de demônio. Ninguém a deixara sair de casa. Mas mesmo assim, inventei coisas piores, e foi assim que ela ficou trancada no alçapão. Eu meio que tinha um poder de convencer as pessoas. Meu pai fez vários tipos de experiências com ela, como tirar seus olhos e colocar um tipo de transplante que ele inventara – me lembrou dos olhos azuis no pote – ela tinha o rosto costurado, era horrível. Minha mãe nunca deixou eu ou Ethan chegar perto do alçapão achando que ela poderia nos matar ou coisa assim – ela deu uma pequena risada meio psicopata, mas logo parou por causa da dor. – Minha mãe tinha um amante, porque meu pai começou a dar muita atenção a Emma do que ela. E o amante se chamava Denis – senti um frio na espinha quando ela pronunciou o nome “Denis” – Ele me amava, ele era fascinado pela minha beleza, até hoje era. Ele dizia que namorava minha mãe apenas para me ver, não que ele fosse um pedófilo, mas era psicopata. Eu sabia que ele seria o pai perfeito para mim. Por pura sorte, Emma, tinha se soltado do alçapão e estava matando todos. Ethan, não era alguém que ela iria matar, ele sabia que eu era má e não Emma. Emma o deixou vivo, eu não podia deixar isso acontecer...
– Matou Ethan!? – interrompo-a e Berro. As palavras apenas saíram antes que eu percebesse.
– Sim! – disse ela com a voz cheia de dor – eu o matei!
   Depois dessa, minha vontade de ajudá-la sumiu.
– Eu consegui fugir e Denis me adotou, eu não sei o que aconteceu com Emma, ela morreu óbvio, mas não sei como. E essa é a história, agora me ajuda!

Os próximos momentos foram os bombeiros tirando Elisa da cova e a colocando em uma maca que foi para ambulância. Eu dando queixa para a polícia contando tudo que ocorrera com Elisa. Agora, Emma poderia descansar em paz.

Capítulo 17 {Walking To A Trap}


Capítulo 17: Walking to a Trap.

Agora minha cabeça estava cheia de perguntas. Tudo ficava mais confuso a cada segundo. Quero dizer, tudo que eu entendi foi: Os Conley eram trigêmeos e não gêmeos. Elisa nunca morreu. Os Conley não eram nada inocentes como parecia e quem mataram eles foi Emma.
Únicas perguntas respondidas.  Eu tinha que resolver isso o mais rápido possível e quem poderiam ter essas respostas era Elisa.

Fico parada em frente de uma casa ao lado da padaria. Não sei se deveria passar por lá, quero dizer, eu matei o pai dela, ela provavelmente me odeia. Bom, não é literalmente pai dela, mas ainda era pai dela. Ah, você entendeu.
Respiro fundo e vou à direção da padaria e entro. 
Elisa iria provavelmente me cumprimentar, até vê quem era que estava parada em frente ao caixa.
– Elisa, precisamos conversar. – Digo em um tom bastante sério.
– Sobre meu pai? – diz ela nada surpresa – Não se preocupe, ele era só um psicopata. Quando tinha sua idade, estava com uma autoestima muito baixa, então só pedissem que as garotas bonitas que implicavam comigo sumissem. – disse ela fazendo uns gestos exagerados com a mão quando ela disse a palavra sumissem – Não sabia que ele realmente iria fazer isso.
– Uh, então tá tudo bem? – Pergunto como se eu fosse uma garotinha de cinco anos com medo de um monstro no armário.
– É claro que sim, bobinha. – disse ela sorrindo para mim. – Falando nisso, você quer sair comigo?
– S-sair? – gaguejo.
– Sim! Sair! – disse ela com um enorme sorriso. – Bom você não pode beber ainda, é claro. Mas eu conheço um shopping fora da cidade que é maravilhoso! Podemos fazer compras lá, e talvez ir ao cinema... Oh, eu pago!
    O Jeito que Elisa disse, foi como Margaret. Meu coração doeu quando eu pensei em Margaret. Apenas faço que sim com a cabeça e ela dá outro sorriso.
- Ok, então, vamos no meu carro. – disse ela dando uma piscadela.
    
