segunda-feira, 25 de março de 2013

Skygroove 2 Capítulo 12 {The Trap}


Capítulo 12: The Trap

Prendi a respiração. Tinha medo que se eu fizesse qualquer coisa ele poderia disparar em minha cabeça.
Eu não sabia como estava me sentindo. Toda emoção ou sentimento se esvaziaram de mim e meu único propósito era não mexer um músculo. O Carro ficou frio também, a minha pele estava gelada e sem tocá-la eu podia sentir isso.
Ocorreram mais alguns segundos de silêncio que pareciam mais horas. Então, finalmente ousei me mexer e dizer algo.
– Então tudo foi uma armadilha? – Lucas riu ao meu lado.
– Você é bastante burra, hein garota? – disse ele ainda rindo – Achei que soube disso quando ele colocou a arma na sua cabeça – disse ele indicando o garoto encapuzado com a cabeça.
– Ethan? – adivinhei.
Como resposta, o garoto tirou a máscara e no espelho do retrovisor pude ver sua cabeleira ruiva e seus olhos negros maldosos.
– Lucas – disse Ethan – Temos que tira-la logo daqui. Não podemos ficar aqui para sempre.
– Tem razão – concordou Lucas.
Lucas saiu do carro e logo abriu a porta para mim. Ethan sequer um segundo tirou a mira da arma de mim.
Em seguida Ethan também saiu do carro e continuou a mirar em mim.
– Onde temos que ir mesmo? – perguntou Lucas coçando a cabeça.
– Para a colina – disse Ethan apontando com a cabeça.
– Ah é claro.
Então nós fomos em direção dessa tal colina.
Andamos no que pareciam horas, mas o caminho pareceu mais longo por causa da discussão de Ethan e Lucas.
– Eu odeio o meu cabelo castanho, você que deveria ter feito esse papel – resmungou Lucas.
– Quantas vezes eu vou ter que repetir? – falou Ethan estressado – Eu sou ruivo natural, não faria isso com o meu cabelo.
“Eu sou ruivo natural, não faria isso com o meu cabelo” Lucas imitou Ethan em uma voz muito mais aguda.
– Esquece – desistiu Ethan.
Mantive-me calada esse tempo todo, reparei que dentro do carro parecíamos que ainda estávamos na cidade, mal notei que já tínhamos saído dela.
Tivemos que percorrer um longo caminho de uma estrada deserta e depois subir um pequeno morro até chegar ao alto da colina.
No meio da subida ao morro eu estava virando banquete para mosquitos e a grama estava fazendo meus pés coçarem violentamente.
Me amaldiçoei por ter colocado um salto e usar um vestido bem “aberto”.
Duas ou três vezes eu quase cai, assim fazendo Ethan e Lucas me ajudarem, apesar de Lucas sempre achar que eu estava tramando algo e quase apertar o gatilho.
A Subida estava exaustiva e minhas pernas já estavam começando a se recusar a mexer, mas, felizmente, chegamos.
Diferente do morro, no topo da colina não tinha muita grama. Apenas um pequeno tufo aqui e ali, mas ainda assim era muito pouco.
O chão estava coberto de terra úmida e fazendo grandes poças de lama e várias vezes pisei nela fazendo não só meu salto, mas sim meu pé ficarem imundos.
– Anda logo – resmungou Ethan que estava logo atrás de mim com a arma muito bem apontada.
– Eu não tenho culpa – sibilei enquanto chacoalhava meu pé encharcado de lama.
 Estávamos nos aproximando do lugar marcado, porque, não muito longe, já avistei uma fogueira e duas silhuetas. Uma sentada e outra em pé.
A pessoa que estava em pé parecia estar de braços cruzados e estava balançando o pé de impaciência. A pessoa sentada estava olhando em nossa direção, mas ficava imóvel.
Quando chegamos perto o suficiente da luz, vi que a pessoa em pé era Mike, no qual era quem eu estava pensando.
E a pessoa sentada era Cameron, outra pessoa no qual adivinhei, então não foi surpresa alguma vê-lo ali.
Ele também não parecia surpreso em me ver, ele olhou para mim, mas quando voltei a olhar para ele, ele desviou o olhar.
Então eu percebi que ele estava amarrado. Com uma corda velha já se desfiando.
– Amarre ela – disse Mike tacando uma mochila para Lucas.
Ethan continuava com a arma apontada para mim.
Lucas, então, tirou uma corda parecida com a corda que estava amarrando Cameron de dentro da mochila e fez sinal para eu sentar.
Ele não precisou falar duas vezes, sentei ao lado de Cameron e Lucas me amarrou com a corda em um nó apertado e se levantou.
Quem sou eu para negar as ordens deles quando se um deles tem uma arma apontada para mim?
– Cadê a pá? – perguntou Mike. E então um pânico cresceu dentro de mim.
Ethan olhou para Lucas assustado, mas ainda não tirou a mira da arma de mim. Lucas bateu na testa e resmungou “Burro!”. Lucas suspirou e finalmente disse:
– Deixei no porta-malas.
Mike pensou em fazer algo, mas parou no último minuto e começou a caminhar de um lado para o outro com passos fortes.
– Maravilha! – disse ele – Maravilha mesmo.
Lucas e Ethan ficaram parados encarando Mike (Ethan continuava com a arma apontada para mim)
– O que é que vocês estão esperando? Vão buscar!
– Mas, Mike, e eles...
– Eu dou conta deles! Agora vão, quanto mais rápido melhor.
Ethan e Lucas se entreolharam e seguiram em direção á decida do morro (“Burro, burro, burro!” resmungava Lucas).
Os outros três minutos se passaram com Mike resmungando e andando de um lado para o outro diante da fogueira.
Nem eu e nem Cameron ousamos falar, nem ousamos nos olhar.
Demorou um pouco para perceber que um pouco mais para frente da colina, tinha uma cabana abandonada de madeira e só percebi quando Mike foi em direção dela.
– Então... – começou Cameron quando Mike entrou na cabana.
Eu ainda estava com bastante raiva de Cameron e tudo que eu fiz foi virar a cara.
– Anne, sério, você acha que sabe da história, mas você não sabe absolutamente nada! – Falou Cameron com um pouco de raiva na voz.
– Ah, é? Então me diga – digo olhando para ele.
Ele suspira.
– Pra você entender, primeiro tenho que dizer algo antes d’eu começar... – Cameron fez uma pausa dramática e quando viu que eu estava demasiada impaciente, ele falou – Eu e o Mike somos primos.

domingo, 24 de março de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 11 {I Meet You}


Capítulo 11: I Meet You

Sexta passou voando. Tive mais um dia entediante e comum na escola e nem eu e Cameron nos falamos. Avistei-o algumas vezes no corredor e até trocamos olhares, mas eu sempre desviava.
Quando cheguei em casa, meu pai já tinha chegado, estava desfazendo as malas. Ele me cumprimentou com um simples “Olá” e não nos falamos mais.
Na manhã de sábado, acabei acordando cedo, já que estava acostumada com o horário da escola. Continuei na cama tentando pensar de onde eu vira aquele menino antes. Ele parecia familiar, bastante familiar, mas não conseguia me lembrar.
Eu tenho certeza de que o vira e tinha algum sentimento forte por ele, não amor, mas desconfiança e até um pouquinho de desgosto. Mas o problema era Por quê? Por que ele parece ser alguém de uma lembrança ruim?
Fiquei na cama até dar dez da manhã decidida que não conseguiria dormir de novo.
No café da manhã, fiquei olhando para a minha tigela intocada de cereal. Continuava com algumas perguntas na cabeça.
A pergunta sobre quem ser aquele menino logo ficou para trás quando eu tinha outra pergunta em mente: Ele realmente vai me levar para aquela festa?
As horas se passaram com eu me arrumando e me desarrumando para essa tal festa. Umas horas eu estava decidida que ele viria, em outras horas eu não tinha tanta certeza.
Meu pai percebeu o que eu estava fazendo e me perguntou sobre isso.
– É que um garoto me convidou para uma festa da escola e ele disse que iria me buscar só que eu não faço ideia de quem ele era ou qual é o nome dele e se ele realmente vai vir.
– Não sabe o nome dele?
– Não.
Se meu pai pretendera dizer algo, eu nunca vou saber, porque eu subi a escada decidida em me maquiar novamente. A única coisa que eu ouvi dele foi um resmungo com “meninas” no meio.

Depois da 4ª vez recolocando a maquiagem, decidi desistir. Caso ele não viesse eu iria tirar o vestido e a maquiagem.
No relógio deu 19h45min quando eu decidi me sentar em minha cama.
Fiquei olhando a cada segundo para o relógio e o tempo parecia ter voado.
– Ele não vai vir – decidi quando deu 20h00min
Mas eu estava enganada, porque no mesmo segundo eu ouvi uma buzina tocar.
– Aquele garoto que você não faz ideia quem é chegou! – gritou meu pai do andar de baixo.
– Estou indo!
Desci as escadas o mais rápido que pude e 1 minuto depois já estava no quintal.
O Garoto estava encostado no carro e quando me viu, me aliviou com seus olhos da cor do céu.
– Você está muito bonita – ele elogiou. – Gosto de azul.
Olhei para o meu vestido azul que eu tinha certeza que vesti um cor-de-rosa.
– Obrigada e... Uh... Qual é seu nome mesmo?
– Bryan – disse ele.
Ele abriu a porta de sua BMW negra para mim e eu entrei.
Quando entrei, senti mais desconfiança ainda, nem o bom cheiro de pinho me ajudava a relaxar.  Eu tinha absoluta certeza que ele estava mentindo sobre o seu nome.
Bryan – ou seja lá qual fosse o nome dele – entrou e deu a partida no carro, mas antes de sair do lugar ele mexeu no rádio. Ele colocou em uma rádio de Jazz e eu absolutamente não conhecia a música.
Saímos do lugar e eu continuei a encara-lo. Ele estava cantando a música que tocava enquanto mexia a cabeça. Os olhos cor do céu se encontraram com os meus e ele deu um sorriso, mas logo voltou sua atenção na estrada.
Eu poderia ter até retribuído se eu não tivesse tão disposta a saber quem ele era.
Eu tinha certeza que eu nunca falei com ele, a voz não era familiar, mas ele era até demais.
No meio do caminho, fiquei tentando tirar essa ideia de que o já conhecia talvez ele só seja parecido com alguém com quem eu conhecia ou talvez eu o avistasse no corredor algum dia.
Mas por que ele estava tão interessado em mim?
– Passamos a escola – digo quando me dei conta que já tínhamos passado da escola a muito tempo.
Bryan não respondeu.
– Bryan?
– Hum?
– Passamos a escola.
– Ah, não, a festa não é na escola.
– Não? – pergunto meio desconfiada.
– Não. – ele confirmou ainda dando atenção na estrada.
Talvez eu só imaginei, mas acho que tinha visto um sorriso no canto da boca que ele deu.
Meu coração começou a acelerar e minha respiração começou a ficar mais pesada. Algo não estava certo.
– Você é familiar – por fim disse – Já nos falamos antes?
– Não, eu não acho que já. Acho que você deve ter me visto em algum lugar, mas não nos falamos.
– Deve ser – digo olhando para a pista.
A rua estava deserta e tudo estava escuro. Agora eu tinha certeza de que algo realmente não estava certo.
– Onde é a festa? – pergunto nervosa, mas o tom saiu mais como um tom de desafio.
– Não muito longe daqui.
– Onde exatamente?
Ele me avaliou com os olhos, sério e depois deu um sorriso.
– Relaxa. – disse ele voltando a dar a atenção para a pista.
Respirei fundo e continuei a encara-lo.
Então a resposta veio para mim com um relâmpago.
– Tem certeza de que nunca nos vimos antes?
– Não cara a cara.
– Então seu nome não é Lucas? O Garoto que tinha cabelos cor de areia que estão agora castanhos?
Lucas olhou para mim assustado.
– Você demorou...
– Demorei por que quando vi você cara a cara foi quando estávamos em baixo de um alçapão escuro. PARE O CARRO!
Então inesperadamente ele parou o carro.
– Você que manda – disse ele olhando para mim com um sorriso no rosto.
Mas antes que eu pudesse mexer um músculo, algo tocou na minha nuca. Olhei para o espelho do retrovisor e vi um reflexo de uma pessoa mascarada no banco de trás segurando uma arma apontada para a minha cabeça.

