segunda-feira, 25 de março de 2013

Skygroove 2 Capítulo 12 {The Trap}


Capítulo 12: The Trap

Prendi a respiração. Tinha medo que se eu fizesse qualquer coisa ele poderia disparar em minha cabeça.
Eu não sabia como estava me sentindo. Toda emoção ou sentimento se esvaziaram de mim e meu único propósito era não mexer um músculo. O Carro ficou frio também, a minha pele estava gelada e sem tocá-la eu podia sentir isso.
Ocorreram mais alguns segundos de silêncio que pareciam mais horas. Então, finalmente ousei me mexer e dizer algo.
– Então tudo foi uma armadilha? – Lucas riu ao meu lado.
– Você é bastante burra, hein garota? – disse ele ainda rindo – Achei que soube disso quando ele colocou a arma na sua cabeça – disse ele indicando o garoto encapuzado com a cabeça.
– Ethan? – adivinhei.
Como resposta, o garoto tirou a máscara e no espelho do retrovisor pude ver sua cabeleira ruiva e seus olhos negros maldosos.
– Lucas – disse Ethan – Temos que tira-la logo daqui. Não podemos ficar aqui para sempre.
– Tem razão – concordou Lucas.
Lucas saiu do carro e logo abriu a porta para mim. Ethan sequer um segundo tirou a mira da arma de mim.
Em seguida Ethan também saiu do carro e continuou a mirar em mim.
– Onde temos que ir mesmo? – perguntou Lucas coçando a cabeça.
– Para a colina – disse Ethan apontando com a cabeça.
– Ah é claro.
Então nós fomos em direção dessa tal colina.
Andamos no que pareciam horas, mas o caminho pareceu mais longo por causa da discussão de Ethan e Lucas.
– Eu odeio o meu cabelo castanho, você que deveria ter feito esse papel – resmungou Lucas.
– Quantas vezes eu vou ter que repetir? – falou Ethan estressado – Eu sou ruivo natural, não faria isso com o meu cabelo.
“Eu sou ruivo natural, não faria isso com o meu cabelo” Lucas imitou Ethan em uma voz muito mais aguda.
– Esquece – desistiu Ethan.
Mantive-me calada esse tempo todo, reparei que dentro do carro parecíamos que ainda estávamos na cidade, mal notei que já tínhamos saído dela.
Tivemos que percorrer um longo caminho de uma estrada deserta e depois subir um pequeno morro até chegar ao alto da colina.
No meio da subida ao morro eu estava virando banquete para mosquitos e a grama estava fazendo meus pés coçarem violentamente.
Me amaldiçoei por ter colocado um salto e usar um vestido bem “aberto”.
Duas ou três vezes eu quase cai, assim fazendo Ethan e Lucas me ajudarem, apesar de Lucas sempre achar que eu estava tramando algo e quase apertar o gatilho.
A Subida estava exaustiva e minhas pernas já estavam começando a se recusar a mexer, mas, felizmente, chegamos.
Diferente do morro, no topo da colina não tinha muita grama. Apenas um pequeno tufo aqui e ali, mas ainda assim era muito pouco.
O chão estava coberto de terra úmida e fazendo grandes poças de lama e várias vezes pisei nela fazendo não só meu salto, mas sim meu pé ficarem imundos.
– Anda logo – resmungou Ethan que estava logo atrás de mim com a arma muito bem apontada.
– Eu não tenho culpa – sibilei enquanto chacoalhava meu pé encharcado de lama.
 Estávamos nos aproximando do lugar marcado, porque, não muito longe, já avistei uma fogueira e duas silhuetas. Uma sentada e outra em pé.
A pessoa que estava em pé parecia estar de braços cruzados e estava balançando o pé de impaciência. A pessoa sentada estava olhando em nossa direção, mas ficava imóvel.
Quando chegamos perto o suficiente da luz, vi que a pessoa em pé era Mike, no qual era quem eu estava pensando.
E a pessoa sentada era Cameron, outra pessoa no qual adivinhei, então não foi surpresa alguma vê-lo ali.
Ele também não parecia surpreso em me ver, ele olhou para mim, mas quando voltei a olhar para ele, ele desviou o olhar.
Então eu percebi que ele estava amarrado. Com uma corda velha já se desfiando.
– Amarre ela – disse Mike tacando uma mochila para Lucas.
Ethan continuava com a arma apontada para mim.
Lucas, então, tirou uma corda parecida com a corda que estava amarrando Cameron de dentro da mochila e fez sinal para eu sentar.
Ele não precisou falar duas vezes, sentei ao lado de Cameron e Lucas me amarrou com a corda em um nó apertado e se levantou.
Quem sou eu para negar as ordens deles quando se um deles tem uma arma apontada para mim?
– Cadê a pá? – perguntou Mike. E então um pânico cresceu dentro de mim.
Ethan olhou para Lucas assustado, mas ainda não tirou a mira da arma de mim. Lucas bateu na testa e resmungou “Burro!”. Lucas suspirou e finalmente disse:
– Deixei no porta-malas.
Mike pensou em fazer algo, mas parou no último minuto e começou a caminhar de um lado para o outro com passos fortes.
– Maravilha! – disse ele – Maravilha mesmo.
Lucas e Ethan ficaram parados encarando Mike (Ethan continuava com a arma apontada para mim)
– O que é que vocês estão esperando? Vão buscar!
– Mas, Mike, e eles...
– Eu dou conta deles! Agora vão, quanto mais rápido melhor.
Ethan e Lucas se entreolharam e seguiram em direção á decida do morro (“Burro, burro, burro!” resmungava Lucas).
Os outros três minutos se passaram com Mike resmungando e andando de um lado para o outro diante da fogueira.
Nem eu e nem Cameron ousamos falar, nem ousamos nos olhar.
Demorou um pouco para perceber que um pouco mais para frente da colina, tinha uma cabana abandonada de madeira e só percebi quando Mike foi em direção dela.
– Então... – começou Cameron quando Mike entrou na cabana.
Eu ainda estava com bastante raiva de Cameron e tudo que eu fiz foi virar a cara.
– Anne, sério, você acha que sabe da história, mas você não sabe absolutamente nada! – Falou Cameron com um pouco de raiva na voz.
– Ah, é? Então me diga – digo olhando para ele.
Ele suspira.
– Pra você entender, primeiro tenho que dizer algo antes d’eu começar... – Cameron fez uma pausa dramática e quando viu que eu estava demasiada impaciente, ele falou – Eu e o Mike somos primos.