Eu realmente não sabia se Elisa realmente sabia de algo, mas tudo me fez pensar que não. Eu segui Elisa até o carro e ela fechou a padaria. Tinha uma placa escrita “Estamos de Luto” na porta da padaria que eu não tinha percebido antes.
– E desculpa por faltar o trabalho...
– Não se preocupe. – disse ela.
    “Você não vai mais precisar” eu juro que foi o que ela sussurrou. Ou eu estava paranoica. Quando me virei, vi uma garota na esquina, Emma. Emma continuava com a sua mesma aparência assustadora que eu vira tantas vezes que nem mais me dava um pingo de medo. Emma fazia que não com a cabeça, ela queria me alertar algo. Eu sabia que Elisa ia tentar algo, mas eu tinha que descobrir o que era. Eu tinha que me arriscar.
- Elisa... – me viro para ela – Precisamos ir a minha casa, preciso pegar minha bolsa.
- Tudo bem. – ela concorda e tira a chave do carro da bolsa.

Chegamos a minha casa, e eu não sabia o que colocar em minha bolsa. Eu queria por algo que pudesse me defender, mas nada grande cabia na bolsa.
Uma faca. Uma faca é o que preciso. Uma enorme faca de cozinha. É isso.
Ouço Elisa buzinar lá fora.
– Já vou – grito.
   Pego rapidamente minha bolsa que estava em cima do sofá e pego uma faca de cozinha e a coloco depressa.
– Até que enfim. – diz Elisa que me viu trancando a porta da casa.
   Entro no carro bastante desconfortável.
– Você está bem?
   Balanço a cabeça concordado.
– Então vamos lá. – diz ela em meio que um tom ameaçador.
   Coloco o cinto de segurança e Elisa aperta o volante com força. Ela se olha no espelho e damos a partida.

Elisa ficou concentrada apenas na pista. Nada aconteceu agora, mas quanto mais nada acontecia, mais com medo eu ficava. Eu não podia saber se era um bom sinal ou não.
Me virei para Elisa e ela deu um sorriso meio sinistro.
– Estamos quase lá. – ela meio que cantarolou.
  Engulo a seco e apenas balanço a cabeça para frente. Estava perto, muito perto...
Mas em um movimento inesperado, Elisa agarrou a minha bolsa e puxou o freio de mão. Saiu o carro às pressas e fiz o mesmo.
 – Uma faca, sério? – disse Elisa segurando minha faca em sua mão. – Ou você está muito traumatiza, ou você sabia... – disse ela admirando a faca em sua mão. – Emma, não é? Não foi ela que te contou.
– Você sabe sobr...
– Sonho com ela todas as noites.  – diz ela me interrompendo. – Todos os sonhos diferentes... Ela sempre me torturando...
  Tento dizer algo, mas sou interrompida novamente.
– Eu sempre consegui o amor dos meus pais, sempre. Eu a fiz... – ela se interrompe. – Você vai morrer sabendo exatamente nada!
  Grita ela indo a minha direção.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Capítulo 16 {Two different people?}


Capítulo 16: Two dfiferent people?

Tudo a minha volta começo a girar. Eu não estava entendendo absolutamente nada! Se Elisa e Elisa eram as mesmas pessoas... Por que a versão pequena dela me assombrava? Se Elisa nunca morreu, porque tem alguém exatamente igual me assombrando? As coisas não estão certas. Saio do quarto e volto para o quintal da frente. Não tinha com quem falar, com quem para me responder as dúvidas. E ainda tinha mais... Se Elisa era filha dos Conley, como ela acabou com o Denis? Coloco a mão em minha testa e tudo começa a girar mais ainda, as coisas começaram a ficar embasada e eu acho que desmaiei.

Acordo com uma luz branca ofuscando meus olhos. Eu morri? Tive um ataque cardíaco e morri? Lutei por minha vida por nada? Coloco minha mão a frente dos olhos para ver se enxergo algo. A Claridade da luz diminuiu um pouco e já deu para ver onde estava. Estava em um quarto de hospital. Da minha cama olhei ao redor do quarto pra ver se tinha alguém comigo, mas a única pessoa que estava ao lado da minha cama era Elisa pequena , ou seja lá quem for.
Tomo um susto e me afasto de Elisa e ela continua imóvel. Ela aponta para algo na parede e eu viro o meu rosto para olhar a parede onde ela apontou. “Falta um elemento” estava escrito na parede com sangue e quando eu me viro, Elisa sumiu. Olho para a parede novamente e a escrita com sangue desapareceu também. Olho para a porta do quarto e de repente tudo começa a queimar. O Quarto inteiro desaparecia se queimando apenas restando eu em uma escuridão profunda. Eu conseguia ver a mim mesma, porém o resto era tudo um buraco negro escuro.