sábado, 9 de março de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 10 {The Lie Of Cameron}


Capítulo 10: The Lie of Cameron/A Mentira de Cameron

Olho em volta da casa, às vozes pareciam ter sumido, não conseguia ouvi-las, porém tinha impressão que essas vozes vinham de trás da minha casa e que e as vozes eram dos membros do Mike. Eles estariam fazendo outro desafio?
 Aproximo-me da porta do fundo, mas mudo de ideia. Tenho problemas demais para resolver, desde que eu fique segura, essas pessoas não importam para mim.

Fico batucando mina carteira com a caneta esperando a aula terminar. Não tinha visto Cameron ainda. Por algum motivo, estava curiosa para vê-lo, talvez só por que queria fazer perguntas que ele ainda não me respondeu. E eu sabia com toda certeza que Cameron estava escondendo algo.
A Aula finalmente termina e corro para o corredor, tento avistar Cameron, mas avisto mais que isso. Vejo Cameron e a turma do Mike. Juntos.
Cameron percebeu que estava o olhando e veio em minha direção. Porém recuei e sai pelos corredores.
– Anne, ei, espera! – diz Cameron me seguindo.
– Me deixa em paz! – grito, porém ele continua a me seguir.
– Eu posso explicar! – paro quase imediatamente e me viro para ele.
– Pode começar – digo cruzando os braços e começo a bater o pé.
– Olha... Eu... – ele parecia está pensando no que dizer. Então balanço a cabeça indicando para continuar.
– Eu meio que devo a eles. – ele falou finalmente.
– O quê? O quê você deve?
– Olha Anne, eu consegui tirar você daquela roubada, não é? Você poderia apenas agradecer?  E você sabe que eles não deixariam você sair de graça.
– Me diga o que você deve.
– Não é nada demais! Eu...
– Continue.
– Eu não posso falar ok?
– Você os conhecia antes, não é mesmo? Conhecia-os antes de eu está aqui. Participava por conta própria e não sei o porquê que você saiu desse grupo, mas você participava, não é?
– Anne, eu...
– Você... Você ajudava-os a sequestrar meninas inocentes! Você soube que uma delas iriam denunciar vocês, e foi por isso que você saiu! Para se safar – digo cutucando o peito dele com o dedo. –, Você nunca foi de confiança! Eu achava que você era forçado, achei que você era forçado por seu pai, que você teve uma infância difícil, ter que matar garotas por sua irmã, mas você gostava disso! Você devia amar, eu não sei!
Cameron tentou abrir a boca para falar, porém o interrompi.
– Esquece. – digo tomando um pouco de fôlego. Eu estava fervendo de raiva, as coisas começaram a se juntar como um quebra-cabeça e eu não conseguia acreditar. – É isso que eles querem, não é? Que você volte para o grupo e que você faça o que fazia antes... É isso o que você deve a eles e por mim. Talvez você deva esquecer o que deve, não preciso disso. Eu estou cansada daqui, estou cansada de tudo! Eu só queria voltar para casa, na Califórnia – acrescentei depressa – onde eu gostava, onde eu vivia. Onde eu não estava cercada por psicopatas loucos!
Cameron não pareceu ter uma resposta, mas se tivesse, não o deixei falar.
– Adeus Cameron. – digo me virando e saindo pelos corredores.
Estava queimando de raiva. Queria voltar pra dar um murro na cara de idiota dele. Eu não sabia o que sentia primeiro, estava sentido raiva, decepção, me sentia traída e ódio. Sinto-me mal por ter me sentido mal quando achei que ele continuava sendo um psicopata. Porque agora eu tenho absoluta certeza que ele continua sendo um!
– Respira fundo – digo a mim mesma continuando a andar pelos corredores com o punho cerrado – respira.
Se eu não tivesse com tanta raiva poderia ter até começado a chorar naquele momento, mas não valia a pena. Lágrimas não vai mudar nada e eu ainda passo de idiota.
O que ele queria comigo? O que ele pensou quando me convidou para sair? Só deus sabe o que ele queria e sinto arrepios até de pensar nas milhares de coisas que ele poderia ter feito. Mas não entendo outra coisa, se ele realmente fosse um psicopata, por que nunca fez mal a mim sempre que podia? Que no caso, eram muitas vezes.
Pare de pensar nele como um mocinho, Anne – penso. – Ele não é quem parece ser ele só é um psicopata e deve ser assim que as mentes dos psicopatas funcionam, eu sei lá. – continuo me dando conselhos mentalmente.
Vou em direção ao meu armário, pego meu livro de matemática e fecho a porta com força. Forte o bastante para atrair uns olhares curiosos para mim.
Uns sussurravam, outros pareciam até um pouco chocado, mas eu os ignorei e fiz o meu caminho para a sala de aula.

Enquanto a professora explicava, eu não lhe dava muita atenção. Estava a encarando, porém não ouvia nenhuma palavra que ela dizia. Meu sangue fervia de raiva, fazendo eu não conseguir me concentrar.

Na hora do almoço, eu teria avistado Cameron com o canto do olho, acho que ele tentou me seguir, porém sai o mais depressa que pude do refeitório e fiz meu lanche no jardim da escola.
Minutos depois os alunos foram reunidos ao refeitório novamente para a diretora dar um anúncio.
A Diretora pigarreou, assim fazendo centenas de alunos pararem de cochichar e prestar a atenção nela.
– A Escola queria anunciar que teremos uma festa daqui dois dias, sábado ás 18h30min até ás 22h00min. Ano passado a escola arrecadou bastante dinheiro com a lavagem de carro, eu e os professores achamos que seria justo, depois dos esforços dos alunos, ter uma festa para comemorar. A Festa será feita pelo comitê de baile e caso queira dar alguma sugestão, dica ou ajuda, contate o comitê de baile.
Então assim, a diretora parou de falar e saiu junto com os outros professores. Talvez eu só tenha imaginado, mas acho que vi Cameron olhar para mim em algum lugar da multidão de alunos reunidos ao refeitório se retirando.
– Eu não vou de jeito nenhum nessa festa – murmuro para mim mesma.
– Por que não? – escuto uma voz atrás de mim que me dá um grande susto.
Viro-me e vejo um garoto alto bastante familiar, cabelos castanhos claros e olhos azuis claros como o céu, porém não lembro quem ele é.
– Vá comigo – disse ele. – Por favor.
– Eu... – continuo a encara-lo para lembrar-se de onde o vira. – Eu não sei.
– Eu te busco, disse ele. Até sábado. – e saiu me deixando plantada no meio do refeitório com um monte de perguntas para fazer.
Queria lembrar-se de onde vira aquele garoto, mas não conseguia, ele era familiar e eu tinha toda a certeza disso. Também queria saber seu nome e como ele sabia onde eu morava.
O Garoto se misturou com a multidão e eu o perdi de vista.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 9 {Prisioner}


Capítulo 9: Prisioner/Prisioneira

Mike me bateu de todos os tipos e eu claramente não pude revidar.
Socou, chutou e etc... Sentia que agora o melhor, sem dúvida, seria ele me matar em vez de que apanhar rigorosamente.
Deitada no chão com fraqueza para levantar, Mike me arrasta para a cama desocupada e colocou a camisa de força a força.
– Vou te contar as regras do jogo – disse ele –, A Noite, voltaremos e faremos um tipo de “pega-pega”, se algum de nós pegarmos você, nós ganhamos. – ele sorri maliciosamente.
Ele sai me deixando sozinha, por um motivo, sabia que não era só aquilo. E eu sabia se eu perdesse eu iria me dar mal, só não sabia como.
Fiquei deitada na cama olhando para o teto, ou melhor, olhando para a escuridão, já que não se dava para ver absolutamente nada. Depois de tudo, tinha até me esquecido exatamente o que aconteceu com Stewart.
Um olho meu só via manchas, minha cabeça estava doendo e a maior parte do meu corpo estava roxa. Eu sabia que seria um pega-pega injusto.
A única pessoa que eu pensei que me tiraria dessa seria Cameron, mas pelo visto ele não se importava comigo. Ninguém daria nenhuma falta de mim. Não sou amiga de ninguém aqui, meu pai não está na cidade e meu “namorado” me entregou, assim digamos.
Dou um suspiro fraco, porque, só de respirar, meu corpo inteiro doía. Eu não sabia que horas eram não sabia se era noite, se era tarde, ou se ainda era bem de manhã. Eu nem sei se passou minutos, horas, ou seja lá. A Cada segundo era como se fosse uma eternidade. Eu estava exausta demais até para dormir. A Escuridão não de me deixava ver nada e a cada segundo eu me sentia completamente uma louca. A Escuridão total me perturbava, se eu fechasse os olhos continuaria a mesma coisa. Eu nem sabia se continuava viva. Aquilo estava me deixando paranoica.

Abro os olhos e nem me lembro se eu dormi. Será que apenas fiquei acordada observando o escuro. Será que dormi? E se dormi, era noite agora? Ninguém veio me buscar.
Tento me mover, porém começo a sentir dor novamente.
– Droga – murmuro baixinho. –, Por que essa demora toda?

