quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Capítulo 9 {New Friendship?}


Capítulo 9: New Friendship?

Margaret para na varanda olhando para os dois lados tentando descobrir pra onde ir. Consigo arrancar minha mão da mão dela, que estava agarrando meu pulso.
– Margaret, você não pode sair me arrastando! Suas bagagens ainda estão na varanda e eu não faço ideia onde o Tyler está! – eu aumento meu tom de voz.
– Me desculpe, eu só fiquei animada – disse Margaret enquanto eu esfregava meu pulso. Ela era forte. – Mas ele é bonito?
– Quem? Camer... – logo Margaret me interrompe.
– Tyler! Eu estou falando do TY-LER. Não quero saber sobre seu namorado. – Margaret diz isso quase gritando e meio que as últimas palavras me machucaram um pouquinho.
– Bom, é... Mas eu não sei se você vai achar a mesma coisa. Temos gostos diferentes. – digo.
– Então me diz como ele é! – disse Margaret animada.
– Alto. Não tanto quanto o Cameron. Cabelo preto, olhos escuros, pele branca...
– Ele é perfeito! – gritou Margaret com uma voz bastante aguda.
– Mas você nem viu ele. – eu digo.
– Não importa. Aposto que ele é perfeito! – disse ela dando seus gritinhos de garota fresca.
– Acho melhor entrarmos e colocar a sua bagagem no meu quarto. – sugiro.
Margaret concorda com a cabeça. Pegamos as malas que estavam na varanda e entramos na casa. Meu pai estava descendo as escadas nesse minuto.
– Ei, pai. Você não ia tirar uma soneca? – pergunto.
– Oh, Ah, Sim. Mas eu recebi uma mensagem de Violet... – ele se interrompe quando vê a presença de Margaret. – Oh, Ei Margaret! Não sabia que você viria pra cá agora.
– Oi Sr.Frensley. – cumprimentou Margaret com sua falsa voz angelical.
– Bom, continuando. Violet quer que eu saia com ela. Talvez eu fique lá por uns seis dias. Eu pensei em recusar, já que você não gosta de ficar sozinha nessa casa, mas Margaret está ai pra salvar o dia! – disse meu pai animado.
– E ele diz que eles são só colegas de trabalho. – Sussurra Margaret em meu ouvindo.
– Pois é. – sussurro de volta.
Margaret dá uma risadinha e a expressão do meu pai é de confuso.
– Enfim, Anne, vou pedir pra você se livrar dessas tralhas. – disse ele olhando ao redor da sala, onde estavam as caixas. – Faria isso por mim?
Ele disse com um olhar de cachorrinho sem dono e eu não tinha opção mesmo, então tudo que fiz foi aceitar.
– Se cuidem meninas, eu vou fazer as malas e vou sair daqui 1h30min – disse ele subindo.
– Bom, Margaret, suba suas bagagens que eu vou me livrar um pouco dessas tralhas. – eu disse e ela apenas concorda com a cabeça.
No meio dos degraus da escada, Margaret para e diz:
– E Tyler?
– Eu vou mandar uma mensagem pra Cameron – digo revirando os olhos e Margaret faz uma comemoraçãozinha.

Depois de ter tirado a maioria das caixas, eu e Margaret se jogamos no sofá e meu celular apita, provavelmente pode ser Cameron, respondendo minha mensagem. Pego meu celular e quando vou apertar o botão “ler”, Margaret dá um berro agudo, mas foi tão agudo que se tivéssemos vizinhos, eles achariam que Alvin e os esquilos estariam cantando aqui ou nós atropelamos um esquilo.
– Por que está gritando? – pergunto assustada.
– Ele respondeu! – diz ela dando mais de uns seus berrinhos agudos e eu tampo os ouvidos.
– Me deixa ler a mensagem! – grito mais alto que os berrinhos de Margaret para ela me ouvir.
– Ok. – ela diz fazendo biquinho e fica quieta.
Pego o celular e aperto o botão “ler” e Margaret encosta sua cabeça na minha para ler a mensagem também.
“Ok, se encontre comigo no parque onde a gente se conheceu em meia-hora, trarei Tyler.”
O primeiro pensamento que me ocorrera em minha cabeça depois de terminar de ler a mensagem era tapar meus ouvidos para protegê-los do grito hiper agudo de Margaret. Mas por incrível que para, ela não gritou.
– Vocês se conheceram em um parque? – ela disse finalmente.
– Sim. Longa história. – respondo. Não queria explicar que eu o conheci porque ele me deu uma bolada na cabeça. Não que fosse vergonhoso, mas sim cansativo.
– De qualquer modo, vou escolher uma roupa e me maquiar antes de 30 minutos. – disse Margaret correndo á escada.
Eu sabia que ela estava rezando pra conseguir se arrumar em menos de 30 minutos. Margaret sempre demorou pelo menos umas 3 horas para se arrumar. Apenas a sigo em direção as escadas.

Estávamos no caminho do parque e Margaret não parava de falar sobre como ela estava feia porque não teve tempo o bastante para se arrumar.
– Anne, não querendo te assustar nem nada, mas eu acho que eu vi uma sombra atrás de você quando você apareceu lá no quarto. – Margaret disse.
– Bom você não acha que seria minha sombra? – pergunto como se fosse a coisa mais óbvia.
Margaret revira os olhos.
– Não me diga? – diz ela sarcasticamente. – Mas eu to falando de uma silhueta preta, de um homem mais velho, e bem mais alto.
Meu corpo gela. Quando Margaret chegou, tinha me esquecido totalmente que a casa era assombrada e eles precisavam de mim para ajudá-los.
– Bom, deve ter sido só sua impressão. – minto.
Não queria dizer a verdade, ela iria se apavorar e for embora. Não queria perder ela novamente.
– Hm, deve ter sido. – disse ela dando os ombros.

Finalmente chegamos e avistamos Tyler e Cameron sentando em um banco conversando.
Eu aceno e Margaret dá um de seus gritinhos agudos e eu tampo meus ouvidos. A expressão de Cameron muda de feliz para assustado e a expressão de Tyler é a mesma – Feliz.
Talvez Tyler goste de uma menina berrando por ele. Eles aproximaram-se e Margaret já se apresenta a Tyler e Tyler faz o mesmo. Eles logo saem de perto de mim e Cameron para um canto do parque. Eu e Cameron nos entreolhamos e ele dá um sorriso.
– Sua amiga parece ser... Legal. – disse ele pensando bem nas palavras.
Eu reviro os olhos.
– Ela é só um pouco histérica. – digo.
– Um pouco?
– Tá legal... Muito! – eu admito – mas fora isso, ela é uma ótima amiga.
– Aposto que ela te faz feliz. E se ela te faz feliz, ela deve ser uma ótima amiga. – ele diz.
E eu apenas dou um sorriso.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Capítulo 8 {Margaret Is Back}


Capítulo 8 {Margaret Is Back}

Foi um dia comum e não foi realmente difícil trabalhar aqui. Aqui é fácil e o salário é ótimo, sem contar que por causa dele, passo menos tempo em casa. Esse é um trabalho dos sonhos. 
– Cameron! – posso ouvir Elisa dizer.
Saio da sala dos funcionários e vejo Elisa e Cameron se abraçando e eu apenas aceno para Cameron.
– Anne, você está trabalhando aqui? – perguntou Cameron.
– Sim, comecei hoje. – respondo.
– Então, Cameron, você quase nunca vem aqui, qual é o motivo? – pergunta Elisa.
– Ah, Elisa, seu irmão não pode visitar sua irmã?
– Desde quando você me visita? – Disse ele surpresa. – Agora diga logo porque você tá aqui.
– Tá legal. Meu pai queria que eu te trouxesse isso aqui. – disse ele pegando algo do bolso.
Ele pegou uma pequena caixinha preta e quando Elisa abriu, não parou de gritar.
– Ai meu deus, como ele sabia que eu queria? – disse ela colocando o colar escrito “Angel” prateado no pescoço.
– Ele viu você vendo ele na vitrine. Ele quis te dar o presente antes do seu aniversário de 25 anos. – disse Cameron mexendo no cabelo – ele ficou triste por não poder te dá pessoalmente. Mas ele é bastante ocupado e você também.
– Não me importa, eu realmente amei. – disse ela correndo para a sala dos funcionários.
– Oi – disse Cameron para mim.
– Oi – eu respondo de volta.
Ele dá um sorriso pra mim.
– E vocês pombinhos, nada de namorico na minha padaria – ouvimos Elisa gritar da sala dos funcionários.
Antes que eu me desse conta, Cameron me deu um selinho e deu um sorriso:
– Ela não pode me dizer o que fazer. – disse ele.
Eu dou um sorriso de volta.