domingo, 24 de março de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 11 {I Meet You}


Capítulo 11: I Meet You

Sexta passou voando. Tive mais um dia entediante e comum na escola e nem eu e Cameron nos falamos. Avistei-o algumas vezes no corredor e até trocamos olhares, mas eu sempre desviava.
Quando cheguei em casa, meu pai já tinha chegado, estava desfazendo as malas. Ele me cumprimentou com um simples “Olá” e não nos falamos mais.
Na manhã de sábado, acabei acordando cedo, já que estava acostumada com o horário da escola. Continuei na cama tentando pensar de onde eu vira aquele menino antes. Ele parecia familiar, bastante familiar, mas não conseguia me lembrar.
Eu tenho certeza de que o vira e tinha algum sentimento forte por ele, não amor, mas desconfiança e até um pouquinho de desgosto. Mas o problema era Por quê? Por que ele parece ser alguém de uma lembrança ruim?
Fiquei na cama até dar dez da manhã decidida que não conseguiria dormir de novo.
No café da manhã, fiquei olhando para a minha tigela intocada de cereal. Continuava com algumas perguntas na cabeça.
A pergunta sobre quem ser aquele menino logo ficou para trás quando eu tinha outra pergunta em mente: Ele realmente vai me levar para aquela festa?
As horas se passaram com eu me arrumando e me desarrumando para essa tal festa. Umas horas eu estava decidida que ele viria, em outras horas eu não tinha tanta certeza.
Meu pai percebeu o que eu estava fazendo e me perguntou sobre isso.
– É que um garoto me convidou para uma festa da escola e ele disse que iria me buscar só que eu não faço ideia de quem ele era ou qual é o nome dele e se ele realmente vai vir.
– Não sabe o nome dele?
– Não.
Se meu pai pretendera dizer algo, eu nunca vou saber, porque eu subi a escada decidida em me maquiar novamente. A única coisa que eu ouvi dele foi um resmungo com “meninas” no meio.