Talvez semanas, dias ou apenas horas se passaram e eu estava no limite. Estava faminta, com sede, com fraqueza e me sentia suja. Não conseguia me mover, eu precisava fazer meu sangue circular. Não via mais a luz do sol, afinal, eu não via luz alguma. Eu iria morrer e ninguém iria se preocupar se eu morri ou desapareci. Acho que nem meu pai se importaria. Agora, quem seria um espírito pedindo ajuda para ir para luz seria eu, mas como todas as pessoas daqui são horríveis, eu teria a grande sorte de ficar penando nessa cidade.
Talvez eu possa assombra-los até se suicidarem, penso.
Começo escutar de algum lugar vozes ao longe e passos pisando a grama. Seriam finalmente eles?
Alguém abre a porta do alçapão e a luz, fraca, mas mesmo assim, depois de tudo que passei, forte para mim, cega meus olhos. Queria colocar as mãos em meus olhos, porém elas estavam presas em uma camisa de força.
– Desculpe a demora – alguém diz descendo do alçapão.
Tento falar, mas acho que esqueci como faz isso.
O Garoto se aproxima da cama que estava deitada e mesmo com a fraca luz do luar, eu o só via-o como uma silhueta preta. Então acho que desmaiei, porque não me lembro de nada.

Acordo agora em minha cama. O Quarto estava com as luzes apagadas, porém não era aquele escuro que não dava para ver absolutamente nada e sim aquele escuro que dava para ver tudo.
Conseguia ver o guarda-roupa branco no canto da parede do meu quarto, conseguia ver o meu criado-mudo ao lado de minha cama, conseguia ver minha escrivaninha ao lado do guarda-roupa e conseguia ver uma cadeira a frente de minha cama, com Cameron sentado nela.
Sentei-me na cama com um susto e acabei acordando Cameron.  
Cameron abriu os olhos assustado e logo abriu um sorriso quando viu que eu acordei.
– Quantos dias passaram? – foi a primeira coisa que saiu da minha boca.
– Um e Meio.
– Onde vocês estavam? – disse com raiva.
– Eu explico isso depois. – disse ele se levantando da cadeira. – Acho melhor você tomar um banho, eu não sei. Eu vou pedir uma pizza. – Então Cameron deixou o quarto.
Logo minha cabeça se encheu de perguntas. Como Cameron me tirou daquela roubada? Por que eles nunca apareceram para fazer os desafios? E o que Cameron estava escondendo?
Então me levantei da cama. Quase cai assim que me botei de pé. Minhas pernas pareciam de chumbo e a cada passo que dava, meus joelhos tremiam.
Peguei roupas e fui em direção ao banheiro.

Tomei um banho bastante demorado e vesti apenas uma blusa e um jeans, penteei meus cabelos e os prendi em um rabo de cavalo um pouco mal feito.
Quando desci, vi Cameron fechando a porta e em suas mãos, estava carregando uma caixa quadrada, que no caso, era a caixa de pizza.
– Você deve está com fome – disse Cameron ido em direção à cozinha.
– Muita.
Cameron colocou a pizza na mesa e pegou alguns guardanapos. Eu me servi quase imediatamente.
– Me conte tudo – disse dei uma mordida na pizza.
Cameron suspirou, mas começou.
– Eu consegui negociar com eles, demorou um pouco, mas consegui. Eles não vão mais nos incomodar. – disse Cameron nem olhando para mim. Ele estava escondendo algo.
– Mas como...
– Ah, seu pai ligou. – ele mudou de assunto rapidamente.
– Meu pai?
– Sim. Ele disse que uma tal de Violet precisou ir as pressas ao hospital e não teve tempo pra avisar ou ligar. Ele volta daqui dois dias. E pediu desculpa.
– Ele não achou estranho você ter atendido o telefone?
– Não, ele parecia está bastante nervoso e apressado.
– Entendo.

Terminamos a pizza em silêncio e Cameron disse que precisava voltar para casa, assim me deixando sozinha.
Sentei-me ao sofá com milhares de perguntas ainda não respondidas. A Única pessoa que eu poderia confiar agora não era tão mais confiável.  Cameron estava mais misterioso que antes. Eu achei que depois de tudo, eu agora o conhecia, mas agora eu não tinha tanta certeza.
Apoiei minhas mãos para levantar do sofá, mas antes que pudesse levantar, me deparei cercada com névoa novamente.
Dessa vez elas não eram só névoa, elas estavam misturada com uma fumaça negra. A Névoa era mais acinzentada, assim, se camuflando com a fumaça.
Uma vez ou outra, achei que teria visto um rosto sombrio misturado com a fumaça, mas toda vez que tentava ver melhor, o rosto desaparecia.
Comecei a ficar assustada, dessa vez, a visão não desaparecia. Comecei a ficar preocupada com o fato de ficar lá para sempre. Não tinha ninguém em casa, eu não fazia ideia se eu cai ou algo do tipo. Mas antes que eu pudesse começar a chorar, a visão mudou.
Estava em uma floresta e eu já sabia qual floresta eu me encontrava.
Estava noite, a lua estava cheia e brilhante, avistei uma mulher com um vestido branco correndo pela floresta e um homem em terno negro correndo atrás dela. Ocorreu-me a ideia de que o vestido era um vestido de noiva, porém estava sujo e rasgado. Outra coisa que ocorreu em minha cabeça era que o que eles estavam fazendo era similar com o desafio do Mike.  Só uma coisa eu não sabia, o que acontecia quando a garota era finalmente pega.
Mas antes que eu pudesse descobrir, voltei para a sala de estar, e estava no chão olhando para o teto.
Levantei-me e olhei para os lados, tudo continuava o mesmo.
Quando dei o primeiro passo para a direção da escada, eu escutei vozes. Vozes longes e abafadas, não conseguia distinguir o que diziam e nem de onde vinham, mas não eram vozes de mortos.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 8 {The Escape}


Capítulo 8: The Escape/A Fuga

Mike jogou Cameron contra a parede e o espremeu nela. Deve ter doido bastante pela cara de Cameron. Mike, que continuava a segurar Cameron pela gola da camiseta, começou a sorrir. Eu sabia que ele estava adorando ver Cameron com medo.
Mas em um movimento realmente inesperado, Cameron consegue se soltar das mãos de Mike e o acerta com um chute na barriga, fazendo-o cair no chão de dor. Antes que qualquer um que estivesse presente pudesse recapitular a cena, Cameron me puxou pelo pulso forte o suficiente para fazer o garoto com os cabelos cor de areia me soltar. Cameron me arrastou pelo corredor ainda segurando meu pulso, ele estava indo rápido. Tão rápido que eu mal consegui o acompanhar.
- Cameron! Não podemos faltar à escola! – eu digo enquanto sou arrastada.
- Para de se importar com sua vida e pense em viver!
- Ele não estava falando sério? Estava?
- Claro que estava! Você não conhece Mike, Anne!
- E você conhece?
Cameron hesitou. Eu senti que toquei em um assunto no qual eu não deveria. Toquei em um assunto que ele tentou esconder de mim. 
Cameron continuou a correr pelo corredor até mesmo depois de saímos da escola.
- Cameron, era seu segundo dia de aula! – o lembrei – Sua mãe vai te matar!
- Melhor ela do que o Mike.
Continuamos a correr até chegarmos a minha casa.
Cameron, assim que entramos, trancou a porta e trancou as janelas da sala. Trancou até a porta dos fundos e as janelas do andar de cima.
- Cameron, relaxa!
- Eu simplesmente não, posso tá legal?
- Mas por quê?
- Eu... – Cameron pensa mais logo hesita em falar – Só não posso!
Suspiro e me sento ao sofá. O que está acontecendo para deixá-lo assim?
Observo Cameron ficar andando de um lado para o outro até que ele se vira para mim.
- Não é seguro. Temos que sair daqui, ele sabe onde você mora.
- Sabe?
- Todo mundo sabe!
- Todo mundo? – murmuro confusa.
Cameron destranca e abre em seguida olha diretamente para mim. Ele ergue as sobrancelhas como estivesse esperando algo e então ergo as sobrancelhas como se estivesse perguntando “O Quê?”.
- Vamos dar o fora daqui! – ele diz como se estivesse explicado isso umas cem vezes.
- Cameron, eu sinceramente acho que você está... – minhas palavras morrem em minha garganta quando ouvimos a janela do andar de cima quebrar.
- Eu te disse! – grita Cameron pegando meu pulso e me arrastando a porta.
Mas antes que pudéssemos sair, dois dos quatro do grupo do Mike aparece na porta impedindo nossa passagem. Cameron me arrasta á porta do fundo, porém o próprio Mike está nos impendido de sair.
Logo um menino asiático desce as escadas, um pouco irritado.
- Não acredito que eu escalei a porra da casa só para chegar ao segundo andar e ter que quebrar a janela! – reclama ele –, Eu poderia ter entrado pela porta como uma merda de uma pessoa normal!
- Cala a boca, Stewart. – Diz Mike e Steve revira os olhos.
- Olha – começa Cameron –, não iremos contar nada. Você que sabe que pode confiar em mim.
- Não deu muito certo dá ultima vez, não é? – diz Mike.
- Não fui eu que denunciei vocês!
- Tanto faz. – diz Mike – Mas não confio na sua namoradinha.
Cameron olha para mim.
- Mike, eu juro ela não vai contar nada.
Eu balanço a cabeça.
Mike ri.
- Pega a garota.
Um dos capachos de Mike me pega pelos braços, mesmo que Cameron tentou impedi-los.
- O que vai fazer com ela? – pergunta Cameron com severidade.
- Não se preocupe... – diz Mike – Ela não vai se machucar ou morrer – Mike dá um sorriso frio – Só vamos jogar.

