Capítulo 9: New Friendship?
Margaret para na varanda olhando para os dois lados
tentando descobrir pra onde ir. Consigo arrancar minha mão da mão dela, que
estava agarrando meu pulso.
– Margaret, você não pode sair me arrastando! Suas
bagagens ainda estão na varanda e eu não faço ideia onde o Tyler está! – eu aumento
meu tom de voz.
– Me desculpe, eu só fiquei animada – disse Margaret
enquanto eu esfregava meu pulso. Ela era forte. – Mas ele é bonito?
– Quem? Camer... – logo Margaret me interrompe.
– Tyler! Eu estou falando do TY-LER. Não quero saber
sobre seu namorado. – Margaret diz isso quase gritando e meio que as últimas
palavras me machucaram um pouquinho.
– Bom, é... Mas eu não sei se você vai achar a mesma
coisa. Temos gostos diferentes. – digo.
– Então me diz como ele é! – disse Margaret animada.
– Alto. Não tanto quanto o Cameron. Cabelo preto, olhos
escuros, pele branca...
– Ele é perfeito! – gritou Margaret com uma voz bastante
aguda.
– Mas você nem viu ele. – eu digo.
– Não importa. Aposto que ele é perfeito! – disse ela
dando seus gritinhos de garota fresca.
– Acho melhor entrarmos e colocar a sua bagagem no meu
quarto. – sugiro.
Margaret concorda com a cabeça. Pegamos as malas que
estavam na varanda e entramos na casa. Meu pai estava descendo as escadas nesse
minuto.
– Ei, pai. Você não ia tirar uma soneca? – pergunto.
– Oh, Ah, Sim. Mas eu recebi uma mensagem de Violet... –
ele se interrompe quando vê a presença de Margaret. – Oh, Ei Margaret! Não
sabia que você viria pra cá agora.
– Oi Sr.Frensley. – cumprimentou Margaret com sua falsa
voz angelical.
– Bom, continuando. Violet quer que eu saia com ela.
Talvez eu fique lá por uns seis dias. Eu pensei em recusar, já que você não
gosta de ficar sozinha nessa casa, mas Margaret está ai pra salvar o dia! –
disse meu pai animado.
– E ele diz que eles são só colegas de trabalho. – Sussurra
Margaret em meu ouvindo.
– Pois é. – sussurro de volta.
Margaret dá uma risadinha e a expressão do meu pai é de
confuso.
– Enfim, Anne, vou pedir pra você se livrar dessas
tralhas. – disse ele olhando ao redor da sala, onde estavam as caixas. – Faria isso
por mim?
Ele disse com um olhar de cachorrinho sem dono e eu não
tinha opção mesmo, então tudo que fiz foi aceitar.
– Se cuidem meninas, eu vou fazer as malas e vou sair
daqui 1h30min – disse ele subindo.
– Bom, Margaret, suba suas bagagens que eu vou me livrar
um pouco dessas tralhas. – eu disse e ela apenas concorda com a cabeça.
No meio dos degraus da escada, Margaret para e diz:
– E Tyler?
– Eu vou mandar uma mensagem pra Cameron – digo revirando
os olhos e Margaret faz uma comemoraçãozinha.
Depois de ter tirado a maioria das caixas, eu e Margaret
se jogamos no sofá e meu celular apita, provavelmente pode ser Cameron,
respondendo minha mensagem. Pego meu celular e quando vou apertar o botão “ler”,
Margaret dá um berro agudo, mas foi tão agudo que se tivéssemos vizinhos, eles
achariam que Alvin e os esquilos estariam cantando aqui ou nós atropelamos um
esquilo.
– Por que está gritando? – pergunto assustada.
– Ele respondeu! – diz ela dando mais de uns seus
berrinhos agudos e eu tampo os ouvidos.
– Me deixa ler a mensagem! – grito mais alto que os
berrinhos de Margaret para ela me ouvir.
– Ok. – ela diz fazendo biquinho e fica quieta.
Pego o celular e aperto o botão “ler” e Margaret encosta
sua cabeça na minha para ler a mensagem também.
“Ok, se encontre comigo no parque onde a gente se
conheceu em meia-hora, trarei Tyler.”
O primeiro pensamento que me ocorrera em minha cabeça
depois de terminar de ler a mensagem era tapar meus ouvidos para protegê-los do
grito hiper agudo de Margaret. Mas por incrível que para, ela não gritou.
– Vocês se conheceram em um parque? – ela disse
finalmente.
– Sim. Longa história. – respondo. Não queria explicar
que eu o conheci porque ele me deu uma bolada na cabeça. Não que fosse
vergonhoso, mas sim cansativo.
– De qualquer modo, vou escolher uma roupa e me maquiar
antes de 30 minutos. – disse Margaret correndo á escada.
Eu sabia que ela estava rezando pra conseguir se arrumar
em menos de 30 minutos. Margaret sempre demorou pelo menos umas 3 horas para se
arrumar. Apenas a sigo em direção as escadas.
Estávamos no caminho do parque e Margaret não parava de
falar sobre como ela estava feia porque não teve tempo o bastante para se
arrumar.
– Anne, não querendo te assustar nem nada, mas eu acho que
eu vi uma sombra atrás de você quando você apareceu lá no quarto. – Margaret disse.
– Bom você não acha que seria minha sombra? – pergunto como
se fosse a coisa mais óbvia.
Margaret revira os olhos.
– Não me diga? – diz ela sarcasticamente. – Mas eu to falando
de uma silhueta preta, de um homem mais velho, e bem mais alto.
Meu corpo gela. Quando Margaret chegou, tinha me
esquecido totalmente que a casa era assombrada e eles precisavam de mim para
ajudá-los.
– Bom, deve ter sido só sua impressão. – minto.
Não queria dizer a verdade, ela iria se apavorar e for
embora. Não queria perder ela novamente.
– Hm, deve ter sido. – disse ela dando os ombros.
Finalmente chegamos e avistamos Tyler e Cameron sentando
em um banco conversando.
Eu aceno e Margaret dá um de seus gritinhos agudos e eu
tampo meus ouvidos. A expressão de Cameron muda de feliz para assustado e a
expressão de Tyler é a mesma – Feliz.
Talvez Tyler goste de uma menina berrando por ele. Eles aproximaram-se
e Margaret já se apresenta a Tyler e Tyler faz o mesmo. Eles logo saem de perto
de mim e Cameron para um canto do parque. Eu e Cameron nos entreolhamos e ele
dá um sorriso.
– Sua amiga parece ser... Legal. – disse ele pensando bem
nas palavras.
Eu reviro os olhos.
– Ela é só um pouco histérica. – digo.
– Um pouco?
– Tá legal... Muito! – eu admito – mas fora isso, ela é
uma ótima amiga.
– Aposto que ela te faz feliz. E se ela te faz feliz, ela
deve ser uma ótima amiga. – ele diz.
E eu apenas dou um sorriso.