Depois da 4ª vez recolocando a maquiagem, decidi desistir. Caso ele não viesse eu iria tirar o vestido e a maquiagem.
No relógio deu 19h45min quando eu decidi me sentar em minha cama.
Fiquei olhando a cada segundo para o relógio e o tempo parecia ter voado.
– Ele não vai vir – decidi quando deu 20h00min
Mas eu estava enganada, porque no mesmo segundo eu ouvi uma buzina tocar.
– Aquele garoto que você não faz ideia quem é chegou! – gritou meu pai do andar de baixo.
– Estou indo!
Desci as escadas o mais rápido que pude e 1 minuto depois já estava no quintal.
O Garoto estava encostado no carro e quando me viu, me aliviou com seus olhos da cor do céu.
– Você está muito bonita – ele elogiou. – Gosto de azul.
Olhei para o meu vestido azul que eu tinha certeza que vesti um cor-de-rosa.
– Obrigada e... Uh... Qual é seu nome mesmo?
– Bryan – disse ele.
Ele abriu a porta de sua BMW negra para mim e eu entrei.
Quando entrei, senti mais desconfiança ainda, nem o bom cheiro de pinho me ajudava a relaxar.  Eu tinha absoluta certeza que ele estava mentindo sobre o seu nome.
Bryan – ou seja lá qual fosse o nome dele – entrou e deu a partida no carro, mas antes de sair do lugar ele mexeu no rádio. Ele colocou em uma rádio de Jazz e eu absolutamente não conhecia a música.
Saímos do lugar e eu continuei a encara-lo. Ele estava cantando a música que tocava enquanto mexia a cabeça. Os olhos cor do céu se encontraram com os meus e ele deu um sorriso, mas logo voltou sua atenção na estrada.
Eu poderia ter até retribuído se eu não tivesse tão disposta a saber quem ele era.
Eu tinha certeza que eu nunca falei com ele, a voz não era familiar, mas ele era até demais.
No meio do caminho, fiquei tentando tirar essa ideia de que o já conhecia talvez ele só seja parecido com alguém com quem eu conhecia ou talvez eu o avistasse no corredor algum dia.
Mas por que ele estava tão interessado em mim?
– Passamos a escola – digo quando me dei conta que já tínhamos passado da escola a muito tempo.
Bryan não respondeu.
– Bryan?
– Hum?
– Passamos a escola.
– Ah, não, a festa não é na escola.
– Não? – pergunto meio desconfiada.
– Não. – ele confirmou ainda dando atenção na estrada.
Talvez eu só imaginei, mas acho que tinha visto um sorriso no canto da boca que ele deu.
Meu coração começou a acelerar e minha respiração começou a ficar mais pesada. Algo não estava certo.
– Você é familiar – por fim disse – Já nos falamos antes?
– Não, eu não acho que já. Acho que você deve ter me visto em algum lugar, mas não nos falamos.
– Deve ser – digo olhando para a pista.
A rua estava deserta e tudo estava escuro. Agora eu tinha certeza de que algo realmente não estava certo.
– Onde é a festa? – pergunto nervosa, mas o tom saiu mais como um tom de desafio.
– Não muito longe daqui.
– Onde exatamente?
Ele me avaliou com os olhos, sério e depois deu um sorriso.
– Relaxa. – disse ele voltando a dar a atenção para a pista.
Respirei fundo e continuei a encara-lo.
Então a resposta veio para mim com um relâmpago.
– Tem certeza de que nunca nos vimos antes?
– Não cara a cara.
– Então seu nome não é Lucas? O Garoto que tinha cabelos cor de areia que estão agora castanhos?
Lucas olhou para mim assustado.
– Você demorou...
– Demorei por que quando vi você cara a cara foi quando estávamos em baixo de um alçapão escuro. PARE O CARRO!
Então inesperadamente ele parou o carro.
– Você que manda – disse ele olhando para mim com um sorriso no rosto.
Mas antes que eu pudesse mexer um músculo, algo tocou na minha nuca. Olhei para o espelho do retrovisor e vi um reflexo de uma pessoa mascarada no banco de trás segurando uma arma apontada para a minha cabeça.

sábado, 9 de março de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 10 {The Lie Of Cameron}


Capítulo 10: The Lie of Cameron/A Mentira de Cameron

Olho em volta da casa, às vozes pareciam ter sumido, não conseguia ouvi-las, porém tinha impressão que essas vozes vinham de trás da minha casa e que e as vozes eram dos membros do Mike. Eles estariam fazendo outro desafio?
 Aproximo-me da porta do fundo, mas mudo de ideia. Tenho problemas demais para resolver, desde que eu fique segura, essas pessoas não importam para mim.