Sou forçada ir para a floresta nos fundos da minha casa pela turminha de Mike. Cameron foi atrás, claro, mas ele não disse nada. Quando Mike disse “Jogar” eu sabia que ele estava falando de alguns de seus desafios, mas eu não fazia ideia do que era e então começo a ficar assustada.
- Vamos – diz o garoto que estava segurando meus braços me empurrando.
Continuamos a caminhar até o alçapão que estava no meio da floresta.
- Ai que você fica. – diz Mike.
Olho para Cameron pedindo socorro pelos olhos, mas Cameron apenas cruza os braços e balança a cabeça para eu seguir em frente. O Medo de Mike agora se transforma em raiva de Cameron. Ele continua a me olhar esperando que eu entre.
- Anda logo! – diz Mike.
Entro no alçapão e o Stewart entra comigo.
Alguém lá em cima fecha o alçapão e Stewart fica me encarando. Stewart dá um sorriso com o canto e vai em direção a um armário de madeira descascando.
- Bom – diz ele – logo irei contar as regras a você.
Olho em volta de dentro do alçapão. O Alçapão é um cômodo só, mas como um quarto. Nele tem duas camas hospitalar com lençóis velhos que estão amarelos e mofados. A Segunda cama parecia está ocupada, mas a pessoa que estava nela era um corpo. Provavelmente morto. Não dava pra ver já que o lençol o cobria, mas com toda certeza era algum corpo morto e eu estava começando a desconfiar de quem seria. As paredes eram cinza, sujas e estavam descascando como o armário. As únicas mobílias eram essas.
Stewart pega uma coisa do armário. Quando ele vira, percebo que ele está segurando um tipo de camisa. Demoro um instante pra perceber que é uma camisa de força.
- Essa é a roupa especial que você vai vestir. – diz ele.
- Não vou não.
- Ah, você vai.
Stewart começa a dar passos em minha direção, começo a pensar em ataca-lo. Sei que ele é bem mais alto e forte do que eu, mas lutei com o pai de Cameron antes e se desse alguma sorte poderia fugir. Mas antes que eu fizesse qualquer coisa, Stewart flutua no ar até o teto do alçapão e cai com tudo no chão.  O Teto tinha pelo menos uns 2 metros e meio. Solto uma exclamação e dou um passo para trás de medo.
O Corpo de Stewart continua no chão, levo a minha mão a boca e por um segundo penso que ele está morto. O Corpo dele começa a se mexer no chão, ele levanta a cabeça e tenta dizer algo, mas antes que consiga, o corpo volta a flutuar. Agora quem dá um berro sou eu, por medo. O Corpo de Stewart cai novamente no chão, mas dessa vez ele não se move. Ele continua parado. O Alçapão se abre em cima de mim e sai o garoto com cabelos cor de areia. Ele para e vê o corpo de Stewart no chão.
- O que você fez? – sussurra ele olhando para mim assustado.
- Eu não...
“O que houve ai?” ouço a voz de Mike lá em cima.
- Vocês tem que ver isso – diz o garoto assustado.
Mike, um garoto com cabelo ruivo e Cameron desce do alçapão e veem o corpo de Stewart no chão.
- Ai meu deus – diz o ruivo.
Cameron olha para mim um pouco assustado, mas desvia o olhar.
Tento dizer algo como “Não. Não fui eu! Eu pensei, mas não, não fui eu. Vocês tem que acreditarem mim!” Mas tudo que sai da minha boca é exatamente nada.
Antes que eu perceba, Mike me pega pelos braços com violência.
- Sua vadia! – ele dá um grande murro em minha cara – O que você fez?!
Não consigo responder.
- Mike, você disse que não ia machuca-la. – diz Cameron
- Ah cala a boca! – diz ele me soltando – Você ainda defende essa cadela? Ela matou o Stewart!
- Eu não... – Mike me dá outro murro na cara.
Cameron avança, mas o garoto com cabelo ruivo para ele.
- Lucas, tira o corpo de Stewart daqui – diz Mike para o garoto com cabelos cor de areia. Lucas balança a cabeça. – E você, Ethan, tira o Cameron daqui.
- Mas e você? – pergunta o ruivo.
- Eu cuido dela.
- Não a machuque! – gritou Cameron – Você disse...
- Eu sei o que eu disse! – disse Mike. Ele deu um longo suspiro – Eu não a machuquei e o que ela fez? Matou Stewart! Mas não se preocupe – continuou ele – Eu não irei matá-la.
Medo começa a crescer dentro de mim. Sinto gosto de metal em minha boca, coloco a minha mão sobre ela e vejo que ela está sangrando.
Cameron finalmente assentiu em sair do alçapão com Ethan e o Lucas começa a arrastar o corpo de Stewart para fora do alçapão.
Logo, eu e Mike ficamos sozinhos.
- Ótimo... – diz Mike sorrindo maliciosamente para mim.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 7 {Everything Goes Wrog}


Capítulo 7: Everything goes wrong/Tudo dá errado.

Cameron e eu arrumamos rápidas as coisas e estávamos a caminho da minha casa. Mal começou a amanhecer e Cameron achou que era melhor irmos, não queria que ninguém nos visse na floresta. Não entendi o que ele quis dizer, mas apenas concordei.
Depois de 5 minutos, chegamos ao quintal dos fundos da minha casa. Coloquei a minha mão na maçaneta fria e tudo começou a virar um borrão.
- De novo não. – digo para mim mesma.
Tudo em minha volta se transformou em um quarto cheio de névoas novamente. Não conseguia ver nada. Escutei novamente algo pingando ao longe, ainda com o ritmo controlado. Consegui ouvir os pedidos de ajuda ao longe.  E a névoa começou a ficar vermelho que nem da última vez.
Dessa vez eu continuei presa no “sonho”.
A Névoa mudou de cor para cinza e um pouco de branco e letras da cor vermelho sangue começou a se formar dentro da névoa. “Não deixe repetir” foi o que se formou.
– Anne! – escuto alguém gritar meu nome.
Quando me dou por si, estou de frente para Cameron que estava atrás de mim, encarando o chão e ainda com a mão na maçaneta.
– Anne! – ouço Cameron falar.
Levanto a cabeça e consigo ver preocupação em seus olhos chocolate.
– O que houve? – diz ele preocupado.
– Eu... – eu penso por um momento – Eu não sei.
– Como assim não sabe?
Hesitei em contar para ele, mas ele é o único que está me ajudando, então assinto.

Depois de contar a história para ele, ele começa a me encher de perguntas.
– Então da última vez que você teve essas visões malucas foram no dia que achou o corpo de Emma? – pergunta ele.
– É, era um meio de me ajudar a achar o corpo dela – digo –, e graças a isso eu consegui.
– Entendo – disse ele andando de um lado para o outro na sala.
Não sei o porquê, mas comecei a ficar com raiva de Cameron. Talvez pelo caso de tudo que eu conto a ele o faz ficar andando de um lado para o outro.  
– Cameron, relaxa tudo tem seu tempo. –digo – e se eu não tentar talvez essas coisas parem de acontecer comigo.
– Não adianta – disse ele continuando a andar de um lado para o outro –, eles vão perturbar você até sua morte.
– Mas e seu sair da cidade? – digo quando esse pensamento me ocorreu der repente – Eles não poderiam me perturbar. – Cameron não pareceu me ouvir – e meu pai está sumido e nem me disse aonde vai! Nem sei se ele vai voltar.  
– Você acha que minha avó não pensou nisso, Anne?
– Bom eu...
– É claro que pensou! – exclamou ele – Mas eles a perseguiram fora da cidade. Fazendo-a sonhar com isso.
“Eles a atraíram por sonhos, visões ou qualquer coisa que descobriram. Ela não tinha saída, a única coisa que pode fazer, foi voltar à cidade e voltar a resolver casos intermináveis. Mas ela não aguentou mais, então se suicidou. Mas você foi tonta o suficiente para começar essa burrada de novo!”
– Tá legal, não precisa me fazer sentir mal. – digo levantando do sofá – e além do mais, sou eu que estou “amaldiçoada”, ou seja lá o que for, não você! – então eu me lembrei de algo – você disse que eu era jovem e não podia fugir, mas você disse isso como fosse uma saída!
– Ugh, é claro que eu disse isso! Só que eu me lembrei disso depois!
– disse Cameron com raiva em sua voz. – E você poderia parar de ser mal agradecida, por que se você não percebeu, eu sou o único que me importa com você! – gritou Cameron.
Então ficamos em um silêncio constrangedor.
– Desculpa. – disse baixinho.
– Não faz mal. – disse ele se sentando no sofá. – E seu pai? Nenhuma notícia?
– Não. – digo abaixando a cabeça – você me ouviu dizer. Não sei nada. E Isso não pode ficar assim por muito tempo. Não vou sobreviver só com o dinheiro que tenho.
- Não importa, não deixarei você passar necessidade. – disse Cameron.
Então eu me senti mal, por ter pensado que Cameron continuava a ser um psicopata. Talvez ele nunca fora.
- Mas, ainda assim, temos que ir para a escola. – lembrou Cameron.
Ele tinha razão, ainda precisávamos ir à escola. Por um minuto achei que estávamos atrasados, porém me lembrei de que ainda estava amanhecendo.
– Você tem razão – murmuro.
– Então vamos. – disse Cameron se levantando do sofá.
– Mas, não está muito cedo?
– Ah, esperamos na escola.

Eu e Cameron fizemos nosso caminho á escola e ficamos sentados em uma das carteiras de uma sala de aula deserta. Ninguém tinha chegado além de mim e Cameron. Não por muito tempo. Cameron e ouvimos risos ecoarem pelo corredor.
– Ela era uma idiota – ouvimos alguém falar e alguém rir quando ele falava.
Logo eu e Cameron nos demos conta de que as pessoas eram um grupo de meninos.
– Fica aqui – sussurrou Cameron levantando da cadeira.
Ele se levantou e foi em direção à porta. Ele ficou do lado da porta ouvindo o grupo falar.
– É o Mike – sussurrou ele tão baixo que eu tive quer ler sua boca para o entender o que ele estava falando.
– O grupo do Mike? – digo em um sussurro quase audível.
Cameron balançou a cabeça e continuou a escutá-los. A Expressão de Cameron mudou para uma expressão de terror.
Cameron fez um sinal para eu me aproximar e continuou a escutar.
Eu levantei da minha cadeira e fui em direção a porta e fiquei ao lado de Cameron.
– Oh, Mike, que burrada você vez – disse um dos garotos.
– Ah, cale a boca, Ethan.
– Mas é verdade! – disse outro garoto.
– E você também Stewart. – disse Mike.
– Ah, Mike, você sabe que ela era a única que queria participar. – disse Ethan – E o que você faz? Livra-se dela.
“Livra-se dela?“ repito para mim mesmo.
– Ah, aquela garota era um pé na bunda – disse Mike sorrindo – não a suportava.
– Mas você tinha que suportar! – disse outro garoto.
– Lucas está certo – disse Stewart.
– Mas por quê?- perguntou Mike indignado.
– Por que ela era a única garota que participava de seus desafios! – disse Stewart com a voz de que explicou isso muitas vezes.
– É cara, quem gostaria de ser mantida em um alçapão no meio da floresta e depois ser perseguida por um de nós? – disse Ethan
– Cara, você vacilou! – disse Lucas.
Mike parecia estressado por que bateu a porta o armário com raiva.
– Calem a boca, se ninguém participar, teremos que tomar decisões precipitadas! – disse Mike mais sério.
Eu e Cameron nos entreolhamos.
– Um minutinho – disse Mike com o ar de que descobriu algo.
Ouvimos os passos se aproximar e antes que pudéssemos mexer um músculo, Mike pegou Cameron pela gola da camisa.
Mike era maior e mais forte que Cameron, ele não tinha chance.
– Ora, ora. – disse Mike fazendo Cameron se aproximar mais dele. – Olha quem achamos escutando a conversa.
Os amigos de Mike se aproximaram e começaram a rir, ao ver Mike segurando o Cameron pela gola da camisa.
Cameron estava um tanto assustado, mas ainda assim não estava com a expressão de pavor que eu estava.
– E a namoradinha também! – Disse Mike como o natal tivesse chegado antes.
Cameron olhou para mim e disse “foge” sem som algum. Hesitei em fugir, não deixaria Cameron nessas condições. Mas quando eu nem sequer tinha terminado de pensar, alguém agarrou meus braços.
– Me solta! – eu disse fazendo tentativas inúteis de me debater. O Garoto que me agarrara era dois de mim.
Mike começou a rir. E então encarou Cameron e depois a mim.
– Vocês sabem demais. – disse Mike sério, mas logo ele começou a rir – Vocês sabem demais... – repetiu ele caindo na gargalhada e eu e Cameron nos entreolhamos. – Sabe o que isso significa? – disse Mike que ficou sério de repente olhando para mim e Cameron – Vocês não podem ficar vivo mais nenhum segundo.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 6 {A Scream}


Capítulo 6 : A Scream.