Acordo e me sento na cama de hospital gritando, meu pai que estava sentando ao um sofá ao lado da minha cama se levanta rapidamente e vem a minha direção tentando me acalmar.
– Queria, relaxa, só foi um pesadelo, está tudo bem. – disse ele em um tom confortante.
   Suspiro e me encosto-me à cama.
– Você vai sair daqui algumas horas, tá bom? – disse ele.
   Balanço a cabeça concordando.

Depois de umas horas, meu pai me levou para casa. Mas se Elisa estava tentando me ajudar dizendo que só faltava um elemento, ela tava enganada, ela só me fez ficar mais confusa.
Ela queria dizer que faltava uma coisa? Uma coisa para esse mistério acabar? Suspiro e me sento ao sofá. Um barulho me faz me assustar, mas eu já tinha ouvido aquele barulho antes, era da máquina de lavar. Me levanto do sofá e vou á lavanderia.
Assim que eu abro a porta, a máquina desliga sozinha. Chego perto dela, mas nada acontece. Me viro para ir embora e eu me lembrei de algo. O Alçapão. Eu tinha esquecido completamente do alçapão. Tiro rapidamente o tapete de cima do alçapão e o abro. Olho para dentro do alçapão, mas não consegui ver nada, estava muito escuro. Saio da lavanderia e vou direto para o meu quarto. Abro as gavetas e fico procurando por uma lanterna e encontro uma. Quando saio do meu quarto, lembro que eu preciso de mais uma coisa. Entro no quarto do meu pai e abro o seu guarda-roupa e pego seu taco de beisebol. Nunca se sabe o que há lá em baixo.
Desço as escadas correndo e vou direto para á lavanderia. Abro o alçapão e ligo a lanterna, coloco o taco de beisebol em baixo do braço e desço as escadas do alçapão.
Quando coloco os pés no chão, sinto um odor terrível entrar em meu nariz. O Cheiro era de mofo e de cadáver. E eu nem sei como é o cheiro de cadáver. Ilumino a sala e a cada segundo, eu quero fugir dali. Aqui parecia um laboratório sem qualquer higiene. Linhas de costura, agulhas, uns utensílios que nem eu reconheço e potes com sangue. Ilumino uma prateleira com a lanterna, mas assim que vejo o que há nela, deixo o taco de beisebol que estava em baixo do meu braço cair. Eram dois olhos azuis brilhantes em um potinho. Os olhos de Elisa? Sinto uma imensa vontade de vomitar, porém seguro. Continuo a iluminar a sala até ver um canto vazio apenas com uma corrente de ferro embutida na parede e na outra ponte da corrente havia uma pulseira de couro. Ilumino a parede e vejo algo escrito com sangue nela “Emma”.  Quem diabos era Emma e por que eles a mantera aqui? Mas em seguida me vem na cabeça o elemento que faltava escrito na parede com sangue. Emma era o Elemento? Mas quem era ela?
– Anne! Onde está você? – ouço o meu pai me chamar lá de cima. O Som ficou bastante abafado e quase não o ouvi.
– Estou indo! – grito, porém ele não me escuta. Acho que eles queriam que ninguém ouvisse Emma.
   Saio correndo em direção á escada, porém tropeço  em algo antes de chegar no meio do caminho. Caio com tudo no chão e sinto dor em minhas costas.
– Ai. – resmungo.
    Mas quando apoio os meus dois braços no chão para levantar, vejo algo de relance em baixo de uma estante. Olho para trás e percebo que tropecei no taco de beisebol. Pego a lanterna que tinha caído quando eu também cai. Ligo a lanterna em direção da estante e vejo um papel lá em baixo, eu acho que era um.  O pego em baixo da estante era uma foto. Estava muito empoeirada mesmo. E uma parte parecia queimada. Uso a mão para tirar a poeira e quase morro sufocada com tanta.  Começo a tossir um pouco, mas logo consigo ver o que há na foto. Três bebês, um menino e duas meninas.