Meu turno finalmente terminou e estou nas ruas indo em direção á casa. Olho ao meu relógio e vejo que são 6h05min e ainda tava um pouco cedo pra mim, já que as maiorias das atividades paranormais acontecem no meio da noite. Chego à varanda da minha casa e dou um longo suspiro antes de abrir a porta e a abro. Quando abro vejo várias caixas espalhadas pela nossa casa e vejo o meu pai carregando uma delas.
– Vamos nos mudar de novo? – pergunto.
– Oh, não. É que eu achei uma porta atrás da casa que eu não tinha visto antes e tava cheia dessas tralhas. – disse ele colocando a caixa no sofá.
Sento-me ao sofá e abro uma das caixas. Lá tinha fotos, da família que morreu aqui. Pego uma das fotos e vejo os dois gêmeos nela. Vejo atrás da foto e tá escrito “Ethan & Elisa” o que deu para entender que esse é o nome deles. É engraçado o fato de que Elisa é o nome da minha chefa e eu acho que ela acharia engraçado se soubesse que ela tem o nome de uma menina assassinada que me assombra. Pego outra foto, porém essa era só do menininho Ethan, ela estava rasgada e dava pra perceber que faltava Elisa nela porque deu pra ver um pouco de sua mão no canto rasgado.
– Dá pra acreditar que tudo isso cabe em um pequeno quartinho? – diz ele se jogando ao sofá. – Estou morto. Nem sei o que vou fazer com isso.
– Queimar? – digo.
Mas logo me arrependo das palavras porque vejo a mãe dos gêmeos me encarando e isso me apavora. Ela tinha o mesmo rosto costurado que eu vira na menina e no menino.
– Uh, Pai? Olha ali – aponto para o lugar no qual a mulher estava.
Ele olha e percebe que não a nada, e eu percebo também. Ela sumiu.
– O que era exatamente para eu está olhando? – ele me pergunta.
– Esquece – digo.
– Enfim, queimar parece uma boa idei...
– Péssima ideia! – digo.
– Mas a ideia foi sua. – ele parece totalmente confuso.
– E-exato! Agora que eu percebi, a família não iria gostar que outra pessoa chegasse aqui e queimasse seus pertences, não é mesmo?
– Uh, eu sei lá – diz ele. – Talvez eu deixe naquele quarto mesmo. E trazer tudo pra cá foi em vão.
   Não foi tão em vão porque eu nunca iria saber o nome dessas crianças, mas eu não posso contar isso a ele. Quem sabe mais tarde dou uma olhada  nessas caixas e consigo ver se acho algo que pode me ajudar a saber onde tá o corpo de Elisa.
– Eu vou tirar uma soneca. – Disse meu pai indo à direção das escadas. – Mais tarde eu tiro isso daí.
  Sento ao sofá e pego outra caixa. Tiro um ursinho de pelúcia branco com os olhos de bolinha de gude preta e isso só me lembra de Elisa, a menina que vira no banheiro.
 Escuto alguém bater na porta e me levanto para ver. Não me lembro de ninguém que iria vir. A Não ser que meu pai convidou alguém e eu não to sabendo. Abro a porta e sou surpreendida com alguém se jogando aos meus braços. Mas só foi perceber o cabelo ruivo brilhante que eu já sabia que era Margaret.
– Achei que você só viria daqui alguns dias! – digo e Margaret deixa de me abraçar.
– Eu sei! Mas minha mãe deu uma de ser boazinha e me deu dinheiro pra vir antes e ainda ficar duas semanas aqui! – ela diz dando gritinhos de felicidade.
Agora eu e ela estamos dando gritos afeminados e pulando pela sala inteira. Quando finalmente paramos de gritar como duas patricinhas, Margaret se depara com as caixas espalhada pela sala:
– O que é toda essa tralha?
– Ah, só umas coisas que meu pai achou da antiga família que morava aqui. – Eu digo.
– Uh, não importa. O que realmente importa é que eu estou com você! – diz ela com um grande sorriso. – Você está namorando alguém?
Ela mudou rapidamente de assunto e isso fez minhas bochechas corarem.
– Você está namorando alguém! – disse ela animada.
Margaret me conhece como ninguém.
– Sim, eu estou. Mas vamos pular a parte dos gritinhos? A Última me deixou com um pouco de dor de cabeça.
– Eu não acredito! Minha melhor amiga tem um namorado! – disse ela dando seus gritinhos.
– O que eu disse sobre os gritinhos?
– Ah me desculpe, mas eu mal posso acreditar que você conseguiu um namorado aqui nessa cidadezinha e não conseguiu em uma cidade grande como a Califórnia! – disse ela continuando com seus gritinhos – Ele tem um amigo solteiro?
– S-sim, tem. Mas eu não sei se é solteiro. – digo.
Margaret começou a berrar com seu grito agudo.
– Eu quero conhecer ele! – disse ela.
– Conhecer quem? O meu namorado ou o amigo do meu namorado? – pergunto.
– Os dois! Mas mais o amigo do seu namorado! – disse ela continuando com seus gritinhos – Qual é o nome dele?
– Do meu namor...
– Do amigo do seu namorado! – ela me interrompeu.
– Uh, claro. É Tyler.
– Vamos conhecê-lo agora! – disse Margaret pegando o meu pulso e me arrastando em direção a porta.
– Calma ai! – eu grito, mas ela não me responde e continua a me arrasta para fora de casa.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Capítulo 7 {Meet Elisa}


Capítulo 7 {Meet Elisa.}

Sinto-me segura pra sair atrás do poste e é exatamente o que faço. O Ar tá mais gelado que antes e minha respiração é uma fumaça branca. Estou tremendo de frio, enquanto ando pelas calçadas indo á direção de minha casa. Mesmo que minha casa seja assombrada, ela é mais segura que aqui.  Se você perceber melhor, os espíritos – até agora – não fizeram nenhum mal á mim. Quando eu cortei meu dedo no espelho, foi porque eu que toquei. E os cactos de vidros, fui eu que pisei, eles não foram tacado diretamente a mim. Então, como meu pai sempre me disse quando eu era pequena e tinha medo à noite “Tenha medo dos vivos, não dos mortos” e agora eu percebo que isso faz sentindo.  Consigo perceber minha casa, que está agora com todas as luzes acesas, ao contrário de antes. Abro a porta pra vê se meu pai chegou e nenhum sinal dele. Respiro fundo e vou direção ao meu quarto.

02h37min da manhã e nada do sono vir. Fico deitada, olhando para o teto tentando entender porque essa cidade é tão esquisita. Vai ver que a cidade é pequena, não dão muita importância daqui e por isso os crimes são maiores. E também, aqui não é nenhuma cidade muito rica, e não tem pessoas com coisas de realmente muito valor, mas uns dias atrás vi muito IPhone 5 por aqui e eu acabo ficando confusa. A Maioria das pessoas mais velha que vejo na rua usam roupas antigas e baratas, as casas são simples e bastante antigas, mas os jovens vestem roupas caras, e sem contar seus IPhones. Que lugar esquisito.

Acordo com meu celular apitando e vejo que a mensagem é de um número desconhecido.
“Anne, aqui é Elisa da padaria Delissie, gostaria de falar com você sobre a oferta de emprego”.
Elisa era o nome da minha futura chefa ou não.  Levanto-me da cama e dou uma olhada no quarto. Está tudo no lugar. Vou ao quarto do meu pai e vejo que ele ainda está dormindo, e pelo seu despertador, vejo que ainda são 7h12min da manhã. Desço as escadas e olho novamente para ver se está tudo normal. Nada continua fora do lugar. Vou á cozinha e preparo um café pra mim, não vou agora à padaria, achei um pouco cedo demais, e também um pouco cedo demais para responder a mensagem de Cameron. Quando sinto o café em meus lábios, ouço um barulho. Um barulho de uma pancada. Coloco meu café no balcão e escuto o barulho de novo. Ele vem da lavanderia do quintal dos fundos. Abro a porta com minhas mãos tremendo e vejo que era só a máquina de lavar que estava fazendo o barulho. Não sabia que meu pai tinha colocado roupa para lavar. Talvez quando chegou em casa. Suspiro de alívio e quando vou direção á porta, tropeço no tapete e caio. Que tapada que sou. Enquanto estou levantando, vejo que embaixo do tapete á um piso de madeira. O Piso da lavanderia não é de madeira, é de mármore. Porque diabos só uma parte do piso é de madeira? Levanto-me e tiro o tapete, e vejo que aquilo que eu pensara ser um piso não era um piso e sim um alçapão. Ajoelho-me a frente do alçapão e quando penso em abri-lo, vejo meu pai gritar meu nome.
– Já vou! – grito de volta enquanto recoloco o tapete no alçapão.

– O que foi? – pergunto.
– Não te vi em nenhum lugar da casa, fiquei preocupado.
– Ah, me desculpe, é que eu escutei um barulho vindo da lavanderia e eu fui ver o que era.
– E o que era?
– Só a máquina de lavar.
– Estranho...
– Por quê?
– Não me lembrava de ter ligado ela ontem á noite. – e meu corpo gela quando ele termina de dizer essas palavras.
Ele não tinha ligado à máquina, e isso significa que nem eu e nem ele ligamos, outra pessoa ligou. E eu tenho uma leve impressão de que não fora realmente uma “pessoa”.
– Foi você que ligou? – ele me perguntou.
– Uh, sim. – minto. Se eu dissesse a verdade, ele não acreditaria.
– Hm, então tá. – ele respondeu.