Ouço um barulho de gota d’água caindo distante. Algo está pingando. Abro os olhos e me vejo em um lugar que não me lembrava de estar.
 Tudo está coberta com uma névoa densa e eu não consigo ver nada além dela. Continuo a escutar algo pingando, mas não consigo ver de onde vem.  Dou um passo à frente e vejo que o chão está coberto de água. A Água chega aos meus calcanhares. 
O ritmo das gotas caindo de algum lugar começa a acelerar como se estivesse com medo de algo ou estivesse avisando algo.
“ajuda” ouço um sussurro de longe. “por favor” a pessoa sussurra novamente. Olho freneticamente para os lados, mas tudo que eu consigo ver é apenas a névoa branca. Olho para o chão e vejo a água cristalina molhando meus pés.
As gotas estão em um ritmo muito acelerado e a névoa parece está sumindo. Mas na verdade está apenas mudando de cor. O meu coração acelera de acordo com o ritmo das gotas caindo e a névoa muda de cor para vermelho sangue. Os sussurros agora viraram um grito desesperado por ajuda e a água em meus pés virou sangue. Tudo começa a girar e eu sinto que a névoa está indo me atacar.
Acordo suando frio ao lado de Cameron dentro da barraca. Continuo com uma respiração ofegante e tiro uma camada de suor na minha testa com as mãos. Saio da barraca e vejo que ainda é noite. Eu não me lembro de ter dormido. Tudo que eu posso ouvir são os grilos, porém o som é abafado pelo vendo forte.
A Fogueira que Cameron fez agora estava apagada e eu estava com bastante frio. Me arrependo de não ter trazido um casaco.
Cameron continua dormindo e eu penso não acordá-lo.
Por um momento acho que ouvi uma risada de longe, mas foi só minha imaginação. As árvores começam a fazer barulho por causa do vento e eu me deito novamente.
Por algum motivo fiquei apavorada como nunca ficara antes. Não chegava exatamente ser um pesadelo, só um sonho ruim. Mas aquilo me deixou assustada pra valer.
Percebi que minha respiração continuava descoordenada. Pensei em um momento em acordar Cameron, mas ele parecia está em um sono profundo então desisti. A risada. Eu a ouvi novamente e agora parecia um pouco mais alta. Saio da barraca para ouvir melhor e então eu escuto. Continua baixa, mas ainda dava para escutar. A risada é uma risada feminina e parecia uma risada prazerosa. Então eu consigo ouvir a mesma pessoa que riu falar. Não como se eu entendesse, mas deu para ouvir. A Voz era de uma mulher, não, de uma garota. Ela falava com alguém, mas eu não conseguia entender sequer uma palavra. Comecei a seguir as vozes.
Por um momento achei que ouvi a voz de um homem também, mas não tinha certeza. Continuei prosseguindo pela floresta e percebi que as risadas e as falas ficaram mais altas. Eu ainda não conseguia entender o que diziam, mas estava ficando com toda certeza mais alta. A Voz do homem, ou melhor, garoto, começou a ficar mais alta também e por um minuto, eu consegui ouvir o que diziam. Eu realmente não conseguia vê-los, mas consegui entender o que diziam.  “Para” disse a menina. Não como se ela estivesse realmente sendo ameaçada, era como se pedisse para parar de brincar, mas realmente não quisesse que parasse.  “Você me deve” disse a voz do garoto que também estava rindo junto com a garota. Consegui distinguir de onde vinham as vozes e quando me aproximei, consegui vê um menino e uma menina deitados em uma manta que cobria o chão da floresta de longe. Eles apenas eram dois borrões pretos pra mim, mas eu conseguia ouvi-los.
“Mike, não foi justo” disse a garota fazendo voz de bebê. Minha garganta deu um nó assim que percebi que era o Mike, dos “Desafios do Mike”. Por um segundo eu não acreditei, mas depois entendi que fazia sentido. Mike teria ganhado o seu desafio.
Logo entre os borrões, acho que vi a menina tirando a blusa e como eu não queria atrapalhar, dei meia volta e fui em direção do acampamento.
Mas logo fui obrigada a parar, por que ouvi um grito terrível de dor de gelar os ossos e o grito era de uma garota.
Sai correndo entre as árvores para voltar no lugar onde eu vira a garota e o Mike, mas quando voltei, não tinha ninguém.
Teria imaginado as coisas? Não, não imaginem. Estava lá e eu sei que estava.
Comecei a sentir um frio na barriga de medo. E se Mike soubesse que eu estava o observando. Solto um berro quando sinto uma mão gelada tocar meu ombro atrás de mim.
Cameron tampou minha boca e fez “Shh”.
– Quer me matar do coração? – disse ele zangado.
– Do que é que você está falando, eu quase morri de susto! – elevei um pouco a voz.
Cameron fez novamente o “Shh”.
– Dá para falar mais baixo? Acho que não estamos sozinhos aqui. – disse ele sussurrando e olhando para os lados.
– E não estamos – digo sussurrando.
– Viu alguém?
– Sim. Mike e uma garota, eles estavam ali – digo apontado para o local que antes eles estavam –, Eu sai, daí eu ouvi um grito e quando fui ver, eles tinham sumido.
– É, é. Eu ouvi os gritos também. Achei que fosse você, mas agora que te vi aqui, sei que não é.
–O que acha que o Mike estava fazendo com a garota aqui? Era um desafio? E por que a menina gritou?
- Eu não sei. E acho melhor nem se preocupamos com isso. Temos outros problemas para resolver.  – disse ele. Eu assenti. – E dá próxima vez, me acorda e não saia andando pela floresta sozinha.
– Tá legal. Me desculpa.
– Ótimo. Agora vamos voltar para o acampamento.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 5 {The Same Destiny?}


Capítulo 5: The Same Destiny?

Cameron e eu voltamos para a barraca, ele acendeu a fogueira e nos sentamos em volta dela.
– Agora vai me dizer por que não quis que eu Ajudasse Emma? – perguntei.
   Cameron assentiu.
– Bom, minha vó, há muito tempo mesmo... Era meio que igual a você.
– Meio como?
– Meio do tipo que ela ajudava espíritos que não conseguiram encontrar a luz.
– E?
– E ela sofreu com isso – disse Cameron olhando para mim com pena –, Minha vó sempre me disse para não confiar muito nas pessoas daqui porque, dito por ela, todos estão fugindo do passado ou veio começar um futuro sujo.
    “Ela disse que todos que moram aqui, são maus. Sempre tem um passado sujo, ou querem fazer um futuro sujo. Essa cidade é como um meio de fugir disso tudo. Por que Skygrooove é muito pouco conhecida, e esse é o motivo de eles virem para cá.
     Eles procuram a cidade mais isolada do planeta apenas para fugir. E então eles encontram Skygrooove.
     Skygroove é uma cidade amaldiçoada, dito por minha vó. Como você, assim que pisou na cidade, ela viu coisas estranhas e teve muitos pedidos de ajuda de pessoas mortas. Eles foram todos mortos por pessoas dessa cidade que fazem isso e não são culpados. A Cidade não ganha muita importância no crime, à polícia sempre se importa com as cidades maiores, e então aqui o crime acontece bem debaixo dos narizes deles, mas mesmo assim, eles não se importam. Minha vó achou isso bastante injusto e então começou á ajudá-los. Ela fez várias almas irem, finalmente, para a luz. Mas a cada problema que ela resolvia, mais aparecia. Eles nunca paravam de perturbá-la e então ela se suicidou uns cinco anos atrás. Ela sempre achava morte uma atrás das outras e então percebeu que, mesmo que a cidade não tem tanto tempo que existe, existiram muitos casos horríveis.”
– Você está querendo me dizer que toda vez que sua vó resolvia os casos, apareciam outros? E eles nunca a deixaram em paz? – pergunto com a voz tremula.
– Exato. E é por isso que eu não queria que você tivesse ajudado Emma. Se você pudesse me contar isso antes...
– Mas... Quero dizer – digo tentando achar as palavras certas para falar –  Você disse, uh, sua vó disse – acrescento rápido -, que as pessoas só vêm aqui para fugir de algo, certo? – olho para Cameron e ele balança a cabeça – E sobre o meu pai? Ele veio para cá pra fugir de algo?
   Cameron me olha com pena novamente.
– Eu não sei – responde ele –, talvez, mas eu não sei. – será que meu pai realmente não é o que parece ser? – Talvez ele só queira ficar em uma cidade afastada dos outros lugares apenas para ficar em paz. Talvez ele ache que cidade grande é muita barulheira e que aqui é um bom lugar. Você sabe... Calmo.
– É, talvez ele não tenha escolhido a cidade certa – digo com a voz ainda tremula –, mas... por que seus pais, eu não sei, se mudaram para cá?
– Isso não é óbvio? – disse ele me encarando – A família é descendente do fundador da Cidade. Eles acham que é falta de respeito morar em outro lugar.
– Então... Eles estão aqui para “plantar” seu futuro sujo e não fugir do passado sujo? – pergunto.
– Bom, sim, talvez. Meu pai fez isso, mas não sei em quanto ao resto.
– E o que eu faço agora? – pergunto tentando disfarçar o medo em minha voz, mas acho que não adiantou.
– Se você fosse maior de idade e independente, você poderia fugir daqui. Mas você mora com o seu pai. A única saída é a morte, talvez. – disse Cameron triste.
   Eu não sabia o que dizer. A Morte é minha única saída? Então ou eu escolhia a morte ou eu escolhia ajudar eles todos?
    Minha respiração começa a ficar mais pesada e eu não sinto mais meu corpo.
– Ei – disse Cameron se aproximando de mim – Vai ficar tudo bem – disse ele colocando o braço em volta de mim.
   Apoio minha cabeça no seu ombro e ficamos lá parados um tempo.

