segunda-feira, 25 de março de 2013

Skygroove 2 Capítulo 12 {The Trap}


Capítulo 12: The Trap

Prendi a respiração. Tinha medo que se eu fizesse qualquer coisa ele poderia disparar em minha cabeça.
Eu não sabia como estava me sentindo. Toda emoção ou sentimento se esvaziaram de mim e meu único propósito era não mexer um músculo. O Carro ficou frio também, a minha pele estava gelada e sem tocá-la eu podia sentir isso.
Ocorreram mais alguns segundos de silêncio que pareciam mais horas. Então, finalmente ousei me mexer e dizer algo.
– Então tudo foi uma armadilha? – Lucas riu ao meu lado.
– Você é bastante burra, hein garota? – disse ele ainda rindo – Achei que soube disso quando ele colocou a arma na sua cabeça – disse ele indicando o garoto encapuzado com a cabeça.
– Ethan? – adivinhei.
Como resposta, o garoto tirou a máscara e no espelho do retrovisor pude ver sua cabeleira ruiva e seus olhos negros maldosos.
– Lucas – disse Ethan – Temos que tira-la logo daqui. Não podemos ficar aqui para sempre.
– Tem razão – concordou Lucas.
Lucas saiu do carro e logo abriu a porta para mim. Ethan sequer um segundo tirou a mira da arma de mim.
Em seguida Ethan também saiu do carro e continuou a mirar em mim.
– Onde temos que ir mesmo? – perguntou Lucas coçando a cabeça.
– Para a colina – disse Ethan apontando com a cabeça.
– Ah é claro.
Então nós fomos em direção dessa tal colina.
Andamos no que pareciam horas, mas o caminho pareceu mais longo por causa da discussão de Ethan e Lucas.
– Eu odeio o meu cabelo castanho, você que deveria ter feito esse papel – resmungou Lucas.
– Quantas vezes eu vou ter que repetir? – falou Ethan estressado – Eu sou ruivo natural, não faria isso com o meu cabelo.
“Eu sou ruivo natural, não faria isso com o meu cabelo” Lucas imitou Ethan em uma voz muito mais aguda.
– Esquece – desistiu Ethan.
Mantive-me calada esse tempo todo, reparei que dentro do carro parecíamos que ainda estávamos na cidade, mal notei que já tínhamos saído dela.
Tivemos que percorrer um longo caminho de uma estrada deserta e depois subir um pequeno morro até chegar ao alto da colina.
No meio da subida ao morro eu estava virando banquete para mosquitos e a grama estava fazendo meus pés coçarem violentamente.
Me amaldiçoei por ter colocado um salto e usar um vestido bem “aberto”.
Duas ou três vezes eu quase cai, assim fazendo Ethan e Lucas me ajudarem, apesar de Lucas sempre achar que eu estava tramando algo e quase apertar o gatilho.
A Subida estava exaustiva e minhas pernas já estavam começando a se recusar a mexer, mas, felizmente, chegamos.
Diferente do morro, no topo da colina não tinha muita grama. Apenas um pequeno tufo aqui e ali, mas ainda assim era muito pouco.
O chão estava coberto de terra úmida e fazendo grandes poças de lama e várias vezes pisei nela fazendo não só meu salto, mas sim meu pé ficarem imundos.
– Anda logo – resmungou Ethan que estava logo atrás de mim com a arma muito bem apontada.
– Eu não tenho culpa – sibilei enquanto chacoalhava meu pé encharcado de lama.
 Estávamos nos aproximando do lugar marcado, porque, não muito longe, já avistei uma fogueira e duas silhuetas. Uma sentada e outra em pé.
A pessoa que estava em pé parecia estar de braços cruzados e estava balançando o pé de impaciência. A pessoa sentada estava olhando em nossa direção, mas ficava imóvel.
Quando chegamos perto o suficiente da luz, vi que a pessoa em pé era Mike, no qual era quem eu estava pensando.
E a pessoa sentada era Cameron, outra pessoa no qual adivinhei, então não foi surpresa alguma vê-lo ali.
Ele também não parecia surpreso em me ver, ele olhou para mim, mas quando voltei a olhar para ele, ele desviou o olhar.
Então eu percebi que ele estava amarrado. Com uma corda velha já se desfiando.
– Amarre ela – disse Mike tacando uma mochila para Lucas.
Ethan continuava com a arma apontada para mim.
Lucas, então, tirou uma corda parecida com a corda que estava amarrando Cameron de dentro da mochila e fez sinal para eu sentar.
Ele não precisou falar duas vezes, sentei ao lado de Cameron e Lucas me amarrou com a corda em um nó apertado e se levantou.
Quem sou eu para negar as ordens deles quando se um deles tem uma arma apontada para mim?
– Cadê a pá? – perguntou Mike. E então um pânico cresceu dentro de mim.
Ethan olhou para Lucas assustado, mas ainda não tirou a mira da arma de mim. Lucas bateu na testa e resmungou “Burro!”. Lucas suspirou e finalmente disse:
– Deixei no porta-malas.
Mike pensou em fazer algo, mas parou no último minuto e começou a caminhar de um lado para o outro com passos fortes.
– Maravilha! – disse ele – Maravilha mesmo.
Lucas e Ethan ficaram parados encarando Mike (Ethan continuava com a arma apontada para mim)
– O que é que vocês estão esperando? Vão buscar!
– Mas, Mike, e eles...
– Eu dou conta deles! Agora vão, quanto mais rápido melhor.
Ethan e Lucas se entreolharam e seguiram em direção á decida do morro (“Burro, burro, burro!” resmungava Lucas).
Os outros três minutos se passaram com Mike resmungando e andando de um lado para o outro diante da fogueira.
Nem eu e nem Cameron ousamos falar, nem ousamos nos olhar.
Demorou um pouco para perceber que um pouco mais para frente da colina, tinha uma cabana abandonada de madeira e só percebi quando Mike foi em direção dela.
– Então... – começou Cameron quando Mike entrou na cabana.
Eu ainda estava com bastante raiva de Cameron e tudo que eu fiz foi virar a cara.
– Anne, sério, você acha que sabe da história, mas você não sabe absolutamente nada! – Falou Cameron com um pouco de raiva na voz.
– Ah, é? Então me diga – digo olhando para ele.
Ele suspira.
– Pra você entender, primeiro tenho que dizer algo antes d’eu começar... – Cameron fez uma pausa dramática e quando viu que eu estava demasiada impaciente, ele falou – Eu e o Mike somos primos.

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