quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Capítulo 4 {Second Chance}


Logo eu e Cameron passamos pela porta da lanchonete. Eu conseguia ver que ele tentava esconder seu olhar triste, o olhar que estragou tudo.

– Ei! – Cameron diz.  Viro-me e vejo seus olhos tristes – Eu estraguei tudo, não é mesmo?

– Claro que não. Rumores existem em todos os lugares – digo andando pela calçada.

– E como seriam os rumores na Califórnia?

       Como ele sabe que eu moro na Califórnia? Eu nunca disse isso a ele.

– Ah, é que meu pai conhece o seu, e ele me disse sobre você e a Califórnia... – Diz Cameron, que pelo visto entendeu minha expressão.

– Bom, os rumores são como “Dizem que aquela mulher trai o marido” ou “Eu soube que aquele menino bate na mãe por drogas”.

       Consigo ouvir que Cameron de uma risada abafada.

– Uau, na nossa cidade as casas são apenas assombrada. – disse ele dando um sorriso.

  Percebo que ele não está tão mal quanto antes, ele estava feliz agora.

– Você pode me dar uma segunda chance? – disse ele com o olhar esperançoso.

– Segunda chance? Do quê?

– De um encontro! – Diz ele como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.


Ótimo, era um encontro. Sinto minhas bochechas queimar, e ficarem coradas.

– E Então? – diz ele esperando uma resposta.

– Ah,  eu não sei... – penso em dizer não, mas isso apenas significaria mais tempo na casa, enquanto menos tempo eu passo lá, menos assombrações. – Pode ser.

   Sinto que ele está vibrando por dentro.

– Eu vou te levar a um dos lugares favoritos. – disse ele me pegando no pulso novamente, e me arrastando seja lá onde for.

  Ele começa a diminuir o ritmo e não faço ideia de onde eu esteja. Mas é um lugar verde e lindo.

– Chegamos – diz ele com um sorriso no rosto.


Essa é uma parte da cidade que eu não tinha visto. Era um parque deserto, mas era lindo. A Grama era verde como eu nunca tinha visto antes, as arvores tinham aroma doce e as flores eram cheirosas como os perfumes caro da Channel. O Perfume natural e de graça da Natureza penso.
– O que achou? – dizia Cameron com um sorriso enorme e bobo ao rosto.
– Eu não sei o que dizer – e não sabia – É lindo!
– Que bom que gostou. – disse ele com o mesmo sorriso.
Ele se sentou na grama, olhou para mim e bateu a mão no lugar perto dele indicando para eu sentar ao seu lado.
Eu fiquei um pouco desconfortável no começo, mas me sentei.

Ele tomou uma respiração profunda e disse:
– Então, me fale sobre você.
  Bom, com essa pergunta ele me lembrara de que estamos em um encontro, e tecnicamente fazemos esses tipos de pergunta, eu acho.
– Meu nome é Anne Elizabeth Frensley, tenho 16 anos, nasci na Califórnia, gosto de música, livros e romance.
  Ele pareceu realmente interessado.
– Agora me fale de você – eu disse.
– Não tenho que dizer muita coisa – ele pensou – Mas... Meu nome é Cameron Grooove, tenho 16 e nasci aqui. Gosto de música também, não curto muito livros, gosto de filmes, de preferência Terror.
– Grooove? Tipo de Skygrooove? – eu disse.
– Exatamente – disse ele – meu pai é meio que bisneto ou tataraneto do fundador da cidade. Não faz muita diferença.
– Como assim não faz muita diferença?
– Ah, bom, isso não me torna uma celebridade ou me faz receber tratamento especial ou coisa assim.
  Ele era atraente. Sim, Atraente. Ele não parecia se preocupar com nada, parecia sempre relaxado, e isso me fez achá-lo atraente.
– Olha. – disse ele apontando para o céu.
Ele mostrou o por do sol, que estava extremamente lindo. Era como ele se radiasse em vários tons de laranja, amarelo e até um pouco rosado. Ele sabe onde levar alguém para um encontro.
– Uau – é só o que eu digo.
 Ele estava olhando para o meu rosto, enquanto eu apreciava o por do sol. Ele estava dando um lindo sorriso.
– Uh, Cameron, eu sei que é meio fora do assunto, mas... Esse “assassinato” há quanto tempo aconteceu?
– Bom, uns 20 anos atrás. Ele foi verdadeiro, porque meu pai que me contara. Ele era nascido na época, óbvio. Mas isso não significa que tenham fantasmas lá, não é? – ele olhou para mim com um sorriso.
– Bom, é. – minto.
– Anne, enquanto sua mãe? – disse ele mudando a expressão – você só se mudou com o seu pai, certo?
   Senti um nó na garganta, eu odiava falar da minha mãe.
– Bom, ela está na áfrica, ajudando os animais com risco de extinção. – menti novamente.
Eu odeio falar da minha mãe. Ela abandonou a mim e meu pai quando eu tinha 12. Ela fugiu com um cara chamado Maicon que era dono de um cassino. Ela não se importava comigo, nem queria saber se eu estava morta ou não. Ela nem sequer apareceu no hospital ou ligar pra perguntar se estou bem depois de ter sido atropelada por um carro quando tinha 14. Eu estava atravessando, um cara passou o sinal. Só me lembro de ter acordado em uma maca. Bom, mas essa já é outra história.
– Ela parece legal. – disse Cameron que eu esquecera que estava ali.
O Meu corpo meio que gelou quando ele disse isso. Ela não era nada legal.
– E seus pais? – pergunto.
– Bom, meio que não dou muito bem com o meu Pai, ele é do tipo mandão. Já minha mãe, apesar de me tratar como um bebê, ela é bem legal.
  Ele parecia meio chateado quando disse, mas deveria ser apenas impressão minha.
– Está lindo, não está? – disse ele – o por do sol.
– É, está realmente lindo.
   Quando me dera conta, ele estava se aproximando. Para um beijo. Meu coração começou a bater a 100 por hora e sabia que meu rosto estava vermelho como uma pimenta. Meio que senti minha respiração começar a falhar, além de ficar mais pesada.
   Por um momento, queria interromper, mas por outro eu queria. Porque eu percebi que estava me aproximando também. Já consigo sentir o calor dos nossos lábios, que estão realmente um centímetro de distância, mas quando iam tocar um ao outro, o telefone de Cameron toca.
  Senti raiva naquele momento

Ele logo interrompeu o beijo e desligou o celular, e se levantou rapidamente.
– Desculpa Anne, quando meu pai me liga é que é hora de ir. Se eu não for ele me quebra ao meio. Não literalmente, mas ele é muito severo. – ele parecia balançar o pé apressado – eu tenho que ir. Realmente me desculpe. Eu passo em sua casa, podemos marcar outro encontro. Mas agora eu realmente tenho que ir.
  Ele saiu correndo até eu o perder de vista. Ele falou tudo rápido que eu quase não entendi muitas coisas. Mas eu fiquei lá plantada, tentando analisar o que aconteceu. Senti-me aliviada e ao mesmo tempo com raiva por aquele beijo não ter acontecido. Deito na grama, e fiquei olhando o fim do por do sol. Eu não queria voltar pra casa.

Fiquei imaginando algumas coisas sobre a casa e sobre o tal assassinato. Eu vira dois da família na casa. O Primeiro foi o velho, aquele que maltratava a família. Segundo foi a garota que vira no banheiro. Os dois na mesma noite. Respirei o ar puro como se fosse à última vez. Eu sabia que tinha que voltar pra casa, meu pai já deve está surtando se perguntando onde estou.

Levanto-me e vou à direção da minha casa. Ou daquela casa.

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