Fico batucando mina carteira com a caneta esperando a aula terminar. Não tinha visto Cameron ainda. Por algum motivo, estava curiosa para vê-lo, talvez só por que queria fazer perguntas que ele ainda não me respondeu. E eu sabia com toda certeza que Cameron estava escondendo algo.
A Aula finalmente termina e corro para o corredor, tento avistar Cameron, mas avisto mais que isso. Vejo Cameron e a turma do Mike. Juntos.
Cameron percebeu que estava o olhando e veio em minha direção. Porém recuei e sai pelos corredores.
– Anne, ei, espera! – diz Cameron me seguindo.
– Me deixa em paz! – grito, porém ele continua a me seguir.
– Eu posso explicar! – paro quase imediatamente e me viro para ele.
– Pode começar – digo cruzando os braços e começo a bater o pé.
– Olha... Eu... – ele parecia está pensando no que dizer. Então balanço a cabeça indicando para continuar.
– Eu meio que devo a eles. – ele falou finalmente.
– O quê? O quê você deve?
– Olha Anne, eu consegui tirar você daquela roubada, não é? Você poderia apenas agradecer?  E você sabe que eles não deixariam você sair de graça.
– Me diga o que você deve.
– Não é nada demais! Eu...
– Continue.
– Eu não posso falar ok?
– Você os conhecia antes, não é mesmo? Conhecia-os antes de eu está aqui. Participava por conta própria e não sei o porquê que você saiu desse grupo, mas você participava, não é?
– Anne, eu...
– Você... Você ajudava-os a sequestrar meninas inocentes! Você soube que uma delas iriam denunciar vocês, e foi por isso que você saiu! Para se safar – digo cutucando o peito dele com o dedo. –, Você nunca foi de confiança! Eu achava que você era forçado, achei que você era forçado por seu pai, que você teve uma infância difícil, ter que matar garotas por sua irmã, mas você gostava disso! Você devia amar, eu não sei!
Cameron tentou abrir a boca para falar, porém o interrompi.
– Esquece. – digo tomando um pouco de fôlego. Eu estava fervendo de raiva, as coisas começaram a se juntar como um quebra-cabeça e eu não conseguia acreditar. – É isso que eles querem, não é? Que você volte para o grupo e que você faça o que fazia antes... É isso o que você deve a eles e por mim. Talvez você deva esquecer o que deve, não preciso disso. Eu estou cansada daqui, estou cansada de tudo! Eu só queria voltar para casa, na Califórnia – acrescentei depressa – onde eu gostava, onde eu vivia. Onde eu não estava cercada por psicopatas loucos!
Cameron não pareceu ter uma resposta, mas se tivesse, não o deixei falar.
– Adeus Cameron. – digo me virando e saindo pelos corredores.
Estava queimando de raiva. Queria voltar pra dar um murro na cara de idiota dele. Eu não sabia o que sentia primeiro, estava sentido raiva, decepção, me sentia traída e ódio. Sinto-me mal por ter me sentido mal quando achei que ele continuava sendo um psicopata. Porque agora eu tenho absoluta certeza que ele continua sendo um!
– Respira fundo – digo a mim mesma continuando a andar pelos corredores com o punho cerrado – respira.
Se eu não tivesse com tanta raiva poderia ter até começado a chorar naquele momento, mas não valia a pena. Lágrimas não vai mudar nada e eu ainda passo de idiota.
O que ele queria comigo? O que ele pensou quando me convidou para sair? Só deus sabe o que ele queria e sinto arrepios até de pensar nas milhares de coisas que ele poderia ter feito. Mas não entendo outra coisa, se ele realmente fosse um psicopata, por que nunca fez mal a mim sempre que podia? Que no caso, eram muitas vezes.
Pare de pensar nele como um mocinho, Anne – penso. – Ele não é quem parece ser ele só é um psicopata e deve ser assim que as mentes dos psicopatas funcionam, eu sei lá. – continuo me dando conselhos mentalmente.
Vou em direção ao meu armário, pego meu livro de matemática e fecho a porta com força. Forte o bastante para atrair uns olhares curiosos para mim.
Uns sussurravam, outros pareciam até um pouco chocado, mas eu os ignorei e fiz o meu caminho para a sala de aula.

Enquanto a professora explicava, eu não lhe dava muita atenção. Estava a encarando, porém não ouvia nenhuma palavra que ela dizia. Meu sangue fervia de raiva, fazendo eu não conseguir me concentrar.