Entro na padaria e logo me dou de cara com Elisa, que estava atendendo um cliente.
– Ah, Anne, você veio! – disse ela com um sorriso.
Se ela estava sorrindo, acho que significava que eu fui contratada, não é? Ou ela apenas estava sorrindo pra me consolar algo do tipo?
– Ótimas notícias – disse ela com aquele sorriso do tipo das patricinhas que fingem ser sua amiga e depois sabotam seu vestido lindo ou coisa e tal – você está contratada!
– I-Isso é ótimo! – digo gaguejando de felicidade.
– Aqui – disse ele estendendo a mão com o meu uniforme. – Você pode se trocar no banheiro dos funcionários que fica na sala dos funcionários. 

Então começarei meu turno hoje, já que ela já disse pra eu me trocar, era tudo o que podia significar. Ou talvez ela só quisesse que eu visse se o uniforme cabia direito em mim. Termino de me vestir e saio do banheiro, e dou uma olhada na sala dos funcionários. Já estivera aqui antes pra preencher minha ficha de trabalho, mas não percebi que tinha umas fotos penduradas nela. As fotos eram de Elisa entre 12 até sua idade atual com a família, mas eu percebo que nas fotos eram o Pai e a Mãe de Cameron. Até Cameron mais novo e atualmente estavam em algumas fotos. Paro de ver as fotos quando Elisa entrou na sala.
– Olha, ficou perfeitamente bem em você – disse ela se referindo ao uniforme. – seu turno começa hoje.
  Disso eu já sabia.
– Conhece Cameron? – eu pergunto apontado para uma das fotos.
– Ah, ele é meu irmão postiço. – disse ela, e isso me fez ficar bastante em choque. – Sou por parte de pai. Minha mãe engravidou nova e morreu nova também, então ele cuidou de mim, até ele se casar de novo. E juntos tiveram Cameron. Você é namorada dele, certo?
– É eu acho. – respondo com incerteza.
– Como assim, você acha?
– É que não sei se chegamos a esse status. – digo me confundindo com o que eu mesma dissera.
Elisa dá uma pequena risada.
– Acho que você já chegou a esse “status”. Cameron não para de falar de você.
  Isso me chocou. Porque dá última vez que fui lá, ele realmente não ficou muito feliz em que eu respondesse perguntas sobre mim quando seus pais me perguntavam.
– Enfim, de qualquer modo, você tem que trabalhar agora. Não é porque você é quase da família agora que eu vou pegar leve com você. – disse Elisa.
– Ah, claro. – digo indo á direção da porta.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Capítulo 6 {The Dad Of My Boyfriend}


Capítulo 6 {The Dad Of My Boyfriend}

Enquanto íamos à casa de Cameron, ele continuava a apertar meu pulso que estava doendo com a força que ele apertava. Cameron era sério e continuava com o mesmo olhar de ódio em seus olhos, ao contrário de seu pai que estava feliz, e estava sorrindo. Ele parecia animado.

A Casa era grande e branca, ainda tinha cheiro de tinta fresca. O jardim da frente era totalmente verde e tinha uma roseira lá. Era uma casa agradável, ao contrário da minha, que era verde, mas a pintura era velha e estava toda desgastada mostrando umas partes de madeira na frente da casa.
– Entre, querida – disse o pai de Cameron.
Assim que dera o primeiro passo pra dentro da casa, Cameron me puxara para trás.
– Vá você primeiro – disse Cameron com uma voz como estivesse o desafiando.
O Pai de Cameron o olha com um pouco de raiva e logo entra. Cameron entra na minha frente, ainda segurando o meu pulso.
– Ah, essa é Anne, não é? – uma mulher loira, parecida com o Cameron que estava na sala disse.
– Sim amor, essa é Anne – disse o pai de Cameron.
Logo percebi que aquela é a mãe de Cameron.
– Anne essa é minha mãe Martha. Mãe essa é Anne. – diz Cameron.
Cameron parecia está mais relaxado.
– Oh, mas ela é linda – disse a mãe de Cameron.
Sinto minhas bochechas corarem.
– Espero que ela não desapareça como as outras. – disse ela e eu sinto meu corpo gelar.
– Mãe! – Cameron protesta..
– Ah desculpe, filho. – ela tira o cabelo do olho – é que como as coisas andam aqui, é tudo possível.
  Cameron revira os olhos e apenas me leva até ao sofá.

Depois disso foi tudo mais calmo, Cameron parecia menos estressado e seus pais eram tão simpáticos. Mas logo tivera que ir, e esse tempo Cameron não largou meu pulso.

POV Cameron
Dei um suspiro de alívio quando levei Anne á sua casa... Em segurança. Logo ouço meu celular apitar e era meu pai. Atendo e digo:
– Alô?
– Cameron, deveríamos conversar... – diz ele em o seu tom severo – não gostei nada do seu tom e do jeito que me tratara na frente de sua namorada.
– Pare de agir assim!
   Escuto o gargalhar no telefone.
– O que você quer falar? – digo.
– Você realmente quer falar enquanto você está na rua?
– Estou indo pra casa – digo e desligo o telefone.

Sigo meu pai até o porão de casa e me sento a uma cadeira que tem ali.
– Bom, agora me diga o motivo de está me tratando assim? – começou ele.
– Digamos que você não é nada seguro. – ele ri de novo.
– Ora, o que o faz pensar isso? – diz ele em um tom falso.
Sinto minha pele arder de ódio que tenho vontade de ler e socá-lo no rosto. Mas não faço isso, isso só me arranjaria problemas.
– De qualquer forma, você sabe o que irá acontecer com el... – antes que ele termina eu o interrompo.
– NÃO! NÃO E NÃO! Possa fazer isso com todos, mas não com ELA! – eu grito.
Ele me pega pela gola da camisa e olhar dele muda.
– Não me diga o que fazer garoto – disse ele em um tom ameaçador – você tem que fazer o que eu mando.
Eu tiro a mão dela e sinto me queimar de raiva mais do que antes.
– Ache o que quiser. – digo subindo as escadas do porão.

Anne POV
Chego em casa. Cameron me trousse aqui, ele parecia bastante preocupado. Estava tentando entender o porquê de ele agir dessa maneira. Não encontro meu pai em lugar algum e vejo uma nota em cima do balcão da cozinha. Peguei e o li:
“Estou indo sair com Violet, amanhã de manhã volto”.
Dou um suspiro. Sei que irei me dá mal. Sento-me ao sofá e ligo a TV. Deixo em um filme e acabo dormindo no sofá.

Acordo assustada, não tivera um sonho, mas não me lembrava de dormir. A TV estava desligada, afinal tudo estava desligado. Olho para os dois lados e não consigo ver nada.
Olho ao meu celular e vejo que á uma mensagem de Cameron.
“Desculpe-me pelo meu pai. Quer marcar algo um dia desses?”
Não entendi o que seu pai fizera para ele ter que me desculpar. Não respondo a mensagem, o relógio do celular está marcado ás 00h15min, resolvi não o perturbar tão tarde.
Levanto do sofá para ir dormir em meu quarto, mas as luzes acendem e apagam e eu resolvo ficar parada no mesmo lugar. Sinto algo segurar o meu braço e quando me viro, vejo o garoto que vira no meu sonho, que estava totalmente diferente. Os cabelos deles estavam escuros, os olhos tristes e escuros, como o de sua irmã.  O Rosto estava cheio de cicatrizes e cortes. Tiro meu braço em que o menino estava segurando e tampo minha boca com ela, tentando não gritar. Sinto que lágrimas começaram a brotar dos meus olhos e começo a dar passos para trás. Corro em direção a porta, abro e a fecho atrás de mim. Saio andando pela rua, não queria entrar lá tão cedo. Estava com um pouco do medo também, o ar estava frio e eu estava com um vestido sem mangas e acima do joelho.

Enquanto ando pelas ruas sem rumo, vejo um carro estacionado e alguém encostado ao carro, como vira o pai de Cameron mais cedo. A Pessoa usava um capuz preto, e praticamente todos os postes da cidade estavam apagados e o único que funcionara era o que iluminava o carro preto. Uma menina com um cigarro estava ao seu lado, ela aparentava ter minha idade. Senti um calafrio na nuca e me escondi atrás de um poste apagado e apenas observei de longe. Eu poderia ter dado meia volta, mas a curiosidade me pegou. Eu podia reparar que a pessoa parecia ser mais velha com uma garota tão nova. A menina joga o cigarro apagado no chão e começa a beijar a pessoa do capuz preto. Era uma cena muito estranha pra mim. E então, no meio do beijo, vejo a pessoa do capuz dando um golpe na cabeça da garota fazendo-a perder a consciência quase instantaneamente. Dou um quase um berro, mas logo me interrompo colocando a mão em minha boca. Ele pega a menina e a coloca sobre o ombro e a joga dentro do banco de trás do carro. Ele entra no carro e os faróis se acendem. Meu único pensamente é correr, sei que se ele me visse, ele iria me matar. Então apenas o que faço é correr. Minha casa pare um lugar bem seguro agora.

