Capítulo 8 {Margaret Is Back}
Foi um dia comum e não foi realmente difícil trabalhar
aqui. Aqui é fácil e o salário é ótimo, sem contar que por causa dele, passo
menos tempo em casa. Esse é um trabalho dos sonhos.
– Cameron! – posso ouvir Elisa dizer.
Saio da sala dos funcionários e vejo Elisa e Cameron se
abraçando e eu apenas aceno para Cameron.
– Anne, você está trabalhando aqui? – perguntou Cameron.
– Sim, comecei hoje. – respondo.
– Então, Cameron, você quase nunca vem aqui, qual é o
motivo? – pergunta Elisa.
– Ah, Elisa, seu irmão não pode visitar sua irmã?
– Desde quando você me visita? – Disse ele surpresa. –
Agora diga logo porque você tá aqui.
– Tá legal. Meu pai queria que eu te trouxesse isso aqui.
– disse ele pegando algo do bolso.
Ele pegou uma pequena caixinha preta e quando Elisa
abriu, não parou de gritar.
– Ai meu deus, como ele sabia que eu queria? – disse ela
colocando o colar escrito “Angel” prateado no pescoço.
– Ele viu você vendo ele na vitrine. Ele quis te dar o
presente antes do seu aniversário de 25 anos. – disse Cameron mexendo no cabelo
– ele ficou triste por não poder te dá pessoalmente. Mas ele é bastante ocupado
e você também.
– Não me importa, eu realmente amei. – disse ela correndo
para a sala dos funcionários.
– Oi – disse Cameron para mim.
– Oi – eu respondo de volta.
Ele dá um sorriso pra mim.
– E vocês pombinhos, nada de namorico na minha padaria –
ouvimos Elisa gritar da sala dos funcionários.
Antes que eu me desse conta, Cameron me deu um selinho e
deu um sorriso:
– Ela não pode me dizer o que fazer. – disse ele.
Eu dou um sorriso de volta.
Meu turno finalmente terminou e estou nas ruas indo em
direção á casa. Olho ao meu relógio e vejo que são 6h05min e ainda tava um
pouco cedo pra mim, já que as maiorias das atividades paranormais acontecem no meio
da noite. Chego à varanda da minha casa e dou um longo suspiro antes de abrir a
porta e a abro. Quando abro vejo várias caixas espalhadas pela nossa casa e
vejo o meu pai carregando uma delas.
– Vamos nos mudar de novo? – pergunto.
– Oh, não. É que eu achei uma porta atrás da casa que eu
não tinha visto antes e tava cheia dessas tralhas. – disse ele colocando a
caixa no sofá.
Sento-me ao sofá e abro uma das caixas. Lá tinha fotos,
da família que morreu aqui. Pego uma das fotos e vejo os dois gêmeos nela. Vejo
atrás da foto e tá escrito “Ethan & Elisa” o que deu para entender que esse
é o nome deles. É engraçado o fato de que Elisa é o nome da minha chefa e eu
acho que ela acharia engraçado se soubesse que ela tem o nome de uma menina
assassinada que me assombra. Pego outra foto, porém essa era só do menininho
Ethan, ela estava rasgada e dava pra perceber que faltava Elisa nela porque deu
pra ver um pouco de sua mão no canto rasgado.
– Dá pra acreditar que tudo isso cabe em um pequeno
quartinho? – diz ele se jogando ao sofá. – Estou morto. Nem sei o que vou fazer
com isso.
– Queimar? – digo.
Mas logo me arrependo das palavras porque vejo a mãe dos
gêmeos me encarando e isso me apavora. Ela tinha o mesmo rosto costurado que eu
vira na menina e no menino.
– Uh, Pai? Olha ali – aponto para o lugar no qual a
mulher estava.
Ele olha e percebe que não a nada, e eu percebo também.
Ela sumiu.
– O que era exatamente para eu está olhando? – ele me
pergunta.
– Esquece – digo.
– Enfim, queimar parece uma boa idei...
– Péssima ideia! – digo.
– Mas a ideia foi sua. – ele parece totalmente confuso.
– E-exato! Agora que eu percebi, a família não iria
gostar que outra pessoa chegasse aqui e queimasse seus pertences, não é mesmo?
– Uh, eu sei lá – diz ele. – Talvez eu deixe naquele
quarto mesmo. E trazer tudo pra cá foi em vão.
Não foi tão em
vão porque eu nunca iria saber o nome dessas crianças, mas eu não posso contar
isso a ele. Quem sabe mais tarde dou uma olhada
nessas caixas e consigo ver se acho algo que pode me ajudar a saber onde
tá o corpo de Elisa.
– Eu vou tirar uma soneca. – Disse meu pai indo à direção
das escadas. – Mais tarde eu tiro isso daí.
Sento ao sofá e
pego outra caixa. Tiro um ursinho de pelúcia branco com os olhos de bolinha de
gude preta e isso só me lembra de Elisa, a menina que vira no banheiro.
Escuto alguém
bater na porta e me levanto para ver. Não me lembro de ninguém que iria vir. A
Não ser que meu pai convidou alguém e eu não to sabendo. Abro a porta e sou
surpreendida com alguém se jogando aos meus braços. Mas só foi perceber o
cabelo ruivo brilhante que eu já sabia que era Margaret.
– Achei que você só viria daqui alguns dias! – digo e
Margaret deixa de me abraçar.
– Eu sei! Mas minha mãe deu uma de ser boazinha e me deu
dinheiro pra vir antes e ainda ficar duas semanas aqui! – ela diz dando
gritinhos de felicidade.
Agora eu e ela estamos dando gritos afeminados e pulando
pela sala inteira. Quando finalmente paramos de gritar como duas patricinhas,
Margaret se depara com as caixas espalhada pela sala:
– O que é toda essa tralha?
– Ah, só umas coisas que meu pai achou da antiga família
que morava aqui. – Eu digo.
– Uh, não importa. O que realmente importa é que eu estou
com você! – diz ela com um grande sorriso. – Você está namorando alguém?
Ela mudou rapidamente de assunto e isso fez minhas
bochechas corarem.
– Você está namorando alguém! – disse ela animada.
Margaret me conhece como ninguém.
– Sim, eu estou. Mas vamos pular a parte dos gritinhos? A
Última me deixou com um pouco de dor de cabeça.
– Eu não acredito! Minha melhor amiga tem um namorado! –
disse ela dando seus gritinhos.
– O que eu disse sobre os gritinhos?
– Ah me desculpe, mas eu mal posso acreditar que você
conseguiu um namorado aqui nessa cidadezinha e não conseguiu em uma cidade
grande como a Califórnia! – disse ela continuando com seus gritinhos – Ele tem
um amigo solteiro?
– S-sim, tem. Mas eu não sei se é solteiro. – digo.
Margaret começou a berrar com seu grito agudo.
– Eu quero conhecer ele! – disse ela.
– Conhecer quem? O meu namorado ou o amigo do meu
namorado? – pergunto.
– Os dois! Mas mais o amigo do seu namorado! – disse ela
continuando com seus gritinhos – Qual é o nome dele?
– Do meu namor...
– Do amigo do seu namorado! – ela me interrompeu.
– Uh, claro. É Tyler.
– Vamos conhecê-lo agora! – disse Margaret pegando o meu pulso
e me arrastando em direção a porta.
– Calma ai! – eu grito, mas ela não me responde e
continua a me arrasta para fora de casa.
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