Desculpe pelo capítulo curto.

Skygrooove 2 Capítulo 4 {Cameron Acting Weird}


Capítulo 4: Cameron acting weird.

Chego em casa e coloco a mochila no sofá. Ainda não tinha nenhum sinal de meu pai. Onde é que ele se meteu? 
    Dou um passo para trás assustada quando vejo uma mulher, de longos cabelos castanhos, me observar pela janela de casa. Ela era real?
    Sinto uma pressão me jogar ao chão e caio com tudo de costas. O Que diabos foi isso?
    Levanto-me do chão e volto olhar para a janela; A Mulher sumira.
    Olho para os dois lados e não vejo nenhum sinal da Mulher. Por que essas coisas só acontecem comigo, afinal? Pego o meu celular da mochila e ligo para Cameron.
    – Alô? Anne?
    – Cameron, aconteceu algo muito estranho.
    – O que houve?
    – Eu acho que não foi uma pessoa viva que tacou aquela pedra na minha porta.

As últimas horas foram Cameron chegando na minha casa e me fazendo explicar sobre Emma e o que ocorrera agora. Ele não parecia nada bem quando eu lhe contei.
     – Então ela não se foi? – ele me perguntou.
     – Sim, ela se foi. Eu não sei quem era aquela mulher da Janela.
     – Você tem certeza que ela era... Digamos... Um fantasma?
     – Absoluta.
     – Mas por que essas coisas só acontecem com você?
     – Também gostaria de saber – digo suspirando. –, Mas acho que quer minha ajuda.
     – Ajuda?
     – Sim. Como Emma quis.
     – Então, desde que você ajudou Emma, os fantasmas confiam em você?
     – Eu sei lá! – digo – Eu achava que sim, mas quando você falou isso em voz alta, pareceu ridículo.
     – Mas e se for?
     – O que?
     – E se eles realmente querem sua ajuda?
     – Bom eu não sei...
     – Isso tá muito confuso... – disse Cameron andando de um lado para o outro da sala.
     – Ei, relaxa. Eu já lidei com isso antes.
     – É, eu sei, mas e se virem mais? A Cada problema que você resolver?
     – Eu não tinha pensando nisso...
     – É claro que não tinha! – disse Cameron ainda andando de um lado para o outro.
     – Cameron, se acalma. Senta um pouco – digo colocando a mão no ombro de Cameron.
     Cameron e senta e dá um suspiro.
     – Hoje a noite iremos à floresta – disse ele decidido –, te encontro aqui mais tarde.
     – Por quê?
     – Quanto mais cedo resolvemos esse problema, melhor.
   Eu concordo com a cabeça.

Fico olhando ao relógio a cada minuto que passa. Cameron marcou para chegar 20h30min e agora é 20h50min. Ele está atrasado.
    Ouço a porta se abrir violentamente.
   – Cheguei, desculpe o atraso. – disse ele carregando uma mala e a colocando no sofá – Tive que enrolar minha mãe para eu poder sair de casa.
     – Pra que essa mala?
     – Ah, vamos acampar.
     – Acampar?
     – Sim – disse ele abrindo a mala –, acampar.
     – Mas por que iremos acampar? – digo um pouco enjoada da palavra “acampar”
     – Bom, se ficamos lá, essa noite, talvez, consigamos mais progresso.
     Eu balanço a cabeça concordando mesmo que não concordasse. Senti um arrependimento ao contar para Cameron sobre essas coisas. Ele ficou muito paranoico com isso.
     – Como você conseguiu enrolar sua mãe?
     – Simples, disse que ia acampar com o Tyler.
     Fazia bastante tempo que não via Tyler desde o acidente com Margaret.
     – Vamos? – disse ele colocando a alça da mala em seu ombro.
     – Vamos.

Chegamos a um meio da floresta de trás da minha casa e Cameron começou a montar a barraca. Eu tentei ajudá-lo, mas ele disse que queria fazer isso sozinho.
   – Foi o maior erro de sua vida ter ajudado aquela garota – resmungou Cameron.
   – Por que exatamente?
   – Depois eu te explico. – disse ele terminando de armar a barraca. – Pronto.
   – Vou procurar madeira para fazer uma fogueira. – disse ele andando para o outro lado da floresta – Fica ai.
   Sento-me a uma pedra e apoio meu queixo em minha mão. Fico observando a silenciosa floresta, exceto pelo grilo.

Já se passou uns 20 minutos e ainda não vi sinal de Cameron. Por que ele está demorando tanto. Assim que me levanto da pedra, ouço alguém gritar, gritar socorro. A Voz não era de Cameron e sim de uma menina. Corro pela floresta seguindo o som.
    A Cada passo que dava, escutava o grito ficar mais alto. O Pedido era cada vez mais desesperador e eu sentia que seja lá quem estava gritando, estava prestes a morrer.
    Quando parei em uma parte da floresta, fiquei confusa de onde vinha o grito. Agora parecia vir de todas as direções.
    – Cadê você? – pergunto, mas não obtive resposta. – Eu posso ajudar!
   Mas os gritos continuavam mais altos e minha cabeça estava começando a doer.
   Vejo com o canto do olho, uma mulher com um vestido branco correndo e berrando por ajuda. Um cara com um terno preto a perseguia..
   – Ei! – digo correndo na direção deles.
   Era como se eles não conseguissem me ver, mas eu os via. Eles nem repararam que eu estava correndo atrás deles. Eles ficaram mais rápidos e eu estava quase os perdendo de vista.
   – Espera ai! – grito para eles me ouvirem, mas só ignoraram minha presença.
   Começo a correr mais rápido, porém dou um encontrão com Cameron. Ambos caímos no chão com tudo.
   – Droga, Anne, eu disse para você esperar!
   – Mas você demorou e eu ouvi um grito...
   – Ouviu um grito?
   – Você não?
   – Droga – disse ele dando um tapa na testa – que burro que eu sou!
   – Você não tem culpa que só eu possa ouvir.
   – Você viu de onde os gritos vieram? – disse ele ignorando o que eu disse.
   – Sim, eu vi uma mulher correndo de um cara, eu os persegui, mas me esbarrei em você.
   – Tá legal, vamos voltar para a barraca. – disse ele
   Levantamos e vamos à direção da barraca.

Skygrooove 2 Capítulo 3 {Mike's Dare}


Capítulo 3: Mike’s Dare.

Cameron e eu fomos a uma parte da floresta e não vimos sinal nenhum de alguma pessoa.
       – Acha que está com medo? – me pergunta Cameron.
       – Não faço ideia. – Cameron e eu vimos o vulto novamente.
       – Vamos. – diz ele.
       Corremos pela floresta e não achamos sinal de pessoa nenhuma
       – Droga, perdemos de novo. – diz Cameron.
   Cameron e eu caminhamos pela floresta a procura da pessoa, mas não achamos nada. Cameron e eu paramos assim que ouvimos um ruído.
– O que foi isso? – pergunto.
– Eu não sei – diz ele – tem como fazer um ruído de madeira no meio da floresta?
    Cameron e eu demos um primeiro passo e escutamos o ruído novamente.
– Acho que vem daqui – diz Cameron olhando para baixo de seu pé.
   Eu me aproximo de Cameron e ele espalha as folhas com o pé.
– Olha só – diz ele se abaixando – um alçapão!
    Engoli a seco. O Alçapão que vi da última vez não foi tão legal. Cameron abre o alçapão e tenta entrar.
– Vai entrar? – pergunto um pouco assustada.
– Sim... Eu... – Cameron sai do alçapão ás pressas. – Tem alguém ai! – disse ele assustado – Tem alguém ai!
– O quê?
   Cameron se levanta e vai para o meu lado. Uns segundinhos depois, sai uma menina com os cabelos lisos e loiros.
– Começou? – perguntou a menina loira.
    Eu e Cameron nos entreolhamos.
– Começou o que? – pergunto.
– Porque você está aqui? – diz a loira apontando para mim. – Você é da turma do Mike, né? – diz ela apontando para Cameron.
– Quem é Mike? – diz Cameron confuso.
– Se vocês não conhecem o Mike, porque estão aqui? – diz ela voltando para o alçapão.
   Cameron e eu nos entreolhamos novamente.
– Acho que é melhor nós voltamos para casa. – sugere Cameron.
– É. – digo.
– Ah, e Anne... – diz Cameron – pensa naquilo, OK?
   Da primeira vez eu não entendi muito bem o que ele quis dizer, mas logo entendi que ele quis dizer sobre continuarmos ser namorados. Apenas balanço a cabeça e volto para a casa.

A escola não foi muito legal como sempre. Achei que desde o primeiro dia eles iam parar de cochichar toda vez que eu passo pelo corredor.
      Sempre foi assim.
      Eu fico imaginando o que assuntos eles arrumam para cochichar. Já ouvi “A Garota que decapitou a cabeça de um cara” ou “A Garota que vê os mortos.”. Nenhum mais era novidade.
       Vou para a aula de geografia e me sento em uma cadeira ao fundo. O meu lugar preferido nas salas de aulas.
       – Alunos, eu tenho uma notícia para dar – ouvi a professora dizer.
      Logo tudo perdeu o som. Era como se alguém apertasse o botão “mudo” do controle da vida real assim que eu vi Cameron entrar na sala de aula.
      Eu vi as bocas se mexerem, mas não ouvi nenhum som. Mas sabia que os alunos estariam cochichando como “Ele era louco” ou “Ele é um assassino” ou até “o Pai dele foi morto pela ex-namorada”.
      A Profª.De Luise continuava a falar e eu continuava ouvir nenhum som. Ela apontou para uma carteira ao lado da Minha e Cameron me notou no fundo. Ele balançou a cabeça como se estivesse dizendo “E aí?” e veio em minha direção. Eu só não reparei que esse tempo eu estava de boca aberta.
     Assim que Cameron se sentou ao meu lado era como se tirassem o “mudo” da vida real.
     – Oi – disse ele sorrido –, surpresa?
     Então eu percebi que continuava de boca aberta.
     – Um pouquinho.  – minto.
     Ele ri.
     – Minha mãe disse que eu perdi bastante tempo de escola enquanto estava na clínica, então ela falou para eu voltar o tanto quanto antes.
     Balanço a cabeça concordando.