Corro no meio da escuridão sem fazer barulho, mas quando ele passa-se perto de mim  com os faróis ligados, eu sabia que ele ia me perceber. Então me escondo atrás de outro poste que também estava apagado. Prendo a respiração para que ele não conseguisse escutar nada. Ele passa direto sobre o poste e nem me notara, então fico lá uns 5 minutos. 

Capítulo 5 {The Dream}


Chego em casa ainda com os pensamentos do que ocorrera mais cedo. Não só como o quase beijo, mas também sobre os assassinatos ou algo assim.

Quando fecho a porta atrás de mim, vejo que meu pai não está. Por um minuto sinto que vi um vulto com o canto do olho e olho depressa. Nada. Respiro fundo e dou os passos até a cozinha, vejo um bilhete lá. Essa hora estava rezando que ele não tenha saído com Violet e só pudesse voltar amanhã ou a madrugada. Respirei fundo e li o bilhete

“Querida Anne, fui á mercearia para comprar algo para a janta, não se preocupe, logo estarei de volta.
                              - Com amor, pai.”

Sinto-me mais leve e calma, dou outro suspiro e vou á sala. A TV estava ligada no canal local que não era muito bom, estava passando o noticiário que comentara algo sobre um assassinato.  Sentei-me ao sofá interessada na notícia.

Ocorrerá um assassinato agora a pouco, mais ou menos 25 minutos, em uma floresta de Skygrooove. O Garoto assassinado se chamava Andy Herris que vinha acompanhado de Lillian Garcia que desaparecera. Os policias encontraram sangue no meio da floresta de Lillian e Andy, insinuando que poderiam ter matá-lo e sequestrado à garota. Um caso semelhante a esse acontecera á dois dias a trás com Jennel Rish que desaparecera e encontraram sua amiga Susan Diamond morta enforcada pendurada em uma árvore. A Polícia não consegue encontrar pistas do caso, mas os parentes das vitimas disseram que ambos Lillian e Jennel saíram para se encontrar com um menino que chamara ao um encontro. Aqui é repórter Alicia Burth dando a notícia. E vocês garotas entre 15-16 anos, cuidado.

A matéria acabou e começou a passar uma matéria sobre os aumentos dos preços. Eu me encostei-me ao sofá e suspirei. “Garotas entre 15-16 anos, cuidado.” Passou pela minha cabeça. Eu tenho 16 anos, e se isso caso acontecesse comigo? Bom, eu não estou em nenhum encontro. Ai meu deus! Eu estou em um encontro, eu realmente ESTOU em um encontro. Quero dizer, eu não estou mais, mas eu estou praticamente “namorado” se chegamos a isso. Mas Cameron não podia fazer isso certo? Quero dizer, se o pai dele soubesse o tataraneto ou o bisneto do fundador dessa cidade, soubesse, Cameron estaria morto. Ele tem medo demais do seu pai e porque diabos estou pensando nisso? Eu agora estou imaginando coisas. Eu simplesmente tenho um problema maior do que esse, quero dizer, estou em uma casa assombrada. Literalmente assombrada.

Vejo a porta se abrir e quase dou um berro que e me escondo de baixo do sofá, mas percebo que é só o meu pai.
– Cheguei querida – ele fecha a porta com o pé enquanto segurava uma sacola de compras – como foi o seu dia?
– Bem. - digo.
– É verdade que você está saindo com o Cameron? – diz ele que me faz engasgar com a minha própria respiração.
– Não, eu... Uh... Como você sabe? – digo gaguejando e tropeçando nas palavras.
Ele deu apenas uma risadinha e disse:
– Querida, você não pode me esconder nada – disse ele enquanto colocava a sacola no balcão – Mas... Um passarinho chamado Denis Grooover me contara quando o encontrei na padaria.
– O pai de Cameron? – perguntei.
– Exato! – disse ele – Me ajude arrumar as compras, querida.
Levanto e o ajudo a arrumar.


Onde estou? E percebo que estou parada na frente da sala. Mas ela parecia muito mais nova, o sol brilhava lá fora e dando um brilho lindo a casa. Ela parecia menos assustadora agora. Fico tentando me lembrar de como vim parar aqui e logo me lembrei de que eu tinha dormido. Estava em um sonho.
Quando penso dar um passo a frente, vejo um garotinho correndo pela sala e nem me notara. Já deu pra perceber que era um dos gêmeos. Na cozinha, tinha uma pequena menina loira, a mesma que vira no banheiro, só que ela estava sem aquelas coisas horrível na cara e seus olhos estavam azuis. Ela estava desenhando em cima da mesa da cozinha e reclamava mandado seu irmão parar de correr. Eles eram exatamente iguais, tirando pelo cabelo curto do menino. Quando me aproximei da menina na cozinha, ela nem notara, dei uma olhada em seu desenho que fez arrepiar o pelo dos meus braços. O desenho era da família inteira, mas elas estavam mortas. Observando o desenho melhor, vira que havia mais alguém ali bem despercebido fugindo dentro da casa. Não havia o corpo da própria menininha, apenas o do irmão e dos pais. Quando olhei pra outra pessoa que não reconhecera, dava pra notar que ela carregava algo, e tinha um pé saindo pra fora. Veio-me a conclusão de que eles não se suicidaram e sim foram assassinados, e pelo visto, alguém roubou o corpo da menininha. 

Logo levanto da cama assustada, será que esse tempo todos eles só queriam me avisar algo? Coloco a mão na minha testa e vejo que estou suando frio. Tomo respirações profundas e tento voltar a dormir. Mas essa história apenas se repetia em minha cabeça. Eles não descansaram em paz porque só podiam se tivesse o corpo da menininha. Ou pele menos era o que eu achava.

Estou na cozinha indo pegar um copo de suco quando meu celular apita. Por incrível que pareça, é uma mensagem de Cameron.
“Preciso te encontrar. Desculpa por ontem. Podemos nos encontrar no mesmo lugar de ontem?”
Quando termino de ler a mensagem, a única coisa que fica na minha cabeça é: Como ele conseguira meu número? Eu realmente não se lembrava de ter dado a ele.
“Claro. Que horas?” respondo. Ainda estava estranhando o fato de ele ter meu número. Logo sou respondida com uma mensagem dizendo para encontrá-lo daqui meia-hora.

Pego um copo do armário e vou à geladeira pegar o jarro de suco. Quando despejo o suco no meu copo, ele se move sozinho.  O Suco molha todo o balcão e o copo se encontra cinco centímetros mais longe quando eu despejei o suco. E quando tento pegar o copo, ele se move novamente. Eles não me deixariam em paz se não soubesse o que acontecesse com o corpo da menina que nem sei o nome. Dou um suspiro e berro:
– Me deixem em paz! Eu só tenho 16 anos e se nem os policiais descobriram, como você acha que eu vou descobrir?
   Nenhuma resposta.

Estou andando pelo caçada indo ver Cameron, logo consigo ver Cameron olhando ao relógio.
Quando ele me vê dá um aceno.
– Oi – Digo – Como é que você...
– Meu pai conseguiu com o seu. – ele me interrompeu.
– Ah – digo.
– Bom, eu sinto muito por ontem Anne, sinto muito mesmo. – diz ele com arrependimento na voz.
– Não se preocupe. Você já me desculpou umas 100 vezes.
– Eu sei é que...
– Deixa pra lá. Está tudo bem. – eu o interrompo.

Cameron me comprara um sorvete no meio do caminho enquanto andávamos. Conversamos sobre bastantes coisas, como sua família, Tyler e outras coisas.
– Você conhecia uma das garotas que foram assassinadas essa semana? – pergunto.
Cameron parece ter ficado um pouco nervoso.
– Bom... todas. Todos conhecemos um aos outros – ele disse – Mas quem eu realmente conhecia era Andy.
Ele pareceu realmente triste.
– Eu e Tyler o conhecíamos. Era nosso amigo.
– Ah, eu realmente sinto muito.
– Não precisa – disse ele – é claro que eu e Tyler ficamos abalado, mas Andy estava diferente, estava agindo estranho nessas semanas. Acho que ele sabia de algo.