Depois de ter saído daquele lugar horrível, meu pai me recebe com um olhar preocupado.
- Onde você tava? E por que está com o meu taco de Beisebol? – perguntou ele assustado.
– Uh, ahn... – começo a gaguejar – É que eu ouvi um barulho, achei que poderia ser um ladrão ou algo do tipo, então peguei seu taco e fui até o quintal. Não era nada... – Minto. Mas acho que ele percebeu.
– Ok então... – disse ele dando uma pausa e me olhando como se eu acabasse saído do hospício.  – Eu vou comprar algo na mercearia e já volto. – ele disse. – Você vai ficar legal?
– Uh, vou, claro. – respondo rapidamente e ele vai em direção a porta.
   Se eu não precisasse ficar sozinha de um tempo para pensar, ficaria com raiva dele. Eu mal chego do hospital e ele me deixa? Ele nem sabe o que aconteceu comigo ou tudo que eu passei noite passada! Mas isso não é importante agora. Tenho que botar minha cabeça para pensar.
Os Conley tinham trigêmeos, mantiam uma em um alçapão e viviam harmoniosamente com as outras duas crianças. Por quê? A Pulseira de couro parecia está aberta, será que Emma fugiu e matou os pais? Eu faria isso se meu pai me mantivesse em um alçapão e costurasse meu corpo inteiro. Mas agora, por que os fantasmas dos pais e seu irmão também eram costurados? E por que costuraram ela? Mas que diabos... 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Capítulo 15 {I Don't Understand}


Capítulo 15: I Don't Understand 

Cameron me taca no chão e me deixa imóvel como no porão. Ele sobe em cima de mim me impedindo de me mover. O machado que estava em minha mão caiu quando eu cai e Cameron o chuta com o pé e para em baixo da mesa da cozinha, longe do meu alcance.
– O que você fez com ele?! – diz Cameron com uma voz que nunca ouvira antes, que me deu até medo.
– Morreu! Ele está morto agora, Cameron. MORTO! – Cuspo as palavras com veneno. Eu poderia morrer agora, mas eu queria que ele sentisse dor, a mesma dor do que a minha quando perdi Margaret.
   Cameron me encara com um olhar cheio de raiva e ódio e eu senti que ele queria me cortar em milhares de pedacinhos. Cameron levanta o punho e eu apenas fecho os olhos, mas o impacto nunca aconteceu. Cameron socou o chão com força e saiu em cima de mim. Minha cara estava surpresa e assustada. Cameron se sentou ao chão e colocou as mãos no rosto.
- Eu não sei o que fazer! – gritou Cameron acho que chorando – Ele sempre me fez fazer isso, desde os 14... E agora, ele morreu. Eu deveria está feliz?
   Levanto-me e sento no chão ao lado de Cameron, cautelosa, caso ele tentasse algo.
Coloco minha mão sobre o seu ombro, como uma forma de consola-lo.
– Vai ficar tudo bem, Cameron – digo. Cameron tira as mãos do rosto e olha para mim. – Acabou, Cameron. Você está livre.
  Cameron me abraça para minha surpresa e eu apenas apoio minha cabeça em seu ombro.
– Cameron, onde estão os corpos das vítimas? – digo calmamente.
– Naquele lugar que te levei no segundo encontro. Enterrados.  – diz ele.
   Sinto o meu corpo gelar, ele teria me levado á um cemitério em nosso segundo primeiro encontro? É claro, o lugar era lindo, mas era um cemitério de corpos nunca achado. Afasto-me do abraço de Cameron e ele estava triste.
– Cameron, precisamos ligar para polícia. – ele apenas concorda com a cabeça.

