sexta-feira, 8 de março de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 9 {Prisioner}


Capítulo 9: Prisioner/Prisioneira

Mike me bateu de todos os tipos e eu claramente não pude revidar.
Socou, chutou e etc... Sentia que agora o melhor, sem dúvida, seria ele me matar em vez de que apanhar rigorosamente.
Deitada no chão com fraqueza para levantar, Mike me arrasta para a cama desocupada e colocou a camisa de força a força.
– Vou te contar as regras do jogo – disse ele –, A Noite, voltaremos e faremos um tipo de “pega-pega”, se algum de nós pegarmos você, nós ganhamos. – ele sorri maliciosamente.
Ele sai me deixando sozinha, por um motivo, sabia que não era só aquilo. E eu sabia se eu perdesse eu iria me dar mal, só não sabia como.
Fiquei deitada na cama olhando para o teto, ou melhor, olhando para a escuridão, já que não se dava para ver absolutamente nada. Depois de tudo, tinha até me esquecido exatamente o que aconteceu com Stewart.
Um olho meu só via manchas, minha cabeça estava doendo e a maior parte do meu corpo estava roxa. Eu sabia que seria um pega-pega injusto.
A única pessoa que eu pensei que me tiraria dessa seria Cameron, mas pelo visto ele não se importava comigo. Ninguém daria nenhuma falta de mim. Não sou amiga de ninguém aqui, meu pai não está na cidade e meu “namorado” me entregou, assim digamos.
Dou um suspiro fraco, porque, só de respirar, meu corpo inteiro doía. Eu não sabia que horas eram não sabia se era noite, se era tarde, ou se ainda era bem de manhã. Eu nem sei se passou minutos, horas, ou seja lá. A Cada segundo era como se fosse uma eternidade. Eu estava exausta demais até para dormir. A Escuridão não de me deixava ver nada e a cada segundo eu me sentia completamente uma louca. A Escuridão total me perturbava, se eu fechasse os olhos continuaria a mesma coisa. Eu nem sabia se continuava viva. Aquilo estava me deixando paranoica.

Abro os olhos e nem me lembro se eu dormi. Será que apenas fiquei acordada observando o escuro. Será que dormi? E se dormi, era noite agora? Ninguém veio me buscar.
Tento me mover, porém começo a sentir dor novamente.
– Droga – murmuro baixinho. –, Por que essa demora toda?

Talvez semanas, dias ou apenas horas se passaram e eu estava no limite. Estava faminta, com sede, com fraqueza e me sentia suja. Não conseguia me mover, eu precisava fazer meu sangue circular. Não via mais a luz do sol, afinal, eu não via luz alguma. Eu iria morrer e ninguém iria se preocupar se eu morri ou desapareci. Acho que nem meu pai se importaria. Agora, quem seria um espírito pedindo ajuda para ir para luz seria eu, mas como todas as pessoas daqui são horríveis, eu teria a grande sorte de ficar penando nessa cidade.
Talvez eu possa assombra-los até se suicidarem, penso.
Começo escutar de algum lugar vozes ao longe e passos pisando a grama. Seriam finalmente eles?
Alguém abre a porta do alçapão e a luz, fraca, mas mesmo assim, depois de tudo que passei, forte para mim, cega meus olhos. Queria colocar as mãos em meus olhos, porém elas estavam presas em uma camisa de força.
– Desculpe a demora – alguém diz descendo do alçapão.
Tento falar, mas acho que esqueci como faz isso.
O Garoto se aproxima da cama que estava deitada e mesmo com a fraca luz do luar, eu o só via-o como uma silhueta preta. Então acho que desmaiei, porque não me lembro de nada.