Enquanto caminhávamos Cameron começou a ficar estranho e parecia um pouco nervoso quando viu alguém encostado em um carro preto.
– Vamos dar o fora daqui – disse ele.
– Mas por quê? – eu perguntei.
Cameron não me respondeu apenas me pegou pelo pulso e tentou me puxar para longe dali. Mas a pessoa que estava no carro já chegara perto da gente.
– Filho, não quer me apresentar sua namorada? – disse o que eu acho que é pai de Cameron. Porque ele não queria que eu falasse como seu pai? Olhei pra Cameron que tinha ódio em seus olhos castanho.
– Pai, agora não dá. – disse Cameron que continuava com os mesmos olhos – temos que ir, não é mesmo, Anne?
Antes que eu pudesse me responder o Pai de Cameron o próprio começou a falar:
– Ah, fique um tempo – O pai de Cameron sorriu pra mim – eu adoraria conhecer essa linda garota.
Dei um sorriso meio sem graça até que Cameron me puxara para trás dele e colocasse seu braço na minha frente como uma barreira entre ele e seu pai.
– Cameron, podemos falar um segundo em particular? – disse o pai de Cameron.
– Claro – Cameron se virou pra mim – fique aqui, e não aceite nenhum convite dele.
Quando ele disse isso, fiquei imaginando qual era o problema. O pai de Cameron não parecia ser “severo” como ele dissera. Vejo Cameron e o pai dele conversarem, não conseguia ouvir. Cameron parecia bastante irritado e o seu pai também. Eles pareciam está discutindo.
– Eu não irei fazer isso! – disse Cameron bastante alto.
Consegui ler à boca do pai dele mandando o calar à boca. Eles pareciam estar ambos irritados, até que finalmente pararam.  Ambos vieram a minha direção e Cameron continua irritado.
– Conversei com Cameron – disse o pai de Cameron sorrindo pra mim – e pensamos em levá-la para visitar nossa casa.
Cameron não disse nada. Continuava irritado, ele pegou meu pulso e estava o segurando com força, como se não quisesse que ninguém me tirasse dele.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Capítulo 4 {Second Chance}


Logo eu e Cameron passamos pela porta da lanchonete. Eu conseguia ver que ele tentava esconder seu olhar triste, o olhar que estragou tudo.

– Ei! – Cameron diz.  Viro-me e vejo seus olhos tristes – Eu estraguei tudo, não é mesmo?

– Claro que não. Rumores existem em todos os lugares – digo andando pela calçada.

– E como seriam os rumores na Califórnia?

       Como ele sabe que eu moro na Califórnia? Eu nunca disse isso a ele.

– Ah, é que meu pai conhece o seu, e ele me disse sobre você e a Califórnia... – Diz Cameron, que pelo visto entendeu minha expressão.

– Bom, os rumores são como “Dizem que aquela mulher trai o marido” ou “Eu soube que aquele menino bate na mãe por drogas”.

       Consigo ouvir que Cameron de uma risada abafada.

– Uau, na nossa cidade as casas são apenas assombrada. – disse ele dando um sorriso.

  Percebo que ele não está tão mal quanto antes, ele estava feliz agora.

– Você pode me dar uma segunda chance? – disse ele com o olhar esperançoso.

– Segunda chance? Do quê?

– De um encontro! – Diz ele como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.


Ótimo, era um encontro. Sinto minhas bochechas queimar, e ficarem coradas.

– E Então? – diz ele esperando uma resposta.

– Ah,  eu não sei... – penso em dizer não, mas isso apenas significaria mais tempo na casa, enquanto menos tempo eu passo lá, menos assombrações. – Pode ser.

   Sinto que ele está vibrando por dentro.

– Eu vou te levar a um dos lugares favoritos. – disse ele me pegando no pulso novamente, e me arrastando seja lá onde for.

  Ele começa a diminuir o ritmo e não faço ideia de onde eu esteja. Mas é um lugar verde e lindo.

– Chegamos – diz ele com um sorriso no rosto.


Essa é uma parte da cidade que eu não tinha visto. Era um parque deserto, mas era lindo. A Grama era verde como eu nunca tinha visto antes, as arvores tinham aroma doce e as flores eram cheirosas como os perfumes caro da Channel. O Perfume natural e de graça da Natureza penso.
– O que achou? – dizia Cameron com um sorriso enorme e bobo ao rosto.
– Eu não sei o que dizer – e não sabia – É lindo!
– Que bom que gostou. – disse ele com o mesmo sorriso.
Ele se sentou na grama, olhou para mim e bateu a mão no lugar perto dele indicando para eu sentar ao seu lado.
Eu fiquei um pouco desconfortável no começo, mas me sentei.

Ele tomou uma respiração profunda e disse:
– Então, me fale sobre você.
  Bom, com essa pergunta ele me lembrara de que estamos em um encontro, e tecnicamente fazemos esses tipos de pergunta, eu acho.
– Meu nome é Anne Elizabeth Frensley, tenho 16 anos, nasci na Califórnia, gosto de música, livros e romance.
  Ele pareceu realmente interessado.
– Agora me fale de você – eu disse.
– Não tenho que dizer muita coisa – ele pensou – Mas... Meu nome é Cameron Grooove, tenho 16 e nasci aqui. Gosto de música também, não curto muito livros, gosto de filmes, de preferência Terror.
– Grooove? Tipo de Skygrooove? – eu disse.
– Exatamente – disse ele – meu pai é meio que bisneto ou tataraneto do fundador da cidade. Não faz muita diferença.
– Como assim não faz muita diferença?
– Ah, bom, isso não me torna uma celebridade ou me faz receber tratamento especial ou coisa assim.
  Ele era atraente. Sim, Atraente. Ele não parecia se preocupar com nada, parecia sempre relaxado, e isso me fez achá-lo atraente.
– Olha. – disse ele apontando para o céu.
Ele mostrou o por do sol, que estava extremamente lindo. Era como ele se radiasse em vários tons de laranja, amarelo e até um pouco rosado. Ele sabe onde levar alguém para um encontro.
– Uau – é só o que eu digo.
 Ele estava olhando para o meu rosto, enquanto eu apreciava o por do sol. Ele estava dando um lindo sorriso.
– Uh, Cameron, eu sei que é meio fora do assunto, mas... Esse “assassinato” há quanto tempo aconteceu?
– Bom, uns 20 anos atrás. Ele foi verdadeiro, porque meu pai que me contara. Ele era nascido na época, óbvio. Mas isso não significa que tenham fantasmas lá, não é? – ele olhou para mim com um sorriso.
– Bom, é. – minto.
– Anne, enquanto sua mãe? – disse ele mudando a expressão – você só se mudou com o seu pai, certo?
   Senti um nó na garganta, eu odiava falar da minha mãe.
– Bom, ela está na áfrica, ajudando os animais com risco de extinção. – menti novamente.
Eu odeio falar da minha mãe. Ela abandonou a mim e meu pai quando eu tinha 12. Ela fugiu com um cara chamado Maicon que era dono de um cassino. Ela não se importava comigo, nem queria saber se eu estava morta ou não. Ela nem sequer apareceu no hospital ou ligar pra perguntar se estou bem depois de ter sido atropelada por um carro quando tinha 14. Eu estava atravessando, um cara passou o sinal. Só me lembro de ter acordado em uma maca. Bom, mas essa já é outra história.
– Ela parece legal. – disse Cameron que eu esquecera que estava ali.
O Meu corpo meio que gelou quando ele disse isso. Ela não era nada legal.
– E seus pais? – pergunto.
– Bom, meio que não dou muito bem com o meu Pai, ele é do tipo mandão. Já minha mãe, apesar de me tratar como um bebê, ela é bem legal.
  Ele parecia meio chateado quando disse, mas deveria ser apenas impressão minha.
– Está lindo, não está? – disse ele – o por do sol.
– É, está realmente lindo.
   Quando me dera conta, ele estava se aproximando. Para um beijo. Meu coração começou a bater a 100 por hora e sabia que meu rosto estava vermelho como uma pimenta. Meio que senti minha respiração começar a falhar, além de ficar mais pesada.
   Por um momento, queria interromper, mas por outro eu queria. Porque eu percebi que estava me aproximando também. Já consigo sentir o calor dos nossos lábios, que estão realmente um centímetro de distância, mas quando iam tocar um ao outro, o telefone de Cameron toca.
  Senti raiva naquele momento

Ele logo interrompeu o beijo e desligou o celular, e se levantou rapidamente.
– Desculpa Anne, quando meu pai me liga é que é hora de ir. Se eu não for ele me quebra ao meio. Não literalmente, mas ele é muito severo. – ele parecia balançar o pé apressado – eu tenho que ir. Realmente me desculpe. Eu passo em sua casa, podemos marcar outro encontro. Mas agora eu realmente tenho que ir.
  Ele saiu correndo até eu o perder de vista. Ele falou tudo rápido que eu quase não entendi muitas coisas. Mas eu fiquei lá plantada, tentando analisar o que aconteceu. Senti-me aliviada e ao mesmo tempo com raiva por aquele beijo não ter acontecido. Deito na grama, e fiquei olhando o fim do por do sol. Eu não queria voltar pra casa.

Fiquei imaginando algumas coisas sobre a casa e sobre o tal assassinato. Eu vira dois da família na casa. O Primeiro foi o velho, aquele que maltratava a família. Segundo foi a garota que vira no banheiro. Os dois na mesma noite. Respirei o ar puro como se fosse à última vez. Eu sabia que tinha que voltar pra casa, meu pai já deve está surtando se perguntando onde estou.