A Casa estava rodeada de polícias, eu estava sentada em uma viatura com um casaco que um dos polícias me arranjara. Eu continuava molhada e cheia de sangue. Quando liguei, os polícias ficaram apavorados quando viram o meu estado. Eles acharam que eu que era a assassina e que eu própria me entreguei para a polícia. Um grupo de polícias foram escavar os corpos, enquanto os outros ficaram nos fazendo pergunta, querendo saber cada detalhe. O policial me contara que Cameron estava mentalmente perturbado. Ele disse que Denis o fez fazer isso desde os 14, dizendo para eles que as meninas que matavam eram más. Quando o policial disse isso, eu me lembrei de quando estava sendo arrastada e Denis dissera “Ela é má, Cameron, você sabe disso.”. Cameron não queria matar, ele estava sendo usado. Então eu me lembrei de uma coisa, ele disse que o que fazia, era um desejo de sua filha, Elisa. Saio da viatura e corro em direção de uns polícias.
– Ah, Oi, Anne – disse o oficial. – Cameron terá que passar um tempo em uma reabilitação, para ele entender as coisas.
– O que? – digo triste.
– Sinto muito, Anne, mas logo ele estará de volta. – disse o oficial tentando ver o lado bom da coisa.
  Com o que o policial disse sobre Cameron, me fez esquecer de dizer sobre Elisa. Então eu falo:
– Senhor policial, Denis disse que só fez isso por um desejo de sua filha, que é Elisa.
  O policial me olhou um pouco surpreso, mas sua expressão já tinha voltado ao normal.
– Quando Elisa tinha 15 anos, não gostava de meninas bonitas, porque eram mais bonitas que ela. Talvez ela tenha pedido para o pai se livrar delas, mas acho que não funcionou, já que as meninas de sua idade deveriam ter medo dele. Então quando Cameron fez 14, talvez ele colocasse o plano para funcionar naquela época. Denis ama Elisa mais do que qualquer coisa.
  Quando o policial terminara de falar, eu apenas o encarei, tentando analisar tudo. Elisa era a culpada da história? Ela talvez, não teria dito sério, mas o pai achou, não é? Eu não podia acreditar nessa história. Estava tudo confuso demais para a minha cabeça. Logo todo mundo parou para ver o outro grupo de polícias que chegaram. Corro em direção de um que acabara de pisar no gramado.
– Achou o corpo de Margaret? – pergunto
– Sim, achamos. – disse ele. – Achamos o corpo de todas as meninas que desapareceram.
– Que bom. – digo. – E o de Elisa?
– De quem? – diz o policial confuso.
– Elisa, a garota que morreu há 20 anos a trás, no qual vocês disseram que foi suicídio! – quase berro com o Policial.
  O Policial fez uma cara de confuso, mas logo se lembrou.
– O Corpo de Elisa nunca foi achado naquela época. Também pensamos que poderia está lá, mas não tinha. – o Policial explicou – O Corpo de Elisa era para está apenas os ossos, mas as maiorias dos corpos estavam começando a se decompor ou estavam se decompondo. E mais um nó na minha cabeça. Eu sonhei com isso, mas, e se não fosse Denis que levou? E se fosse outra pessoa? O que eu faria agora? Outro policial chegou perto de mim e me entregou um celular.
– É seu pai, ele já sabe de tudo. – disse ele me dando o celular, eu pego e ele sai.
– Alô?
– Filha! Pelo o amor de deus, você está bem?
– Sim, pai, não se preocupe, eu estou viva. Ao contrário da Margaret. – digo triste.
– Eu sinto muito, eu não deveria ter saído daí nunca. Eu estou voltando, por parte da manhã ou na madrugada eu Chego ai. Se cuida, quando eu chegar eu quero você me responda tudo.
– Claro pai. Cuidado. Beijos. – em seguida ele desliga o celular.
  Entrego o celular para o mesmo policial e entro na casa dos Groovers. Eu não conseguia pensar direito e tava muito barulho lá fora. Eu não estava conseguindo entender nada, e tudo ficou tão confuso para mim. Paro em uma frente em uma porta que estava escrito “Quarto de Elisa” em cores coloridas. Cameron me disse que Elisa tinha saído de casa faz um bom tempo. Abro a porta do quarto e entro. O Quarto era todo cor-de-rosa e tinha várias fotos por todos os lados. Mas uma me chamou a atenção. E se eu tava confusa antes, agora eu estou mais que isso. A Foto era de Elisa aos cinco anos de idade e era exatamente a parte que faltava quando peguei a foto de Ethan há uns dias atrás. Elisa que me Assombra e Elisa minha chefa eram as mesmas pessoas.