Acordo agora em minha cama. O Quarto estava com as luzes apagadas, porém não era aquele escuro que não dava para ver absolutamente nada e sim aquele escuro que dava para ver tudo.
Conseguia ver o guarda-roupa branco no canto da parede do meu quarto, conseguia ver o meu criado-mudo ao lado de minha cama, conseguia ver minha escrivaninha ao lado do guarda-roupa e conseguia ver uma cadeira a frente de minha cama, com Cameron sentado nela.
Sentei-me na cama com um susto e acabei acordando Cameron.  
Cameron abriu os olhos assustado e logo abriu um sorriso quando viu que eu acordei.
– Quantos dias passaram? – foi a primeira coisa que saiu da minha boca.
– Um e Meio.
– Onde vocês estavam? – disse com raiva.
– Eu explico isso depois. – disse ele se levantando da cadeira. – Acho melhor você tomar um banho, eu não sei. Eu vou pedir uma pizza. – Então Cameron deixou o quarto.
Logo minha cabeça se encheu de perguntas. Como Cameron me tirou daquela roubada? Por que eles nunca apareceram para fazer os desafios? E o que Cameron estava escondendo?
Então me levantei da cama. Quase cai assim que me botei de pé. Minhas pernas pareciam de chumbo e a cada passo que dava, meus joelhos tremiam.
Peguei roupas e fui em direção ao banheiro.

Tomei um banho bastante demorado e vesti apenas uma blusa e um jeans, penteei meus cabelos e os prendi em um rabo de cavalo um pouco mal feito.
Quando desci, vi Cameron fechando a porta e em suas mãos, estava carregando uma caixa quadrada, que no caso, era a caixa de pizza.
– Você deve está com fome – disse Cameron ido em direção à cozinha.
– Muita.
Cameron colocou a pizza na mesa e pegou alguns guardanapos. Eu me servi quase imediatamente.
– Me conte tudo – disse dei uma mordida na pizza.
Cameron suspirou, mas começou.
– Eu consegui negociar com eles, demorou um pouco, mas consegui. Eles não vão mais nos incomodar. – disse Cameron nem olhando para mim. Ele estava escondendo algo.
– Mas como...
– Ah, seu pai ligou. – ele mudou de assunto rapidamente.
– Meu pai?
– Sim. Ele disse que uma tal de Violet precisou ir as pressas ao hospital e não teve tempo pra avisar ou ligar. Ele volta daqui dois dias. E pediu desculpa.
– Ele não achou estranho você ter atendido o telefone?
– Não, ele parecia está bastante nervoso e apressado.
– Entendo.

Terminamos a pizza em silêncio e Cameron disse que precisava voltar para casa, assim me deixando sozinha.
Sentei-me ao sofá com milhares de perguntas ainda não respondidas. A Única pessoa que eu poderia confiar agora não era tão mais confiável.  Cameron estava mais misterioso que antes. Eu achei que depois de tudo, eu agora o conhecia, mas agora eu não tinha tanta certeza.
Apoiei minhas mãos para levantar do sofá, mas antes que pudesse levantar, me deparei cercada com névoa novamente.
Dessa vez elas não eram só névoa, elas estavam misturada com uma fumaça negra. A Névoa era mais acinzentada, assim, se camuflando com a fumaça.
Uma vez ou outra, achei que teria visto um rosto sombrio misturado com a fumaça, mas toda vez que tentava ver melhor, o rosto desaparecia.
Comecei a ficar assustada, dessa vez, a visão não desaparecia. Comecei a ficar preocupada com o fato de ficar lá para sempre. Não tinha ninguém em casa, eu não fazia ideia se eu cai ou algo do tipo. Mas antes que eu pudesse começar a chorar, a visão mudou.
Estava em uma floresta e eu já sabia qual floresta eu me encontrava.
Estava noite, a lua estava cheia e brilhante, avistei uma mulher com um vestido branco correndo pela floresta e um homem em terno negro correndo atrás dela. Ocorreu-me a ideia de que o vestido era um vestido de noiva, porém estava sujo e rasgado. Outra coisa que ocorreu em minha cabeça era que o que eles estavam fazendo era similar com o desafio do Mike.  Só uma coisa eu não sabia, o que acontecia quando a garota era finalmente pega.
Mas antes que eu pudesse descobrir, voltei para a sala de estar, e estava no chão olhando para o teto.
Levantei-me e olhei para os lados, tudo continuava o mesmo.
Quando dei o primeiro passo para a direção da escada, eu escutei vozes. Vozes longes e abafadas, não conseguia distinguir o que diziam e nem de onde vinham, mas não eram vozes de mortos.

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