Levanto-me e vou à direção da minha casa. Ou daquela casa.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Capítulo 3 {A História}

Estava andando pela calçada a procura de uma padaria aqui perto que meu pai avisou-me que eles estavam procurando funcionários. Eu não queria trabalhar logo tão cedo, mas conseguir um emprego significava passar menos tempo na casa, então valia. Além do mais, conseguir um dinheiro extra, poderia pagar uma viagem pra ficar um tempo na Califórnia. Enquanto andava pelas ruas, percebia que aquela visão da “Cidade que Parou no tempo” não existia mais. Assistindo mais de perto você poderia ver os adolescentes com seus IPhone 5 na mão e dando gargalhadas. Impossível que eu que vivo na Califórnia tenho um Blackberry velho e eles que moram em uma cidade que menos do terço do mundo ouviu falar, tem um IPhone.

Logo encontro a padaria e entro na mesma e dou de cara com uma menina. Ela parecia ter minha idade, era loira com olhos azuis. Ela me fez lembrar um pouco da garota que virá no banheiro noite passada.

– Olá – ela me cumprimentou.
– Oi – digo com timidez em minha voz.
– O que gostaria? – perguntou a menina loira.
– Ah, eu só... Meu pai avisou que vocês precisam de funcionários... – Parei um segundo pra olhar a menina de novo que apenas balançou a cabeça pra eu prosseguir. – Eu gostaria de preencher essa vaga. – digo com insegurança em minha voz.

  A menina apenas me guia até uma sala, que acho que seria a sala dos funcionários e me entrega uma prancheta e uma caneta. A Loira vai até a porta e diz por cima do ombro                           
– Preencha isso e avisaremos amanhã se a vaga será sua.

  Antes de pronunciar as últimas palavras ela dá um pequeno sorrisinho. Ela parecia ser legal e falsa ao mesmo tempo. Não irei julgar ninguém pela aparência.

Saio da padaria, já entreguei a prancheta a ela, e quando ela lia, não esbanjou nenhuma emoção. 

Vou andando aleatoriamente pelas ruas, porque não queria voltar pra casa.

Enquanto ando aleatoriamente pelas calçadas, consigo ouvir meu nome. Olho para os dois lados, e não vejo ninguém. Continuo andando, dessa vez apertei os passos, porque acho que os fantasmas conseguem me perseguir até fora da casa.
– Anne – escuto de novo.

  Olho para trás e dessa vez consigo ver alguém. Era o menino loiro que me acertou com uma bola ontem. Vejo-o correndo em minha direção.

– Oi! Você se lembra de mim? – disse ele esperançoso.  – Sou o cara que...
– Me acertou com uma  bola na cabeça. – o interrompo.

  Ele me olha com um olhar Foi Mal e eu apenas do um sorriso tímido.

– Bom, é por isso que eu to aqui. Para me redimir – disse ele dando um sorriso malicioso que chegou a me assustar um pouco – Quero te levar a um lugar – ele completou.

Um encontro? Não. Ele não disse “encontro”, mas esse sorriso me fez pensar exatamente em um encontro. Mas pode ser só para se redimir, certo? E se realmente fosse um encontro,  por que ele iria convidar uma garota que ele deu uma bolada na cabeça?
– Então... – disse ele esperando por uma resposta.
Tinha novamente esquecido que ele estava ali, esperando uma resposta.
– Tá... Eu acho que sim. – digo com um sorriso.

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ela agarrou meu pulso e começou a me guiar/arrastar para o lugar que ele queria me levar. Só que ele estava correndo mais do que eu podia correr, e por isso estava sendo arrastada.
– Espera ai. Vai com calma – digo tropeçando em meus próprios pés.
– Vamos. – disse ele um pouco impaciente.

Enquanto ele continuava a me arrastar, consigo ver as pessoas nos olhando, achando confusa a situação.
- Estamos quase lá – disse ele diminuindo o ritmo.
  Paramos.
   Agora eu podia respirar.

– Chegamos – disse ele apontado para uma lanchonete

Começo a tomar fôlego e olho a lanchonete. A Lanchonete era branca e vermelha com as pinturas ainda novas. Tinha uma grande porta de vidro logo na entrada dando pra ver um pouco de dentro dela. Antes que eu pudesse escutar meus próprios pensamentos, Cameron pegou meu pulso e me arrastou para dentro da lanchonete.

Quando pude ver ela por dentro, era como voltar no tempo. Ela tinha a decoração de uma lanchonete dos anos 80, e eu tenho que admitir, era muito legal. Os pisos tinham quadrados pretos e outros brancos. Os sofás e bancos eram de couro vermelho. Tinha alguns pôsteres de cantores do mesmo ano.

– Gostou? – disse Cameron com um grande sorriso.
– Amei! – Disse com um sorriso de uma criança de seis anos quando recebe doce.

Ele deu um sorriso e me guiou até uma mesa.
 Uma garçonete de patins veio nos atender.
– O que desejam? – disse ela olhando para o bloco de notas em sua mão.
–  Eu vou querer cheeseburguer com fritas e um Milk-shake médio de chocolate – disse Cameron.

Ele olhou para mim, esperando que eu fizesse meu pedido.
– O mesmo que ele. – disse enquanto a garçonete anotava no bloco de notas rapidamente.

Minutos depois, a garçonete com patins trousse uma bandeja com os nossos pedidos e os colocará na nossa mesa.
– Obrigada – eu disse.
– Então, você é nova na cidade, não é? – disse Cameron.
– Ah, é... Com você sabe?
– Bom, aqui a cidade é bem pequena, então por isso todo mundo aqui conhece um ao outro. – disse ele pegando uma de suas batatas fritas. – Provavelmente te estranharam.

Quando ele completou a frase, me lembrei daquelas pessoas me encarando no vidro do carro quando vimos pra cá.
– Quanto tempo está aqui? – disse Cameron. 
– Na cidade?
– É!
– Bom, apenas três dias.
– Em que casa você está morando?
Com tantas perguntas, estava me sentindo em um interrogatório.

- Eu não sei dizer ao certo. – Eu queria dizer que não sabia ao certo que rua era. Eu não tinha marcado o nome, só o caminho.
 – Eu moro na casa perto da floresta, sem vizinhos...

Eu estava tentando descrever a rua, mas acho que não estava dando certo.
– Pera, você está morando na casa dos Conley? – Perguntou ele um pouco assustado e entusiasmado.
– Err... Sim eu acho. Por quê? – Eu sabia que ele iria dizer algo relacionado com assassinatos ou algo do tipo, e isso fez minhas mãos começarem a ficar tremulas.
–  Ah, bom. Só são rumores, mas... – Ele deu uma pausa pra ver minha reação, e ela não era uma das melhores – Mas dizem que morava uma família lá. Os Conley. Um marido e uma mulher, e um casal de gêmeos.

Minhas mãos começaram a ficar geladas, e senti um frio na espinha. Logo Cameron continuou 
– Eles não tinham vizinhos, mas pessoas que ás vezes passava por lá, via as crianças machucadas, com ferimentos... – Era como se ele estivesse imaginando a cena. – A Sra.Conley não falava. Só o que deveria. E sempre dizia estar tudo bem, mas muitas pessoas sabiam que não estava.
  
  Minha respiração começou a ficar mais pesada.

– Havia rumores que o marido, Sr.Conley, maltratava a esposa e os filhos brutalmente, e que eles se mudaram pra lá, porque não havia vizinhos para escutarem os gritos e outras coisas. – Ele parou de novo pra ver minha reação, que continuava das piores. – Um dia, acharam o Sr.Conley morto dentro da casa. Encontraram o corpo da mãe na banheira da casa, dado como suicídio.
– E das crianças? – disse com medo na voz.
– O Corpo do garoto foi achado enterrado no quintal e o da menina nunca foi achado. – Meu coração e minha respiração pararam naquele momento. – E é por isso que tem rumores sobre aquela... Sua casa... ser assombrada.

Agora sinto meu corpo gelando e acho que estou suando frio, mas tento não demonstrar isso. 
– Você já viu algo lá? – Me pergunta Cameron.
– Uh, não. – Menti. – Você sabe como as crianças eram?

Eu achei que fiz uma pergunta um tanto idiota, porque se não tivera nada lá, por que eu iria querer saber como os gêmeos eram.
– Sei lá, acho que loiros. – Me lembrei daquela garota do banheiro. – Mas isso não importa. Se não tem nada lá significa que esses rumores sobre sua casa é tudo falso.

Ele tentou me fazer sentir melhor, mas eu sabia que tinha algo lá.
– Anne, você está bem?
– Uh, sim estou. Por quê? – Menti de novo.
– Você está um pouco pálida.
Eu sempre fui pálida, mas acho que eu deveria está em cor de papel.
– Eu to bem. – Menti de novo. – Acho melhor irmos embora, eu já terminei de comer.
– Ok então – ele responde.
Ele chama a garçonete e paga a conta. Logo saímos de lá.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Capítulo 2 {Noites sem dormir}

Acordo suando frio na madrugada e sento na minha cama. Outra vez penso. Coloco meus pés no chão e sinto a dor neles que mesmo enfaixados estavam doendo. Dou um suspiro me forçando a levantar e coloco novamente meus pés no chão.
  Olho ao relógio, 4:25.
     Dou outro suspiro e vou a direção ao banheiro.