Na hora do almoço, eu teria avistado Cameron com o canto do olho, acho que ele tentou me seguir, porém sai o mais depressa que pude do refeitório e fiz meu lanche no jardim da escola.
Minutos depois os alunos foram reunidos ao refeitório novamente para a diretora dar um anúncio.
A Diretora pigarreou, assim fazendo centenas de alunos pararem de cochichar e prestar a atenção nela.
– A Escola queria anunciar que teremos uma festa daqui dois dias, sábado ás 18h30min até ás 22h00min. Ano passado a escola arrecadou bastante dinheiro com a lavagem de carro, eu e os professores achamos que seria justo, depois dos esforços dos alunos, ter uma festa para comemorar. A Festa será feita pelo comitê de baile e caso queira dar alguma sugestão, dica ou ajuda, contate o comitê de baile.
Então assim, a diretora parou de falar e saiu junto com os outros professores. Talvez eu só tenha imaginado, mas acho que vi Cameron olhar para mim em algum lugar da multidão de alunos reunidos ao refeitório se retirando.
– Eu não vou de jeito nenhum nessa festa – murmuro para mim mesma.
– Por que não? – escuto uma voz atrás de mim que me dá um grande susto.
Viro-me e vejo um garoto alto bastante familiar, cabelos castanhos claros e olhos azuis claros como o céu, porém não lembro quem ele é.
– Vá comigo – disse ele. – Por favor.
– Eu... – continuo a encara-lo para lembrar-se de onde o vira. – Eu não sei.
– Eu te busco, disse ele. Até sábado. – e saiu me deixando plantada no meio do refeitório com um monte de perguntas para fazer.
Queria lembrar-se de onde vira aquele garoto, mas não conseguia, ele era familiar e eu tinha toda a certeza disso. Também queria saber seu nome e como ele sabia onde eu morava.
O Garoto se misturou com a multidão e eu o perdi de vista.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 9 {Prisioner}


Capítulo 9: Prisioner/Prisioneira

Mike me bateu de todos os tipos e eu claramente não pude revidar.
Socou, chutou e etc... Sentia que agora o melhor, sem dúvida, seria ele me matar em vez de que apanhar rigorosamente.
Deitada no chão com fraqueza para levantar, Mike me arrasta para a cama desocupada e colocou a camisa de força a força.
– Vou te contar as regras do jogo – disse ele –, A Noite, voltaremos e faremos um tipo de “pega-pega”, se algum de nós pegarmos você, nós ganhamos. – ele sorri maliciosamente.
Ele sai me deixando sozinha, por um motivo, sabia que não era só aquilo. E eu sabia se eu perdesse eu iria me dar mal, só não sabia como.
Fiquei deitada na cama olhando para o teto, ou melhor, olhando para a escuridão, já que não se dava para ver absolutamente nada. Depois de tudo, tinha até me esquecido exatamente o que aconteceu com Stewart.
Um olho meu só via manchas, minha cabeça estava doendo e a maior parte do meu corpo estava roxa. Eu sabia que seria um pega-pega injusto.
A única pessoa que eu pensei que me tiraria dessa seria Cameron, mas pelo visto ele não se importava comigo. Ninguém daria nenhuma falta de mim. Não sou amiga de ninguém aqui, meu pai não está na cidade e meu “namorado” me entregou, assim digamos.
Dou um suspiro fraco, porque, só de respirar, meu corpo inteiro doía. Eu não sabia que horas eram não sabia se era noite, se era tarde, ou se ainda era bem de manhã. Eu nem sei se passou minutos, horas, ou seja lá. A Cada segundo era como se fosse uma eternidade. Eu estava exausta demais até para dormir. A Escuridão não de me deixava ver nada e a cada segundo eu me sentia completamente uma louca. A Escuridão total me perturbava, se eu fechasse os olhos continuaria a mesma coisa. Eu nem sabia se continuava viva. Aquilo estava me deixando paranoica.

Abro os olhos e nem me lembro se eu dormi. Será que apenas fiquei acordada observando o escuro. Será que dormi? E se dormi, era noite agora? Ninguém veio me buscar.
Tento me mover, porém começo a sentir dor novamente.
– Droga – murmuro baixinho. –, Por que essa demora toda?

Talvez semanas, dias ou apenas horas se passaram e eu estava no limite. Estava faminta, com sede, com fraqueza e me sentia suja. Não conseguia me mover, eu precisava fazer meu sangue circular. Não via mais a luz do sol, afinal, eu não via luz alguma. Eu iria morrer e ninguém iria se preocupar se eu morri ou desapareci. Acho que nem meu pai se importaria. Agora, quem seria um espírito pedindo ajuda para ir para luz seria eu, mas como todas as pessoas daqui são horríveis, eu teria a grande sorte de ficar penando nessa cidade.
Talvez eu possa assombra-los até se suicidarem, penso.
Começo escutar de algum lugar vozes ao longe e passos pisando a grama. Seriam finalmente eles?
Alguém abre a porta do alçapão e a luz, fraca, mas mesmo assim, depois de tudo que passei, forte para mim, cega meus olhos. Queria colocar as mãos em meus olhos, porém elas estavam presas em uma camisa de força.
– Desculpe a demora – alguém diz descendo do alçapão.
Tento falar, mas acho que esqueci como faz isso.
O Garoto se aproxima da cama que estava deitada e mesmo com a fraca luz do luar, eu o só via-o como uma silhueta preta. Então acho que desmaiei, porque não me lembro de nada.