O Sinal tocou e eu e Cameron saímos e ficamos andando pelo corredor.
    – Aconteceu alguma coisa ontem a noite? – pergunta ele.
    – Ah, não. Depois ficou tudo calmo.
    – Ainda acho estranho alguém tacar pedra na sua porta e depois fugir – disse ele –  sem contar que ainda achamos aquela garota maluca do alçapão.
   – Espera – digo olhando para uma menina que estava mexendo em seu armário. –, não é aquela ali?
    Cameron olha e desconfia.
   – Sim – disse ele continuando olhando para a menina –, é ela.
   – O que você acha que ela faz em um alçapão escondido no meio da floresta a noite?
   – Ela citou um tal de Mike, né?
   – Uh, sim.
   – Mike é conhecido aqui por fazer esses tipos de “desafios”. Não sei qual é esse e nem quero saber.
   – Desafios? – pergunto.
   – Sim. Por exemplo: No verão passado ele e a turma dele fizeram um jogo em que se a cada resposta  errada, a menina tinha que tirar uma peça de roupa. Essas baboseiras.
   – Ah...
   – Mas, depois não tinha muitas garotas que queriam participar, então eles sequestravam garotas e as obrigavam participar.
   – Como você sabe disso tudo?
  – Todo mundo sabe. Isso deu a maior polêmica quando uma das garotas foi para a delegacia. Talvez você não saiba porque você é nova aqui. 
   – Entendo.
   – Não sei qual é o joguinho deles agora, mas eu duvido que eles vão sequestrar garotas novamente. Eles quase foram presos.
    – É, acho que você tem razão.
    – Olha lá – disse Cameron apontando para a garota novamente –, é o Mike.
     Mike era um cara alto com os cabelos castanhos e olho claro, tinha o físico forte, mas dava para ver em seu rosto que não era um cara para confiar. 
     – Ele está falando com a garota novamente. – disse Cameron –, talvez queira desafiá-la de novo.
     O Sinal toca.
– Tenho que ir – disse Cameron. –, te encontro mais tarde.
– Até.
  

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 2 {He's Still the Same?}


Capítulo 2: He's still the same?

Eu acho que a recepcionista deve está me matando em sua mente nesse exato momento, mas eu realmente não me importo.
     Fico observando a cidade pela janela do ônibus que está quase parado no ponto perto de minha casa.
    Desço do ônibus e procuro a casa de Cameron. Não tenho muita certeza se ele iria está lá, mas mesmo assim fui.
   Toquei a campainha da casa de Cameron e fui atendida pela sua mãe. Ela me olhou com um olhar meio que desprezível no rosto e então eu me lembrei de que eu matei o marido dela e ainda fiz sua enteada ser presa.
– O que você quer? – disse ela arrogante.
– Eu gostaria de falar com Cameron – digo com insegurança na voz.
– Ele não está – disse ela cuspindo as palavras e fechando a porta na minha cara.
     Dou meia volta e volto a minha casa. Tenho que terminar o meu dever para amanhã.

PLACK!
Escuto do andar de baixo. Levanto da minha cama e saio correndo para lá. Antes eu pego a lanterna e o taco de beisebol do meu pai e desço as escadas de vagar. É noite Agora. Seria meu pai? Ou eu não me livrei de espíritos nenhum? Chego ao último degrau da escada e ilumino a sala com a lanterna. Vejo um vulto rápido indo para a cozinha e engulo a seco. Preparo o taco de beisebol para atacar e vou à direção da cozinha.  Acendo rápido a luz no interruptor e já levando o taco para atacar. Vi algo indo a minha direção, mas quando eu ataquei a pessoa com o taco ela segurou e tirou o taco de mim.
– Calma! – disse a pessoa.
    Olho e vejo que é Cameron. O que ele esta fazendo aqui?
– O que você está fazendo aqui?! – pergunto assustada.
   Ele revirou os olhos.
– Minha mãe não quer me deixar te ver, então eu vim para cá.
– Você não poderia ter ligado? Poderia ter tocado a campainha, algo assim?
– Eu não queria te assustar.
– Tocar a campainha seria bem menos assustador se você quer saber.
     Cameron revirou os olhos novamente.
– Tá legal, me desculpa. Achei que seu pai estava aqui e também não me deixaria te ver.
– Meu pai nem fica uma semana inteira em casa e nem fala comigo direito.
– Puxa, sinto muito.
– Não sinta.
    Cameron balançou a cabeça.
– Então ele não está? – balanço a cabeça concordando.
     Então ficamos naquele silêncio constrangedor e também veio à pergunta que eu estava meio que com medo de perguntar na minha cabeça; Ainda éramos namorados?
– Então... – digo.
– Então... – ele repete.
– Nós... Você sabe – ele parece confuso – Eu... E você... – sinto que minhas mãos estão tremendo um pouco. Cameron balança a cabeça para eu continuar. – Ainda temos... Um relacionamento? – digo bastante sem graça.
– Você quer? – diz ele um pouco sem graça também.
– Eu... Eu não sei. – eu realmente não sabia. Eu queria? – Eu realmente não sei.
    Então ficamos no silêncio constrangedor novamente. E nesse tempo que ficamos em silêncio, tentei pensar um pouco. Eu realmente gostaria de Cameron com um namorado novamente? Quero dizer, ele matou minha melhor amiga. Eu sei que ele foi obrigado, mas ainda assim... Mas eu também sentia falta dele e do tempo que passamos junto.  Eu acharia que seria muito errado se eu namorasse quem matou minha amiga, mas eu gostava dele.
Meus pensamentos foram interrompidos quando eu e Cameron ouvimos um PLACK. O “PLACK” foi bem mais baixo do que o outro que eu ouvira. Cameron e eu no entreolhamos.
– Você ouviu isso? – ele me perguntou.
    Eu concordei com a cabeça. Ouvimos novamente um PLACK bem mais baixo do que o outro. Entreolhamos-nos novamente e olhamos para a porta que dava para o quintal dos fundos. Adivinhamos que o barulho vinha de lá. Cameron apertou  o taco de beisebol que ainda estava segurando e eu pego a lanterna.
    Cameron e eu damos passos silenciosos até a porta dos fundos. Abro a porta devagar e ela faz um ruído irritante. Não havia nada no quintal.
– Olha isso – digo iluminando o chão com a lanterna.
   Cameron olha para as três pedras que estavam no chão. Uma grande, uma média e uma pequena.
– Você acha que é isso o que a gente ouviu? – pergunta Cameron.
– Eu... Eu acho que sim. – respondo.
– Mas quem teria tacado? – assim que Cameron termina de falar, vemos um vulto no meio da floresta que fica atrás da minha casa.
   Cameron e eu nos entreolhamos e seguimos o vulto.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 1 {No Ordinary Day}


Capítulo 1: No Ordinary Day
Faz quatro meses desde que Emma se foi. Às vezes sinto a presença dela quando vou ao lago estudar.
   A Escola começou e eu acho que eu não sou comentada lá. Só existe um bando de riquinhos no qual ignoram a minha existência, mas para mim tanto faz.
   Cameron ainda não saiu da reabilitação, por mais que ele dissesse que logo voltaria, então, não tinha ninguém que conhecia na escola.
    Toda vez que vejo uma garota com qualquer coisa semelhar com Margaret, fico com um aperto no coração e minha vontade é me tacar no chão e começar a chorar. Não consigo superar a morte de Margaret e toda vez que eu penso em chorar, tento colocar em minha cabeça “Não chore porque acabou, sorria porque aconteceu”, mas não estava mais fazendo efeito. 
    Fecho os meus livros e volto a observar o lago. O Lago estava azul brilhante e a floresta mais verde. O dia estava ensolarado perfeito para um piquenique. Mas com quem eu iria fazer um piquenique? Meu pai? Não. Ele estava achando que eu sou louca desde que eu achei o corpo de Emma. Ele mal fala 10 palavras comigo por dia, a não ser se for necessário. Ele saia com Violet com mais frequência e apenas me deixa um bilhete. Minha vida não melhorou como eu imaginava depois de tudo. Mas ainda era melhor que antes. Um pouco.
    Pego os meus livros e o coloco-os dentro da minha mochila. Coloco a alça da mochila no meu ombro e me deparo com uma figura, bem no longe da floresta. Era um pontinho branco no meio de vários pinheiros. Emma? Não. Era outra pessoa. Talvez alguém vivo, mas não conseguia ver direito. Então perdi o pontinho brinco de vista que sumiu entre os pinheiros.  Balanço a cabeça e faço o caminho para minha casa.

   Chego em casa e como imaginava, meu pai não estava lá. Jogo a mochila no sofá e vou a cozinha pegar um copo de suco.  
    Ultimamente não conseguia tirar Cameron da minha cabeça, dá última vez que o visitei foi o mesmo dia que eu achei o corpo de Emma. Quase quatro meses atrás. Gostaria de visitá-lo novamente, mas não tinha certeza se alguém me levaria para fora da cidade. Meu pai nem falava comigo e eu nem sabia o que aconteceu com o Policial Billy.
   Coloco o copo na pia e respiro fundo. Precisava visitar Cameron, eu poderia ir de ônibus.
       Procuro no balcão da cozinha algum bilhete de meu pai avisando quando iria voltar, mas não encontrei nada. Ele agora nem me avisa quando vem. Sei que cheguei em casa agora, mas não estava com vontade alguma de ficar em casa sozinha. Mesmo que não houvesse nada, eu me sentia solitária. Sair na rua e vê gente fazia a tristeza me abandonar. Sentia-me muito sozinha desde que achei o corpo de Emma. Uma ideia veio a minha cabeça; hoje eu poderia visitar Cameron.
   Eu realmente não tive nenhuma notícia dele, mas pelo que escuto falarem, ele ainda estava na reabilitação e ele não estava nem um pouco curado. Cameron não estava louco, desde que o visitei eu vi que ele continuava normal. Mas, se aquele lugar não o deixou louco, eu acho que ele estaria como da última vez que o vira.