Ligo a luz do banheiro e vou a direção a pia. Coloco minhas mãos na borda da pia e olho para baixo pensando o que aconteceu naquela noite. Fecho o meus olhos e respiro fundo e começo a dizer em minha mente o que aconteceu. Meu pai me deixou sozinha. Ouvi um barulho. Fui a cozinha. As coisas começaram a cair. Gritos começaram. Os gritos bloquearam todo os meus sentidos. As luzes acabaram. Meu pai chegou. Tudo voltou ao normal. Meu pai estava furioso. Descobri que tinha cortado meus pés. Fui ao meu quarto sem dizer uma palavra. Vi uma figura estranha de um homem de 40 anos de idade. Ele sumiu. Eu desmaiei. É exatamente o que me lembro. Lembro que eu acordei mais cedo com o mesmo pesadelo - Ficar em uma escuridão no qual se você tivesse com os olhos abertos ou fechados, não fazia diferença. Ser pega por algo que não conseguia ver e sempre parava ai. - Meu pai me contou que tinha me seguido no quarto até que viu eu desmaiada no chão com sangue em meus pés. Ele me levou a um hospital 24 horas para que pudesse levar pontos em meus pés. Ele também me disse que eu estava consciente na hora e que contei toda a história do que aconteceu, mas ele não acreditou.

Levanto a minha cabeça e me olho ao grande espelho na parede do Banheiro. Noto uma criança me observando atrás de mim. Uma garota com mais ou menos 5 anos de idade, longo cabelos loiros cacheados a baixo do ombros. Os cabelos eram jogado pra frente de seu rosto evitando a mostra do mesmo. Me viro rapidamente pra trás, e ela continuava lá a me observar. Eu particularmente achei que ela ia sumir como nos filmes de terror, mas não foi bem assim que aconteceu. Ela usava uma camisola branca até os pés com longas mangas. Ela levantou sua cabeça demostrando seu rosto que era a coisa mais horrível que eu tinha visto. Os olhos eram como bolinhas de gudes pretas, sua pele era pálida e cheia de cicatrizes, sua boca era costurada, parecendo que ela tinha um enorme sorriso no rosto. Vou para trás e bato minhas costas na borda da pia do banheiro e ela continuava lá. Tentava me lembrar como respirava, mas os sentidos pararam de novo. Que nem hoje a noite mais cedo. Para piorar os meu sentidos, ela começa a berrar. O mesmo berro que eu ouvi mais cedo. Eu não entendia como ela conseguia berrar se mal podia abrir a sua boca costurada. Me abaixo no banheiro e tampo os ouvidos com as mãos com a esperança de que acabasse. Lágrimas de terror sai do meus olhos e os gritos param. Levanto a cabeça a procura dessa menina novamente. Nenhum sinal dela.

Estou deitada em minha cama, observando o teto. Eu tenho certeza que não irei dormir, e se ficar em outro cômodo além do meu quarto, algum ruim vai acontecer. Apesar do meu quarto não ser também nada seguro. Me mergulho em meus pensamentos tentado descobrir por quê só acontece quando só estou sozinha. E o porque de que nunca acontece nada com o meu pai. E ele não escuta nenhum dos gritos que ouço. Fico pensando em agir que esteja tudo bem, para que meu pai não me achasse louca e me mandasse para um hospício ou algo assim. Escuto um barulho. Um barulho familiar no caso. Era de um celular apitando e era o meu. Me viro em direção ao criado-mudo ao lado esperando encontrar o meu celular. Nada lá. Eu podia apostar a minha vida que o meu celular estava lá. Por algum motivo o celular não parou de apitar. Consegui perceber que os barulhos viam do primeiro andar, eu não iria lá. Eu não iria me arriscar.

Acordo e olho ao relógio, 8:27 am, consegui dormir pelo menos mais 4 horas.
  Me levanto da cama e já consigo ouvir meu pai gritar meu nome
- Estou indo! - digo indo a direção da escada.
Vejo meu pai segurando o meu celular na mão enquanto estou no meio das escadas.
- Onde encontrou? - digo com um tom feliz em minha voz.
- Na geladeira.
     Geladeira? Como foi parar ai? penso. Mas acho que falei em voz alta porque meu pai me respondeu.
- Eu achei que você teria essa resposta - disse ele confuso.
 Termino de descer as escadas e ele estende a mão com o meu celular para mim.
- Tem uma mensagem de Margaret ai.
  Pego meu celular e vejo a mensagem.

 "Novidades! Consegui juntar dinheiro pra passar uma semana ai! Te encontro em duas semanas, xoxo."

Ao terminar de ler a mensagem, fico com um grande sorriso no rosto. Margaret -provavelmente - conseguiu o dinheiro com seu emprego em uma pequena lanchonete ao lado de sua casa. Ela não era a melhor, mas também não era a pior.
"Não vejo a hora de te ver" respondo a ela.
Eu realmente não conseguia parar de pensar a hora que ela chegasse aqui.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Capítulo 1 {Nova vida}

Vocês não poderiam me chamar de um bebê chorão. Eu posso dizer que estou fazendo birra, ou até mesmo biquinho, mas eu estava deixando minha vida! Ainda estou com raiva de o meu pai ter tido sua "crise de meia idade" e se mudar para uma cidade pequena que eu nem sei o nome! Eu estava deixando minha vida na Califórnia, eu sei que não tenho muitos amigos, na verdade, eu só tenho uma, Margaret, ela é uma pessoa especial. Somos amigas desde o Jardim de infância. Ela pode ser meio preguiçosa, ou até mesmo meio durona, ela é como a melhor amiga de todo mundo. - Anne, vem, precisamos ir! - Ouço do meu quarto meu pai me chamando. Hoje é o dia da mudança, e eu não quero ir. - Estou indo, pai! - Grito de volta pegando minha bagagem de mão. Abro a porta de casa, vejo que meu pai está colocando algumas malas no porta-malas e logo avisto uma ruiva indo a minha direção, mas não é uma ruiva qualquer, é Margaret. Posso ver seus olhos azuis cheios de lágrimas, podia perceber que ela estava tentando não chorar. Vê-la daquele jeito me faz chorar também, e logo dou um apertado abraço nela. - Eu vou sentir sua falta. - dizia ela choramingando. - Eu também! - digo chorando mais do que estava chorando. - Sinto muito meninas, mas Anne está na hora de ir. - Disse meu pai. Afasto-me dela e dou um aceno de tchau. Vejo ela se afastar e finalmente deixar suas lágrimas caírem.

Entro no carro, e me sento no banco de trás. Estou de braços cruzados agora. Isso é tão injusto. Só porque ele não tinha uma "vida" aqui, não significa que eu tenho que deixar a minha. A viagem não é muito longa, mas também não é muito curta, durou mais ou menos 3 horas que eu posso ver que estamos em outra cidade quando vejo uma grande placa escrito "Bem-vindo a Skygrooove".

A cidade era assustadora, posso ver umas pessoas nos encarando pelo vidro do carro. Aqui parecia ser uma cidade que parou no tempo. Será que aqui tem internet? Espero que sim. Logo avisto a nossa nova casa. Ela era enorme. Vejo meu pai parar o carro e logo sair do mesmo indo direção ao porta-malas. - Anne, vem me ajudar descarregar algumas coisas. - disse meu pai. - Claro - respondo saindo do carro indo a direção do porta-malas. Pego uma das caixas que levamos no carro para não quebrar no caminhão de mudanças. Enquanto estou indo a direção da casa, vejo uma sombra escura na janela. É uma figura preta. Começo a sentir calafrios, era como se ela estivesse me observando. Era assustador. - Pai, tem alguém na casa? - digo olhando para meu pai, que está carregando uma das malas. - Hãn? - Diz ele em um tom confuso. Olho novamente para a Janela, e não vejo mais ninguém. Acho que só estou paranoica.

Abro a porta da casa e bate um vento frio e gelado. Aqui é sinistro. A Casa era mais assustadora por dentro do que por fora. Sinto-me observada, sinto que aqui não é um bom lugar pra ficar. A porta bate atrás de mim, e logo dou um pulo de susto, meu coração volta a bater ao normal quando percebo que é só o meu pai. Dou um suspiro de alivio. - Algum problema? - pergunta meu pai. - Não, eu só... Pai, eu acho que não é um bom lugar pra morar. Tenho um péssimo pressentimento sobre essa casa. - Digo com a esperança de que ele concorde comigo e não só pra sairmos dessa casa assustadora, mas também como posso voltar pra minha antiga vida. - Querida, só porque você não queria se mudar, não significa que não irá acontecer boas coisas nessa casa. - diz ele indo a direção da escada. Era óbvio que ele não iria concordar.