Acordo agora em minha cama. O Quarto estava com as luzes apagadas, porém não era aquele escuro que não dava para ver absolutamente nada e sim aquele escuro que dava para ver tudo.
Conseguia ver o guarda-roupa branco no canto da parede do meu quarto, conseguia ver o meu criado-mudo ao lado de minha cama, conseguia ver minha escrivaninha ao lado do guarda-roupa e conseguia ver uma cadeira a frente de minha cama, com Cameron sentado nela.
Sentei-me na cama com um susto e acabei acordando Cameron.  
Cameron abriu os olhos assustado e logo abriu um sorriso quando viu que eu acordei.
– Quantos dias passaram? – foi a primeira coisa que saiu da minha boca.
– Um e Meio.
– Onde vocês estavam? – disse com raiva.
– Eu explico isso depois. – disse ele se levantando da cadeira. – Acho melhor você tomar um banho, eu não sei. Eu vou pedir uma pizza. – Então Cameron deixou o quarto.
Logo minha cabeça se encheu de perguntas. Como Cameron me tirou daquela roubada? Por que eles nunca apareceram para fazer os desafios? E o que Cameron estava escondendo?
Então me levantei da cama. Quase cai assim que me botei de pé. Minhas pernas pareciam de chumbo e a cada passo que dava, meus joelhos tremiam.
Peguei roupas e fui em direção ao banheiro.

Tomei um banho bastante demorado e vesti apenas uma blusa e um jeans, penteei meus cabelos e os prendi em um rabo de cavalo um pouco mal feito.
Quando desci, vi Cameron fechando a porta e em suas mãos, estava carregando uma caixa quadrada, que no caso, era a caixa de pizza.
– Você deve está com fome – disse Cameron ido em direção à cozinha.
– Muita.
Cameron colocou a pizza na mesa e pegou alguns guardanapos. Eu me servi quase imediatamente.
– Me conte tudo – disse dei uma mordida na pizza.
Cameron suspirou, mas começou.
– Eu consegui negociar com eles, demorou um pouco, mas consegui. Eles não vão mais nos incomodar. – disse Cameron nem olhando para mim. Ele estava escondendo algo.
– Mas como...
– Ah, seu pai ligou. – ele mudou de assunto rapidamente.
– Meu pai?
– Sim. Ele disse que uma tal de Violet precisou ir as pressas ao hospital e não teve tempo pra avisar ou ligar. Ele volta daqui dois dias. E pediu desculpa.
– Ele não achou estranho você ter atendido o telefone?
– Não, ele parecia está bastante nervoso e apressado.
– Entendo.

Terminamos a pizza em silêncio e Cameron disse que precisava voltar para casa, assim me deixando sozinha.
Sentei-me ao sofá com milhares de perguntas ainda não respondidas. A Única pessoa que eu poderia confiar agora não era tão mais confiável.  Cameron estava mais misterioso que antes. Eu achei que depois de tudo, eu agora o conhecia, mas agora eu não tinha tanta certeza.
Apoiei minhas mãos para levantar do sofá, mas antes que pudesse levantar, me deparei cercada com névoa novamente.
Dessa vez elas não eram só névoa, elas estavam misturada com uma fumaça negra. A Névoa era mais acinzentada, assim, se camuflando com a fumaça.
Uma vez ou outra, achei que teria visto um rosto sombrio misturado com a fumaça, mas toda vez que tentava ver melhor, o rosto desaparecia.
Comecei a ficar assustada, dessa vez, a visão não desaparecia. Comecei a ficar preocupada com o fato de ficar lá para sempre. Não tinha ninguém em casa, eu não fazia ideia se eu cai ou algo do tipo. Mas antes que eu pudesse começar a chorar, a visão mudou.
Estava em uma floresta e eu já sabia qual floresta eu me encontrava.
Estava noite, a lua estava cheia e brilhante, avistei uma mulher com um vestido branco correndo pela floresta e um homem em terno negro correndo atrás dela. Ocorreu-me a ideia de que o vestido era um vestido de noiva, porém estava sujo e rasgado. Outra coisa que ocorreu em minha cabeça era que o que eles estavam fazendo era similar com o desafio do Mike.  Só uma coisa eu não sabia, o que acontecia quando a garota era finalmente pega.
Mas antes que eu pudesse descobrir, voltei para a sala de estar, e estava no chão olhando para o teto.
Levantei-me e olhei para os lados, tudo continuava o mesmo.
Quando dei o primeiro passo para a direção da escada, eu escutei vozes. Vozes longes e abafadas, não conseguia distinguir o que diziam e nem de onde vinham, mas não eram vozes de mortos.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Skygrooove 2 Capítulo 8 {The Escape}