Sento-me ao banco do ponto de ônibus e fico esperando. Não tinha ninguém no ponto além de mim, era óbvio. A Maioria dos moradores daqui só pegavam ônibus para sair da cidade ou algo do tipo. O resto era tudo perto que dava para chegar a pé e só ficar um pouco cansado. Parece que hoje eu seria a única a sair da cidade além do meu pai.
    O Ônibus parou e eu entrei nele. Paguei o motorista e me sentei a um dos bancos do fundo. Tinha apenas umas três pessoas no ônibus tirando eu e o motorista. Tive a impressão que eles não eram de Skygrooove.
    Encostei minha cabeça na janela e observei a placa “Skygrooove agradece a visita, volte sempre!” e reparei em algo que acho que nunca reparei antes; o número de população da cidade. Estava 827 pessoas, o que no caso era muito pouco. A Cidade era realmente muito pequena.
    Logo o ônibus parou uns três quarteirões antes da clínica. Teria que andar até lá, mas não me importava.
   Passei pela porta de vidro da clínica e vou fui em direção a recepcionista. A Recepcionista aparentava ter uns 21 anos e tinha seu cabelo preto amarrado em um coque apertado. Quando cheguei perto, ela nem se quer percebeu minha presença e ficou olhando para o computador em sua frente.
– Com licença – digo.
    Ela dá sua atenção a mim e me olha como se eu tivesse interrompido algo importante. Ela estava com raiva.
– Eu poderia visitar Cameron Groove?
– Tem horário marcado?
– Bom, não eu...
– O Paciente foi embora ontem pela tarde – ela me cortou.
– Ontem?
– Aham – ela fala enquanto dava atenção ao computador.
– Então ele foi embora ontem à noite – digo para mim mesma.
– Você quer que eu desenhe? – disse a recepcionista ironicamente e me olhando como se eu fosse uma criança burra de sete anos.
    Por alguma razão, tive uma imensa vontade de tacá-la de um precipício. A Recepcionista olhou para mim e entediada.
– Deixe suas sugestões em nossa caixa de sugestões e faça nossa clínica melhorar! – disse ela sem emoção alguma.
– Vou fazer o favor de escrever para te demitirem. – digo enquanto saio da clínica.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Capítulo 20 {The Light}


Capítulo 20: The Light

O Policial Billy me levou de volta para casa, ele me disse que Cameron parecia perfeitamente normal e que talvez só estivesse lá porque queria se afastar das pessoas. Louco ele não era, ele tinha certeza. Fiquei pensando no que ele me disse, ele tinha razão sobre isso, Cameron parecia perfeitamente bem, como sempre foi, mas estava escondendo algo. Talvez quisesse ficar afastado um tempo até essa bomba toda abaixar e as pessoas não verem ele como um assassino ou um psicopata.
    Abro a porta de casa, mas assim que abrir, sinto que eu entrei no lugar errado.
Eu talvez devesse está sonhando acordada, eu não sei. Era como se eu entrasse em uma ilusão assim que pisei em casa.
    Estava em uma floresta, estava de manhã, estava quieto e a floresta estava coberta de neve. Logo comecei a sentir muito frio, e uma tempestade se formou. Vi alguém, alguém com um capuz preto, correndo pela floresta, mas então eu voltei à realidade.
    Meu pai estava gritando meu nome e perguntando o que aconteceu. Ele estava ajoelhando ao meu lado e eu estava no chão.
- Anne? Anne? Você está bem?
    Sento-me ao chão.
- Sim, estou, eu só... Eu... Eu não sei explicar.
- O importante é que você está bem. – disse ele me ajudando a levantar.

Meu pai me disse para eu ficar na cama, caso algo acontecesse novamente. Fiquei olhando para o teto tentando pensar no que aconteceu. Quem era a pessoa no capuz? E como... Como eu tive esse tipo de ilusão, eu sei lá? Seria de Emma? Mas o que ela queria me mostrar.
   Fecho os meus olhos com esperança que tivesse essa ilusão de novo, para saber algo. Em um tempo, nada aconteceu, mas depois aconteceu,
“Estava na floresta novamente, continuava frio, continuava de manhã e a mesma pessoa estava correndo pela floresta. A Pessoa era pequena, provavelmente era uma criança que só poderia ser Emma. Ela parou e olhou para os dois lados, até que me viu. Ela disse algo, eu consegui ler sua boca “Me Ajude” foi o que ela disse. Tentei dizer algo, mas minha voz não saiu. Ela continuou a correr. Emma continuava com a pele costurada, muito pálida, como se nunca tivesse visto o sol em sua vida, mas pálida que eu. Os olhos dela eram parecidos com uma bolinha de gude preta, não entendi como ela conseguia enxergar, mas Elisa me falara que tudo que ela passou não foi totalmente em vão. Os cachos loiros de Emma saiam do capuz e caia em seu ombro. Ela continuava correndo para o outro lado da floresta então a segui. Mas quando eu cheguei lá, ela tinha sumido. Ela não estava mais em lugar nenhum...”.
   Volto á realidade suando um pouco e me sento  a beirada de minha cama. Tomo respirações profundas e tento entender o porquê de ela ter sumido. Teria sido sequestrada?
    Meu pai bate na porta e eu o mando entrar.
- Anne, com tudo que você passou esses últimos dias... Eu estava pensando em levar você para distrair a cabeça um pouco. Sabe... Um momento pai e filha? – balanço a cabeça para ele prosseguir. – Que tal de irmos hoje a um restaurante para jantar? – ele levantou a sobrancelha – Fora da cidade – ele acrescentou.
     Dei um largo sorriso e ele sorriu também.

Estava a frente do espelho me arrumando. Sair da cidade era o que eu realmente precisava. Sair da cidade me faria esquecer um pouco dessa história confusa de Emma, de Cameron e das visões estranhas que estou tendo. Era realmente tudo que eu precisava.
    Dei uma última olhada ao espelho e apenas me vejo do jeito que imaginei; Rosto pálido, cabelos escuros até o ombro, um pouco de maquiagem e um vestido listrado um pouco acima do joelho. Estava perfeito.
     Desço as escadas e vejo meu pai ao telefone.
- Aconteceu alguma coisa, pai?
- O que? – olhou ele confuso para mim nas escadas. – Uh, ah, não... – ele parecia um pouco nervoso – nada, não aconteceu nada. – ele hesitou em não falar, mas acabou dizendo – Eu sei que era para ser um momento pai e filha, mas Violet vai está lá... – ele dá um suspiro um pouco triste e preocupado – você vai se importar?
- Claro que não pai. – digo com um sorriso – vai ser legal conhecer Violet um pouco.
    Ele deu um sorriso feliz e voltou a falar ao telefone.
       Realmente não me importava, seria só uma companhia mais, que não era dessa cidade. Estava tudo bem.

Violet não estava no carro comigo e meu pai, ela achou que só atrasaria o jantar e tudo mais. Então já foi direto ao restaurante e combinamos nos encontrar lá.
   Foi um alívio ver a placa “Skygrooove agradece a visita, volte sempre!”. Apesar de que não gostava muito da parte “volte sempre”.
   Meu pai foi diminuindo a  velocidade e eu já conseguia ver o restaurante. Ele era enorme, todo branco e chique. O nome estava escrito em um grande letreiro iluminado. Era francês – “L'amour” – que significava “amor”.  As luzes o rodeavam por inteiro e minha ansiedade pare ver por dentro só aumentara.
   Meu pai abriu a porta para mim e fomos à direção da porta do restaurante, estava tão animada que esqueci sobre tudo o que me preocupava.
   Atravessei a porta com a curiosidade maior ainda para ver como era por dentro, porém, só tinha neve, neve e mais neve – estava naquele lugar de novo.
    O Frio da floresta congelou instantaneamente meus ossos e fiquei tremendo de frio. Vira Emma correndo para a parte de cima da floresta com o seu capuz preto. Não pensei duas vezes e sai correndo em sua direção.
    Não perdi de vista Emma dessa vez, ela continuava correndo, com medo.
       Quando chegamos a um ponto da floresta atrás de minha (nossa) casa que nunca vira antes, Emma foi para o lago congelado e eu sabia o que iria ocorrer. Exatamente o que eu pensei aconteceu. Uma parte do lago congelado se quebrou e Emma caiu imediatamente nele. Não tinha como se segurar e nem como pedir ajuda.
    Minha visão mudou, não estava mais na floresta coberta de neve, agora estava dentro do lago congelado vendo Emma se afogar.  
    Mesmo com sua aparência um pouco perturbadora, ela parecia ter um rosto angelical. Mesmo que matara seus pais, que teve o corpo completamente costurado, Emma não parecia má, não parecia mais assustadora e agora, eu conseguia ver ela como uma criança. Uma criança que sempre foi.
    Uma luz ofusca meus olhos e eu consigo ver o lindo teto do restaurante com um grande lustre de vidro pendurado nele. Também consegui ver milhares de gente a minha volta preocupados com o que acontecera. Vi o rosto do meu pai se aliviar quando vira que eu acordei.
- Graças a deus, Anne – disse meu pai dando um suspiro de alívio.
    As pessoas que estavam me olhando me ajudaram a me levantar e ficar ao meu lado até eu me sentar a mesa que Violet reservara.
   Assim que sentei só fui afogada com perguntas, mas a única coisa que disse foi “chame a polícia”.
   Ambos se entreolharam e me olharam como se eu fosse louca, mas eles viram que eu estava séria e fizeram o que pedi.

Estava vestido o paletó que meu pai me emprestou enquanto ficávamos a beira do logo esperando que os policiais encontrassem o corpo de Emma. Eu fui afogada novamente em perguntas do tipo “como você sabe que o corpo de Emma está lá?” ou “Como você sabe que existi uma Emma?”.
    Eu expliquei, mas acho que não acreditaram em mim.
      Logo um dos polícias trás um pano embrulhado em seu e colo e vem a minha direção,
- Se Emma realmente morreu afogada no lago não sabemos, mas  sabemos que realmente havia um cadáver lá – disse o policial erguendo o pano e me mostrando uns pedaços de esqueleto humano – acho que era de Emma. Ela ficou realmente muito tempo lá e ninguém nunca soube dela. – o policial suspirou – deve ter sido horrível.

Eu realmente acho que acabei com o Jantar, meu pai, acho que começou a ter medo de mim, porque em uns momentos me olhava estranho no caminho para a casa, como se eu fosse o matar ou como se eu visse um morto a cada segundo.
   Chegamos a casa sem falar nada, ele nem se quer deu boa noite para mim e eu também não dei para ele. Mas pelo menos, agora eu tinha certeza que Emma estava em paz.

Nas semanas que foram vindo, nada aconteceu. Nenhum meio sobrenatural ou paranormal, nada.
   As aulas estavam se aproximando, entraria pela primeira vez na escola de Skygrooove e eu tinha medo como às pessoas reagiriam em me ver. Não estou aqui nem um ano e já fui a mais falada da cidade nas semanas passadas. 
   Peguei o meu romance que comprei em uma loja de livros aqui perto de casa. Os livros eram antigos, mas era exatamente assim que gostava.
   Subi a floresta que fica trás da minha casa e me sentei a uma pedra em frente ao lago.
     Depois de ler um pouco das páginas de meu livro, dei atenção ao lago, que estava azul claro. Ou eu estava ficando louca, mas ele começou a se iluminar e no canto do lago, molhando os pés, estava Emma, sem nada no rosto, apenas sua cara angelical que tinha antes de ser acusada de coisas que nunca fizera. Ela estava em um vestido florido e estava descalça. Ela olhou para mim deu um sorriso e desapareceu na luz do sol.
   Agora eu tinha certeza que meu trabalho estava feito.

Fim da primeira temporada. Segunda logo, logo!