Sigo meu pai subindo as escadas, e logo ele entra em um quarto, que era mais assustador que toda a casa. - Aqui é seu quarto - dizia ele com um grande sorriso no rosto. Ele não sentia nada estranho aqui? Apenas balanço a cabeça concordando antes que eu tenha mais uma das longas discussões com meu pai. Logo ele me deixa sozinha no quarto. Se em plena a luz do dia esse quarto era assustador, imagina a noite? Viro-me e vejo que há um espelho ali. O Espelho parecia ser antigo, mas na verdade, tudo aqui era antigo. A Maioria dos móveis já era da casa, já que a maioria das pessoas que se mudam aqui, são tão apressadas pra sair, que deixam todos os móveis. Isso é estranho. Aproximo-me do espelho, e me vejo. Estou como sempre. Logos cabelos castanhos escuros, e pele pálida. Eu odiava minha pele. Eu parecia uma doente, ou que não via o sol há anos. Apenas vou em direção á porta pra ajudar meu pai a descarregar algumas coisas e arrumar a casa.

É noite agora. Estou exausta. Arrumei praticamente a casa inteira sozinha ela é enorme! Subo as escadas cambaleando de cansaço, abro a porta do meu quarto e logo fica paralisada. Vejo aquela mesma figura que vi na janela. Mas por enquanto era só uma figura nada sólida. Dou uns passos pra trás, até que bato minhas costas na porta. E de repente ela some. É como se ela nunca estivesse existido. Balanço minha cabeça pra afastar todos os pensamentos. Apenas estou cansada e só podia ser minha sombra também. Deito na cama e logo durmo. Uma noite sem sonho.

Acordo mais cansada que antes. Eu sentia que fui atropelada centenas vezes por centenas de caminhão. Levanto da minha cama e me olho no espelho. Estou o mesmo, quer dizer, tirando que eu estou parecendo um zumbi. Mas eram as mesmas coisas. Mesmo olhos escuros, mesmo cabelo, mesma pele... Não. Havia algo diferente. Mas não em mim, e sim no espelho. Tinha uma rachadura no meio dele. Não estava lá ontem. Tenho a burrice de encostar o dedo na rachadura do espelho fazendo cortar meu dedo indicador. Que burrice a minha. Agora ele está sangrando.

Desço ás escadas a procura de um curativo. - Anne, tem algo de errado? - dizia meu pai que estava sentado na mesa da cozinha tomando seu café matinal e lendo um jornal. Acho que ele é o único que ainda lê jornal. - Não nada. É só que... Tinha uma rachadura no espelho e eu encostei... - logo meu pai interrompe. - Um dia na casa e já rachou o espelho do quarto? Que ótimo - dizia ele ainda encarando o jornal. - Não, ele estava rachado assim que eu acordei. Ontem não estava assim. - digo. - Hum, eu vou ir lá ver. - dizia meu pai levantando da cadeira. - Ah, pai. Eu vim aqui pra saber onde tá o kit de primeiros socorros. - digo em voz baixa. - Ah, está ali - dizia ele apontando para um dos armários da cozinha. Meu pai foi na direção das escadas pra olhar o espelho rachado. Eu consigo achar um Band-aid no kit e coloco no meu dedo.

- Anne, vem aqui agora! - vejo meu pai gritar comigo do meu quarto. Subo ás escadas correndo indo á direção do meu quarto e vejo meu pai olhando ao espelho. - O Que houve? - digo em tom de preocupação. - Onde está a rachadura? - diz ele friamente. - O que? Mas estava... - digo indo a direção ao espelho. Ele tinha toda razão, não tinha nada. - Mas estava ai, eu juro! Porque eu iria mentir sobre isso e machucar meu dedo de propósito! - digo em um tom alto. - Querida, eu sei que você não gosta daqui. Mas inventar que a casa é assombrada só pra irmos embora? - dizia ele em uma voz decepcionada. - Mas pai eu...- logo sou interrompida novamente. - Cadê aquela garota estudiosa, boazinha, responsável e madura? - dizia ele com um olhar triste. Ela ainda tá aqui pai, mas eu não sou infantil ao ponto de cortar meu próprio dedo e inventar coisas sobre essa casa. Mas eu sei que tem algo de errado nessa casa, só que meu pai nunca iria acreditar. - Desculpa. - digo cansada, porque não queria começar outra discussão. - Desculpas aceita. - Dizia ele me abraçando.

Fecho a porta de casa atrás de mim. Ontem quando cheguei não tive tempo nenhum pra sair e ver o que tem. Tudo que encontro é necessário. Uma pequena mercearia, uma padaria e até uma lanchonete. Nada de um shopping. Sinto falta dos ótimos shoppings da Califórnia. Enquanto estou andando, perto do que acho que é um parque, sou acertada na cabeça com algo duro. Foi forte o bastante pra eu perder o equilibro, mas consigo retomá-lo. Quando olho, fui acertada por uma bola de futebol. - Desculpa! - dizia um garoto alto, loiro vindo em minha direção. Ah, mas que azar. Porque ele tinha que vir tentar falar comigo? Eu sou tímida demais. Não importa que garoto seja, eu não consigo falar nem três palavras sem gaguejar ou falar coisas ridículas e embaraçosa. - Ah, o quê? N-Não, eu não deveria ter deixado minha cabeça onde você ia chutar a bola - digo com um tom em que eu nem reconheço. E mas uma vez me faço de idiota. A culpa é dele, não minha! Mas eu sou tonta demais, ou até muito boazinha pra culpar alguém. - Você não precisa se culpar. - dizia o garoto alto. Eu dei um susto quando ele começou a falar, porque me afoguei nos meus pensamentos e esqueci que ele estava ali. - Eu sou Cameron. - dizia ele estendendo a mão pra mim. Quando abri a boca pra dizer meu nome, vi um garoto mais alto vindo a nossa direção. Diferente do Cameron, ele tinha cabelos pretos e olhos verdes. - Ei, Cameron, achou a bola? - disse o menino gritando. - Ah sim, eu só estava me desculpando com a... - disse o Cameron olhando pra mim esperando uma resposta. - Ah, Anne. - digo normalmente pela primeira vez. - Olá, Anne - disse o garoto mais alto. - Eu sou Tyler - o garoto alto respondeu. - Foi um prazer conhecer vocês, mas eu tenho que ir. - digo tentando inventar uma desculpa pra me mandar daqui. Não sei nem como ainda não desmaiei, ou falei mais besteira do que o normal tentando falar com dois garotos ao mesmo tempo. - Vejo você por ai - dizia o garoto loiro. Apenas ando em direção ao caminho pra casa.

Quando chego em casa, não vejo sinal do meu pai. Vou à cozinha e percebo que em cima do balcão há um papel. “ESTOU INDO AO PIQUINIQUE COM A VIOLET, VOLTO A NOITE. BEIJOS, PAI.” Ótimo, agora estou sozinha aqui. Violet é uma amiga que ele conheceu no trabalho, mas eu realmente duvido que eles sejam amigos por tanto tempo.

É noite agora. Estou deitada ao sofá, assistindo TV. Não passa nada de interessante. Por isso estou vindo um filme idiota de uma menina tentando ser popular na escola e o mesmo de sempre.

 Enquanto estou deitada, vejo um barulho vindo da cozinha. Era o barulho de um vidro quebrado. Vou á cozinha tentando ver a causa do barulho. Quando vejo, era apenas um copo que estava na beira do balcão. Dou um suspiro de alívio. Só que eu o dei cedo demais. Todas as portas dos armários se abrem, e tudo que tinha dentro estava caindo agora. Era um barulho terrível, como o barulho de vidros se quebrando infinitamente. Minha cabeça começa a doer, e como se não fosse piorar a dor, ouço gritos. Gritos horríveis de uma criança. Corro pra sala com cuidado para não pisar nos cactos de vidros que estavam espalhados por toda cozinha. O Grito fica cada vez pior, minha cabeça está latejando de dor. Fica na posição fetal no chão da sala. – Para! Por favor, para! – grito na esperança de pararem. Nada acontece. Sinto que o grito fica pior, e minha dor também. Quero fazer algo, mas eu não posso. Os gritos estão cada vez pior, não dava pra pensar em nada. A Energia caiu e eu sei que não é só coincidência. – Para! Para! – continuo a gritar.

Logo tudo volta ao normal. As luzes voltam e os gritos param. – O que aconteceu aqui? – ouço uma voz irritada. A Voz era reconhecível. Era a voz do meu pai. Quando levanto, percebo que meus pés estão sangrados. Provavelmente por causa dos cactos de vidros que eu achei que não pisei. Encontro lágrimas nos meus olhos. E a dor nos meus pés está insuportável. Talvez eu não tivesse sentido antes por causa dos gritos que bloqueavam qualquer sentido ou pensamento. – O que houve com você? – disse meu pai novamente em um tom preocupado. Se eu respondesse, ele não iria acreditar. – Você fez isso tudo só por causa da droga da Califórnia – disse ele em um tom muito mais estressado. Não digo nada, só vou ao meu quarto. Quando abro a porta, vejo aquela figura novamente. Mas ela era sólida agora. E tinha um rosto. O Rosto era de um homem por volta de 40 anos. Olhos escuros e sombrios e um sorriso assustador. Eu correria agora se meus pés não estivessem sangrando. Ele desaparece. E quando isso acontece, o vento sopra por todo o quarto.