Capítulo 8: The Escape/A Fuga

Mike jogou Cameron contra a parede e o espremeu nela. Deve ter doido bastante pela cara de Cameron. Mike, que continuava a segurar Cameron pela gola da camiseta, começou a sorrir. Eu sabia que ele estava adorando ver Cameron com medo.
Mas em um movimento realmente inesperado, Cameron consegue se soltar das mãos de Mike e o acerta com um chute na barriga, fazendo-o cair no chão de dor. Antes que qualquer um que estivesse presente pudesse recapitular a cena, Cameron me puxou pelo pulso forte o suficiente para fazer o garoto com os cabelos cor de areia me soltar. Cameron me arrastou pelo corredor ainda segurando meu pulso, ele estava indo rápido. Tão rápido que eu mal consegui o acompanhar.
- Cameron! Não podemos faltar à escola! – eu digo enquanto sou arrastada.
- Para de se importar com sua vida e pense em viver!
- Ele não estava falando sério? Estava?
- Claro que estava! Você não conhece Mike, Anne!
- E você conhece?
Cameron hesitou. Eu senti que toquei em um assunto no qual eu não deveria. Toquei em um assunto que ele tentou esconder de mim. 
Cameron continuou a correr pelo corredor até mesmo depois de saímos da escola.
- Cameron, era seu segundo dia de aula! – o lembrei – Sua mãe vai te matar!
- Melhor ela do que o Mike.
Continuamos a correr até chegarmos a minha casa.
Cameron, assim que entramos, trancou a porta e trancou as janelas da sala. Trancou até a porta dos fundos e as janelas do andar de cima.
- Cameron, relaxa!
- Eu simplesmente não, posso tá legal?
- Mas por quê?
- Eu... – Cameron pensa mais logo hesita em falar – Só não posso!
Suspiro e me sento ao sofá. O que está acontecendo para deixá-lo assim?
Observo Cameron ficar andando de um lado para o outro até que ele se vira para mim.
- Não é seguro. Temos que sair daqui, ele sabe onde você mora.
- Sabe?
- Todo mundo sabe!
- Todo mundo? – murmuro confusa.
Cameron destranca e abre em seguida olha diretamente para mim. Ele ergue as sobrancelhas como estivesse esperando algo e então ergo as sobrancelhas como se estivesse perguntando “O Quê?”.
- Vamos dar o fora daqui! – ele diz como se estivesse explicado isso umas cem vezes.
- Cameron, eu sinceramente acho que você está... – minhas palavras morrem em minha garganta quando ouvimos a janela do andar de cima quebrar.
- Eu te disse! – grita Cameron pegando meu pulso e me arrastando a porta.
Mas antes que pudéssemos sair, dois dos quatro do grupo do Mike aparece na porta impedindo nossa passagem. Cameron me arrasta á porta do fundo, porém o próprio Mike está nos impendido de sair.
Logo um menino asiático desce as escadas, um pouco irritado.
- Não acredito que eu escalei a porra da casa só para chegar ao segundo andar e ter que quebrar a janela! – reclama ele –, Eu poderia ter entrado pela porta como uma merda de uma pessoa normal!
- Cala a boca, Stewart. – Diz Mike e Steve revira os olhos.
- Olha – começa Cameron –, não iremos contar nada. Você que sabe que pode confiar em mim.
- Não deu muito certo dá ultima vez, não é? – diz Mike.
- Não fui eu que denunciei vocês!
- Tanto faz. – diz Mike – Mas não confio na sua namoradinha.
Cameron olha para mim.
- Mike, eu juro ela não vai contar nada.
Eu balanço a cabeça.
Mike ri.
- Pega a garota.
Um dos capachos de Mike me pega pelos braços, mesmo que Cameron tentou impedi-los.
- O que vai fazer com ela? – pergunta Cameron com severidade.
- Não se preocupe... – diz Mike – Ela não vai se machucar ou morrer – Mike dá um sorriso frio – Só vamos jogar.

Sou forçada ir para a floresta nos fundos da minha casa pela turminha de Mike. Cameron foi atrás, claro, mas ele não disse nada. Quando Mike disse “Jogar” eu sabia que ele estava falando de alguns de seus desafios, mas eu não fazia ideia do que era e então começo a ficar assustada.
- Vamos – diz o garoto que estava segurando meus braços me empurrando.
Continuamos a caminhar até o alçapão que estava no meio da floresta.
- Ai que você fica. – diz Mike.
Olho para Cameron pedindo socorro pelos olhos, mas Cameron apenas cruza os braços e balança a cabeça para eu seguir em frente. O Medo de Mike agora se transforma em raiva de Cameron. Ele continua a me olhar esperando que eu entre.
- Anda logo! – diz Mike.
Entro no alçapão e o Stewart entra comigo.
Alguém lá em cima fecha o alçapão e Stewart fica me encarando. Stewart dá um sorriso com o canto e vai em direção a um armário de madeira descascando.
- Bom – diz ele – logo irei contar as regras a você.
Olho em volta de dentro do alçapão. O Alçapão é um cômodo só, mas como um quarto. Nele tem duas camas hospitalar com lençóis velhos que estão amarelos e mofados. A Segunda cama parecia está ocupada, mas a pessoa que estava nela era um corpo. Provavelmente morto. Não dava pra ver já que o lençol o cobria, mas com toda certeza era algum corpo morto e eu estava começando a desconfiar de quem seria. As paredes eram cinza, sujas e estavam descascando como o armário. As únicas mobílias eram essas.
Stewart pega uma coisa do armário. Quando ele vira, percebo que ele está segurando um tipo de camisa. Demoro um instante pra perceber que é uma camisa de força.
- Essa é a roupa especial que você vai vestir. – diz ele.
- Não vou não.
- Ah, você vai.
Stewart começa a dar passos em minha direção, começo a pensar em ataca-lo. Sei que ele é bem mais alto e forte do que eu, mas lutei com o pai de Cameron antes e se desse alguma sorte poderia fugir. Mas antes que eu fizesse qualquer coisa, Stewart flutua no ar até o teto do alçapão e cai com tudo no chão.  O Teto tinha pelo menos uns 2 metros e meio. Solto uma exclamação e dou um passo para trás de medo.
O Corpo de Stewart continua no chão, levo a minha mão a boca e por um segundo penso que ele está morto. O Corpo dele começa a se mexer no chão, ele levanta a cabeça e tenta dizer algo, mas antes que consiga, o corpo volta a flutuar. Agora quem dá um berro sou eu, por medo. O Corpo de Stewart cai novamente no chão, mas dessa vez ele não se move. Ele continua parado. O Alçapão se abre em cima de mim e sai o garoto com cabelos cor de areia. Ele para e vê o corpo de Stewart no chão.
- O que você fez? – sussurra ele olhando para mim assustado.
- Eu não...
“O que houve ai?” ouço a voz de Mike lá em cima.
- Vocês tem que ver isso – diz o garoto assustado.
Mike, um garoto com cabelo ruivo e Cameron desce do alçapão e veem o corpo de Stewart no chão.
- Ai meu deus – diz o ruivo.
Cameron olha para mim um pouco assustado, mas desvia o olhar.
Tento dizer algo como “Não. Não fui eu! Eu pensei, mas não, não fui eu. Vocês tem que acreditarem mim!” Mas tudo que sai da minha boca é exatamente nada.
Antes que eu perceba, Mike me pega pelos braços com violência.
- Sua vadia! – ele dá um grande murro em minha cara – O que você fez?!
Não consigo responder.
- Mike, você disse que não ia machuca-la. – diz Cameron
- Ah cala a boca! – diz ele me soltando – Você ainda defende essa cadela? Ela matou o Stewart!
- Eu não... – Mike me dá outro murro na cara.
Cameron avança, mas o garoto com cabelo ruivo para ele.
- Lucas, tira o corpo de Stewart daqui – diz Mike para o garoto com cabelos cor de areia. Lucas balança a cabeça. – E você, Ethan, tira o Cameron daqui.
- Mas e você? – pergunta o ruivo.
- Eu cuido dela.
- Não a machuque! – gritou Cameron – Você disse...
- Eu sei o que eu disse! – disse Mike. Ele deu um longo suspiro – Eu não a machuquei e o que ela fez? Matou Stewart! Mas não se preocupe – continuou ele – Eu não irei matá-la.
Medo começa a crescer dentro de mim. Sinto gosto de metal em minha boca, coloco a minha mão sobre ela e vejo que ela está sangrando.
Cameron finalmente assentiu em sair do alçapão com Ethan e o Lucas começa a arrastar o corpo de Stewart para fora do alçapão.
Logo, eu e Mike ficamos sozinhos.
- Ótimo... – diz Mike sorrindo maliciosamente para mim.